Sunday, December 23, 2012

Conferência-Tertúlia - Dia 26 de Janeiro, Lisboa.


O evento terá início com o meu 
WORKSHOP de Dança Oriental moderna 
e Folclore Núbio
 (das 14.30h às 17.30h) 
na Inimpetus (mais detalhes em "post" anterior) e culminará com um ENCONTRO que não quererá perder.


A Conferência-Tertúlia terá ENTRADA LIVRE e será dirigida por mim - partindo do tema: "Cultura, Música e Dança Egípcia" no passado, presente e futuro mas contará com a colaboração destes Artistas e amigos e do próprio público que é convidado a QUESTIONAR, PENSAR, SENTIR e SURPREENDER-SE connosco.

Foi com imensa alegria que decidi convidar algumas das pessoas que mais acarinho no panorama da Dança Oriental em Portugal para um serão de CONVERSA, PARTILHA de ideias, perspectivas, experiências e - espero - novas direcções que conduzam ao crescimento desta Arte que nos une.

Lá os esperamos a todos para um chá quente e descobertas:

DIA 26 DE JANEIRO, DAS 18H ÀS 21H NA INIMPETUS (Lisboa (Rua de Campolide, 27 A - Lisboa)
Telf: 213 157 815
Para saber mais sobre os Artistas que participarão
 na Conferência-Tertúlia:

Sara Naadirah abordará o tema:  
"O meu percurso pela dignificação da Dança Oriental em Portugal"

*Sobre Sara Naadirah:

Sara Naadirah é bailarina, professora, coreógrafa e um dos nomes mais respeitados e conceituados na Dança Oriental em Portugal. Começou o seu percurso na dança clássica com apenas quatro anos, tendo-se formado com distinção na Royal Academy of Dance. Ao longo dos anos, e como complemento àsua formação como bailarina clássica, estudou os mais variados tipos de dança até que, em 2001, experimentou a dança oriental que consegue arrebatá-la por completo.
Apesar de licenciada em Arquitectura, abdica do curso e passa a dedicar-se exclusivamente à prática profissional, ensino e divulgação/dignificação da Dança Oriental em Portugal. Desde finais de 2003, lecciona nos mais variadíssimos espaços de ensino em Lisboa, é convidada a dar workshops/cursos um pouco por todo o país e foi a primeira bailarina portuguesa a ser escolhida para a realização de um DVD de ensino e demonstração desta Arte.
Desloca-se regularmente ao Cairo, (capital da dança oriental), a fim de aperfeiçoar a sua especialização junto dos melhores bailarinos e mestres desta arte. Com quase 10 anos de carreira, Sara Naadirah criou um estilo próprio, já inconfundível, produzindo e realizando os seus próprios espectáculos, cursos e workshops. 

Mais informações sobre Sara Naadirah:
www.saranaadirah.com  &  www.saranaadirah.blogspot.com



***
AdiraGram abordará o tema:
 " A Dança Oriental e a sua Sensualidade"
*Sobre AdiraGram:

Formação Académica Complementar:
-Formação académica na área de Contabilidades Administração e Gestão de Empresas
-Curso de Introdução a Astronomia
-Curso da História da Música
-Curso de Astrologia
-Curso de Tarot
-Curso da Leitura de Aura(em estudo)

Formação Artística:
-Curso de Pintura na S.N. Belas Artes
-Curso de Introdução em Fotografia na Fundação C. Gulbenkian
-Curso de História de Esculturas no Museu de Arte Moderna -Sintra
-Formação em Dança Indiana - Moçambique, Índia e em Portugal
-Formação em Dança Oriental - Lisboa e Egipto

Aulas:
- De 2005 a 2012, ensino de Dança Oriental, com interrupção em 2011
- 2008 a 2010 ensino de Dança Indiana.


Exposições e Actuações:
-Desde 1993 até 2012 tenho participado anualmente em exposições de Pintura colectivas e algumas Individuais
-Desde 2004 até 2012 tenho dançado esporadicamente em público.

***


Yolanda Rebelo abordará o tema:
Desenvolvimento pessoal através da Dança Oriental

*Sobre Yolanda Rebelo:

 Licenciada em Política Social, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa, estudou também teatro, música e dança, e frequentou a Escola Superior de Dança durante 2 anos.
Teve formação em Danças Tradicionais de diversos países com vários professores, em Portugal e no estrangeiro, e em Dança Clássica, Contemporânea e Jazz em Portugal. Foi no Tango Argentino e na Dança Oriental que aprofundou a sua formação e expressão artística, tendo trabalhado com diversas Escolas e Companhias de Dança.

