Tuesday, December 29, 2009



Cairo, dia 28 de Dezembro, 2009




"Ultimos registos de 2009 antes da despedida do ja velho ano..."




Este ano tirou-me o folego, literalmente.


Revi tudo o que tinha sido e feito e desprendi-me de quem e daquilo que nao me fariam avancar na jornada.


Se a minha amiga Adriana estivesse ao meu lado neste momente, dir-me-ia na sua voz carinhosa e abrupta: "Well done, Johny!"




Dizem tambem as minhas amigas entendidas em astrologia que o meu Plutao, forte e explosivo como so ele pode ser (parece que sou uma donzela bastante plutonica!), me esta a afectar e transformar profundamente. Lido muito - demasiado - bem com isso.


A transformacao, aquilo que ainda esta por vir e ser nao me assustam. Sou pela mudanca e alimento em mim esse vicio cansativo de estar em permanente evolucao.




Assim sendo, aqui vao uns pequenos videos registando um pouco daquilo que eu fui, durante este ano que ja esta quase a fechar a porta sobre nos.


Aguardem novas surpresas.




Sigam os links:


























Tuesday, December 22, 2009


Cairo, dia 22 de Dezembro, 2009


"Merry Christmas"


Todas as mensagens de Natal estão gastas e, como sei que o mais importante, apenas depende de NÓS, resta-me desejar que todos possamos usar a força que Deus nos deu e que preferimos, usualmente, ignorar para DAR aos outros e a nós mesmos aquilo que define esta época: AMOR. CALOR. COMPREENSÃO. CARINHO.


O caminho faz-se apenas com passos singulares. O eterno poder do primeiro passo que nos leva a um segundo e terceiro e assim nos transporta até ao topo da montanha.


Nesta época natalícia, sugiro poucas estratégias e esquecimento temporário das montanhas a escalar.

Sugiro apenas ESTAR, SER, AMAR. Haverá lá tarefa mais árdua de cumprir?

Dar aquilo que desejamos para nós próprios é o caminho mais directo para a felicidade que não se esvai sob a ilusão das circunstâncias sempre mutáveis.



Pretendo usufruir de uma curta semana de Natal em Portugal com a simplicidade dos grandes.

Espero que todos possam fazer o mesmo.


Agora umas perguntas parvas para desanuviar:

1.E de onde será que veio esta chuva toda?!

2. Quando é que dá o Shrek e a milésima repetição do filme dos Vampiros que costumava passar todos os Natais?!




Sunday, December 20, 2009

























































Cairo, dia 20 de Dezembro, 2009









"Últimas aventuras antes de chegar a Portugal"


Vamos por partes...
Já estou em Portugal e, num ataque súbito de paranóico egocentrismo, acho que este frio terrível é um castigo divino por todos os pecados que já cometi e ainda cometerei.


Vim apenas por uma semana dedicada ao Natal, família e amigos chegados. Há quatro anos que passava esta época natalícia em plena actividade de espectáculos e rodeada por símbolos longínquos de tudo o que associamos ao Natal.









Por várias razões, senti a urgência de estar com os "meus" nesta altura e aqui estou ainda recuperando dos últimos tempos de trabalho e aventuras constantes.
Tentando resumir alguns acontecimentos interessantes (ou simplesmente trágico-cómicos) da minha estranha forma de vida, aqui vão alguns relatos do que tem passado por mim e dentro de mim...




1. Fui fotografada a agarrar um peito\mama de uma rapariga egípcia que fazia anos e que insistiu que eu lhe cantasse (e dançasse!???) os Parabéns no "Nile Maxim".







Ah, pois é, bebé... eu em pleno extâse e fora do meu elemento tentando agarrar-lhe o braço ou a mão para a pose da fotografia e acabei agarrando-lhe a maminha.






Várias fotografias oficiais do meu "lesbian statement" foram tiradas. Eu prefiro ignorar esse dramático facto.
Sem comentários.




2. A minha grande amiga Morocco (coreógrafa e professora sediada em Nova Iorque e uma das maiores autoridades mundiais em termos de Dança Árabe) veio assistir ao meu espectáculo no "Nile Maxim" e jantou comigo comentando, entre muitas outras coisas queridas que só os amigos podem dizer de tal forma, que eu me pareço com uma mistura de Jessica Rabbit e Xena, the Jungle Warrior ( a guerreira da selva).



Achei imensa graça e perspicácia nesta sinopse da minha personalidade "on stage". Assim me sinto, é essa a verdade.




Mais uma vez, é uma honra ter pessoas que eu admiro e respeito como seres humanos e artistas sempre ao meu lado como amigos e grandes apoiantes da minha carreira.


3. Disastre Off- Broadway.
Os meus novos "bailarinos" egípcios têm dado um novo significado à palavra PACIÊNCIA. É certo e sabido que eu não sou a pessoa mais paciente do mundo. Quando me deparo com "bailarinos" que assim se assumem mas que não possuem quaisquer conhecimentos ou técnica de Dança as percentagens mínimas de tolerância e paciência que Deus me deu evaporam-se.



Coreografo sequências simples de dança moderna e de folclore egípcio. Espero que eles as aprendam e executem rapidamente e sem grandes dúvidas.



Exaspero-me assistindo àquilo que eles chamam de DANÇA e ao que eu chamo "REAL MACACADA". Estes não se assumem como alunos mas como PROFISSIONAIS e daí vem a minha intolerância. Posso e tenho de ser paciente com alguém que não sabe e que quer aprender mas não com alguém a quem eu pago como profissional e que não distingue uma pirueta de um salto mortal na piscina municipal de Vila Franca de Xira.



Levo as mãos à cabeça em desespero. Não estou ali na condição de professora de dança e sei que não se molda nem ensina um corpo adulto à técnica, harmonia e conhecimento de causa que um bailarino com formação possui.



Eles copiam os passos como crianças desajeitadas imitando um cantor da moda. Eu respiro fundo, tentanto não explodir.



A questão aplica-se no feminino e no masculino. Num país onde a DANÇA ainda não é considerada uma ARTE, toda a gente pensa que pode dançar. Formação e educação para bailarinos é uma utopia vista pela maioria dos egípcios e árabes como um absurdo.



Vendo os meus mais novos "bailarinos" tentando executar o que eu lhes pedia sem a mínima consciência das suas insuficiências, tornou-se claro para mim, uma vez mais, que a DANÇA requere FORMAÇÃO, TALENTO e EXPERIÊNCIA artística e de vida.







O meu próximo desafio será conseguir transformar pés de chumbo monumentais em descendentes de Gene Kelly.
Sim, sou uma sonhadora nata. (Nunca o neguei).


4. Casamento egípcio no grande salão do hotel MENA HOUSE, Cairo.

Horas antes de voar para Portugal, tive a honra de actuar num casamento fabuloso composto de artistas e gente fantástica que me ofereceu mais uma experiência de palco e humana inesquecíveis.
A minha orquestra completa (20 elementos escolhidos a dedo por mim!), um palco enorme que quis ocupar com o meu Corpo e com a minha Alma e um salão monstruoso e belo iluminado por candelabros brilhantes ainda mais monstruosos e belos.
A recordação mais vívida que possuo desta noite é a seguinte:



Eu, de braços abertos como tentáculos divinos tentando abraçar todo o salão e seus ocupantes enquanto dançava a partir do coração sem me preocupar se seria suficientemente fantástica para estar ao nível da ocasião.

Divino.



O carinho dos noivos e convidados e a forma como me receberam e sentiram durante todo o espectáculo não podem ser descritos por palavras.



Portugal, dia 19 de Dezembro, 2009

"Pablo Neruda dizendo o que me vai na Alma"

Morre lentamente quem não viaja

"Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece. Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o Simples acto de respirar.

Estejamos vivos, então!»

Pablo Neruda

Wednesday, December 16, 2009






Cairo, dia 16 de Dezembro, 2009


"Azza Sheriff e reconhecimento surpreendente (para mim!)"



Mais um workshop com a minha querida amiga e professora Azza Sheriff.
Alem de Mahmoud Reda, Azza faz parte de um grupo muito restrito de seres humanos que considero amigos da alma. Pessoas com quem eu partilho muito mais do que o grande amor pela ARTE.
Pude escutar os suspiros de desagrado e queixas de alunas que se inscreveram para a aula esperando a contagem de 1,2,3 e marca o passo ou uma coreografia para copiar, levar para casa e mostrar aos amigos (ou, mais grave, uma coreografia para levar para uma escola e ensinar a alunos que nao suspeitam que a sua "professora" sera tudo na vida, excepto "professora de danca").
Azza Sheriff faz parte de uma grande geracao de talentos da Danca Oriental e o que sempre fez foi IMPROVISAR. Nunca coreografou ou foi coreografada. O que lhe sai, sai-lhe de improviso e sem repeticoes postumas.
O que resta aos alunos sera apenas segui-la e ter a capacidade de assimilar aquilo que ela tem de melhor: a sua expressao, o amor imenso pela musica e pelas sensacoes que esta lhe desperta, um corpo em petalas abertas de onde transpira emocao, experiencia de vida, historias de tristeza e alegrias...e muito mais.
A esta altura do campeonato - ja sei umas "coisinhas":) -posso afirmar que vale a pena estudar com muito poucos professores e que sei perfeitamente aquilo que busco num workshop destes.
Nao saio desiludida porque ja sabia para o que ia.
Azza olhou-me bem fundo nos olhos, la nesse ponto onde o mar das VERDADES sobrevive e procurou a minha apreciacao diversas vezes. Todos necessitamos de ser aceites e valorizados.
Silenciosamente, eu acenei-lhe e disse-lhe que SIM, era maravilhoso o que ela estava a fazer.
E, por isso, ela continuou com entusiasmo e amor.
TODOS precisamos de aplausos e SIM, e acenos de amigos e carinho.
SURPRESAS...
Surpreendeu-me a forma como tanta gente (alunos e artistas/professores) me reconheceram e me vieram cumprimentar pelo trabalho que tenho desenvolvido no Cairo.
Muito timidamente, agradeci mas nao pude deixar de surpreender-me. Parece que ando demasiado fechada no meu proprio mundo, nem me dou conta como sou EU PROPRIA, tao apreciada. Gracas a Deus.
Encontro com o grande percussionista egipcio Khaled Badawi que (tambem ele!) me reconheceu e fez questao de tirar uma fotografia comigo (vejam o gigante ao meu lado nesta imagem, trata-se do talentoso percussionista).
Pudemos falar de encontros, desejos de trabalhar juntos, elogios sinceros mutuos, paixoes e sonhos.
Este foi um dia para a minha ALMA. Aprendizagem, encontros maravilhosos, dois trajes novos que comprei e nao estavam nos meus planos e a confirmacao de alguns segredos de que ja havia suspeitado (e que guardarei para mim!:)










"Mais emocoes"




Porque, quando falamos de DANCA, falamos de emocoes, coracao, ALMA.
Aqui estao - em forma de imagens - mais uns detalhes do imenso territorio da minha Alma falando bem alto no meio dos meus silencios enquanto estou em palco.
A exaustao em que me encontro ajuda a libertar todas e quaisquer tensoes, pretensoes ou vaidades inuteis. Deixo-me levar com o minimo de esforco - porque nao tenho energia para mais - e assim se desprendem as maiores VERDADES atraves da musica que eu vou cantando com o corpo.




Nada de esforco ou "querer" fazer mais ou melhor. Por momentos, resta apenas EU e a MUSICA. Apenas o MOMENTO em que deixo o importante acontecer, sem espaco para o que pode ficar de fora por nao ser importante.
APENAS EU comigo mesma e, simultaneamente, com o MUNDO.





















Friday, December 11, 2009

Cairo, dia 11 de Dezembro, 2009

"Testes"

Ahhhhhh...tanto se fala de intercambios culturais, tolerancia e igualdade/fraternidade entre os povos. Que justo e lindo tudo isso pode ser, ate para alguem a beira de um ataque de nervos (alguem como eu!) .
Em tempos de Globalizacao e busca de harmonia entre povos do mundo inteiro, nada como "por as maos na massa" para entender o verdadeiro significado e dificuldade de ACEITAR o OUTRO como nosso irmao em deveres, direitos e igualdade como ser humano.

Digo hoje e, cada vez mais, que o verdadeiro teste a nossa tolerancia pelo Outro/Diferente passa por viver uns tempos no Egipto. Quem viver aqui por sua conta, trabalhando e convivendo 24horas por dia com egipcios durante um mes inteirinho e nao ficar louco, nem ao de leve, pode ser considerado tolerante de verdade. Uma verdadeira reencarnacao de Ghandi!

Adoro o Egipto, com todos os seus defeitos e qualidade mas esta mentalidade e comportamentos incompreensiveis para mim deixam-me a beira da loucura.
Se desse inicio ao relato de episodios absurdos e mentalmente violentos que vivi apenas no dia que agora termina nao sairia daqui ate de madrugada. A lista?! Infinita como o Universo.

Depois de 4 anos a viver rodeada de egipcios, continuo sem entender porque mentem tanto e com tanta facilidade, porque sera que ninguem assume responsabilidade pelos seus actos ou compromissos e tudo sera sempre e unicamente para amanha que nunca chega e "Inshah Allah"/Se Deus quiser, porque nunca dizem exactamente aquilo que pensam mas o que julgam ser mais agradavel ou vantajoso para eles, porque sao tao preguicosos e correm atras do dinheiro como alguem morrendo de sede no deserto, porque nunca admitem que nao sabem onde vao ou o que estao a fazer para, no fim, fazerem "tudinho" errado, porque sabem rir tao facilmente (uma das qualidades que aprecio neste povo) mas possuem tao pouca apetencia pela disciplina e sentido de perfeccionismo, porque, porque...as questoes nao possuem fim.

Observo e VIVO, acima de tudo, rodeada de egipcios e arabes. E continuo sem conseguir entende-los. Talvez a insuficiencia seja minha.
Alguem tem algumas pistas que me iluminem sobre o assunto e me salvem da demencia precoce?!
Cairo, dia 11 de Dezembro, 2009



"Para aplicar na VIDA"





Recebi um email com a seguinte mensagem simples e fantastica que gostaria de partilhar convosco. Aqui vai:



"Para ter algo que nunca teve, é preciso fazer algo que nunca fez."

Quando Deus nos tira alguma coisa, Ele não nos está a punir, está simplesmente a abrir as nossas mãos para que tenhamos como receber algo melhor. Algo muito bom, que você já está a espera há algum tempo, vai acontecer.



Chega uma hora na vida em que você descobre:
Quem interessa,


Quem nunca interessou,

Quem não interessa mais...

E quem ainda vai interessar.

Portanto, não se preocupe com quem já fez parte do seu passado;

Há um motivo para não estarem no seu futuro.



Para aplicar ja hoje. AGORA. Nem esperem por 2010!

A sabedoria e suas multiplas expressoes so servem a Humanidade quando colocadas em pratica.

Vivam melhor, aprendendo com os erros, com as lagrimas e com os sorrisos.

Thursday, December 10, 2009

Cairo, dia 10 de Dezembro, 2009


"Ultimas imagens de espectaculo"



Tenho aprendido a reduzir o desperdicio ao maximo.



Desperdicio de comida, boas intencoes, palavras, energia, atencao, etc.




Dizem as minhas queridas amigas entendidas no assunto que se trata do meu Plutao passando brutalmente pelo meu ascendente (procurem manuais de astrologia para entender isto!) e retirando todo o excesso de energia dispersa que tinha anteriormente.




Ja nao me chateio ou deixo afectar com pouco. Ja nao dou importancia ao que nao tem importancia. Nao perco tempo com pessoas e assuntos que nao me alimentam a Alma.



Nao leio livros que nao me satisfacam a mente e o coracao- ainda que sejam considerados obras primas da Literatura mundial.



Estou a encontrar o equilibrio no palco. Nem demais, nem de menos.



Penso que a isto se chama maturidade.



Por estas e muitas outras razoes, aqui incluo mais imagens minhas e do palco que piso quase todos os dias. Sem explicacoes, nem comentarios porque ha imagens que falam por mil palavras e, desde ha um tempo, apenas caminho em direccao ao ESSENCIAL.



Eu, fazendo o que mais amo...











Cairo, dia 10 de Dezembro, 2009



"Ultimas fotos de estudio: as minhas varias faces"



Dizem que os homens sao mais praticos do que as mulheres.






Quando existe um problema ou necessidade, eles nao se lamentam nem falam sobre o assunto. Apenas procuram solucoes.





Assim sou eu. Meio mulher, meio homem. Sempre.

Precisava urgentemente de um poster para a entrada do "Nile Maxim" e nao perdi um minuto falando sobre isso.

Busquei o fotografo mais perto de casa e, mesmo sem o conhecer e sabendo que o perfeccionismo e o profissionalismo nao sao os pontos fortes do povo egipcio, la me deixei fotografar numa sessao que durou apenas uma hora.


O fotografo chama-se Hassan, vive claramente viciado em Coca-Cola, nasceu na zona antiga do Hussein - onde se situa mercado de "Khan el Khalili"- e parece um querubim oriental.








Apesar de nao ser um Mario Testino (o meu fotografo favorito), reparei no prazer que tirou da sessao e isso deixou-me feliz. Ninguem naquele estudio - incluindo a fotografada, EU! - se sentiu tao entusiasmado com a sessao como o proprio fotografo.







Ontem telefonou-me perguntando-me quando poderei voltar para outra sessao, "com mais tempo"...
















Do meu lado, bem...








Demasiado stress e nenhuma energia extra para oferecer nem que seja apenas um pouco da minha alma atraves da camara mas, ainda assim, o coracao transparece das imagens que se seguem.








Senti-me mecanica e apressada. Sempre adorei ser filmada e fotografada mas a pressa era maior do que o prazer que usualmente sinto ao ter uma camara apontada para mim.
















Eis algumas imagens do resultado final da sessao.








Muitas mais fotos disponiveis no meu FACE BOOK.

Cairo, dia 10 de Dezembro, 2009



"Ausencia"



Nem sempre tenho a nocao exacta do impacto do meu trabalho nas pessoas que me seguem.



Ando sempre totalmente imersa no meu proprio mundo, criando incessantemente e sem tempo nem espaco mental para reparar nas reaccoes dos que me rodeiam.






Isso aplica-se aos meus espectaculos, workshops, aulas privadas que dou a alunos que chegam de todo o mundo agradecendo o pivilegio de poder aprender comigo (algo que me deixa sempre um pouco perplexa porque me sinto tao ignorante...:) ), as palavras que digo ou escrevo nos meus BLOGS, em revistas, no meu livro em gestacao (que espero venha a tocar muita gente, se Deus quiser!), em entrevistas que dou, etc.




Estive ausente deste BLOG - e da vida dita "normal", posso acrescentar - durante quase duas semanas e isso deveu-se a varios factores pessoais e a um calendario de trabalho continuo que nao me permitiu respirar ou parar para dormir...

Daqui de longe, sinto a quadra natalicia com especial intensidade. Nunca fui apegada a tradicoes e rituais transformados em pretextos para fazer negocio mas este estar longe das pessoas que me sao mais proximas afecta a minha visao racional do mundo.

Ha cinco anos que nao passo o Natal com a minha familia. Primeiro, no Libano (em trabalho). Depois (nos ultimos quatro anos) no Cairo e SEMPRE em trabalho.

Este ano dou um presente de Natal a mim mesma e a minha familia e amigos chegados:

A minha PRESENCA fisica.


Entre tanto sucesso que agradeco a Deus e correrias cobertas de lantejoulas, palmas e maquilhagem que tudo cobre, apenas desejo fechar-me com o amor dentro de mim e a minha volta.


Seis dias inteirinhos sem pensar em criacoes, profissao ou palmas.

Ceia de Natal com bacalhau e azevias com a receita "la da terra".

Cozinhar com a minha progenitora (aquela que diz que me foi buscar aos ciganos quando ainda era bambina e assim me salvou de uma vida de feiras do Relogio e Porompompero!) :)

Poder sentir o odor de um pinheiro e decorar a arvore de Natal com a minha mae e a minha irma.
Fazer surpresa aos amigos e levar-lhes um presente e um abraco sincero.

Ah...nao consigo pedir ao "Pai Natal" nada mais valioso do que isto, neste preciso momento.