Actualmente desenvolve o seu trabalho como bailarina, professora e coreógrafa no Projecto YolandaDance, que tem como objectivo a inovação e o desenvolvimento pessoal através da dança
nas áreas da Dança Oriental e Fusão, Flamenco-Árabe e Tango Argentino.
Mais informações sobre Yolanda Rebelo no website: www.yolandadance.com


***
Américo Cardoso abordará o tema: 
"Os Novos Valores da Música Árabe"

*Sobre Américo Cardoso:

Inicia-se aos 12 anos ma Orquestra Preparatória de S. Paulo em Almada.
Durante 4 anos fez estudos de percussão clássica no Conservatório Nacional de Lisboa com Profº Júlio Campos (percussionista da Orquestra Gulbenkian)
Frequentou a Escola de Jazz do Hot Club de Lisboa.
Curso de Introdução á História da Música do séc. xx e Composição com falecido compositor Jorge Peixinho.
Curso História da Música com Profº Manuel Pedro Ferreira -JMP
1º Workshop de percussão árabe pelo bailarino Shokry Mohamed
Workshop de percussão árabe para dança oriental com Hossam Ramzy em Barcelona.
Fundador do grupo Al-madan
Realização de concertos a solo
Lecciona percussão árabe no Lods antiga Sétima Posição e estúdio Mahtab em Lisboa.
Inúmeros workshops, cursos e aulas em localidades como Vila Franca de Xira, Barreiro, Faro, Loulé, Lagoa, Porto, Coimbra, Corroios.
Trabalha com as mais prestigiadas bailarinas de dança oriental portuguesas em concertos, espectaculos, workshops, acompanhamento de aulas etc.



Saturday, December 22, 2012

Workshop & Conferência em Lisboa (26 de Janeiro, 2013)



Workshop de Dança Oriental e Folclore Egípcio
  por Joana Saahirah do Cairo e  Conferência-Tertúlia que contará com a valiosa presença de alguns dos nomes - da área da Dança Oriental - que mais aprecio e acarinho em Portugal  (Sara Naadirah, Yolanda Rebelo, AdiraGram, Américo Cardoso).


O Evento decorrerá em Lisboa (Escola Inimpetus) no dia 26 de Janeiro (Sábado) e dividir-se-á em duas partes:


*** Workshop ministrado por mim das 14.30h às 17.30h ( Oriental moderno e Dança Núbia ); 

Treino intensivo (técnica e excertos coreográficos típicos de cada estilo) de Dança Oriental Moderna e Dança Núbia.
Dois mundos paralelos e complementares: o passado e futuro da Dança Oriental e as tradições imutáveis da Dança Núbia, um dos estilos mais ricos e expressivos do Folclore egípcio.


***Indicado para : Bailarinos/as (amadores ou profissionais) de Nível Intermédio-Avançado.
***Preço: 35 euros para inscrições até dia 15 de Janeiro de 2013; 45 euros para inscrições posteriores a 15 de Janeiro de 2013.


***Forma de Inscrição:

Para inscrever-se no evento basta efectuar a transferência inter-bancária do valor relativo ao mesmo para o nosso NIB: 0007 0075 0001 1250 0053 6 .
Depois de ter efectuado a transferência, pedimos o favor que nos avise da mesma através do email: dancemagica@gmail.com ou do telemóvel: 96 642 7997.
Só depois deste aviso poderá considerar-se inscrito/a. Além do aviso da data da transferência e nome em que foi feita, pedimos o favor que apresente o talão da mesma no dia do evento.

***Contactos para informações adicionais: dancemagica@gmail.com & Tm: 96 642 7997

***Local: Escola “Ininpetus” – Lisboa (Rua de Campolide, 27 A - Lisboa)
Telf: 213 157 815


*** Conferência-Tertúlia sobre Cultura, Dança e Música Egípcia (passado, presente e futuro) - GRATUITA e ABERTA ao PÚBLICO - na cafetaria/terraço do mesmo local do Workshop - escola Inimpetus.
Este será um espaço de DISCUSSÃO ABERTA que se pretende interactivo, divertido e enriquecedor para todos os participantes.

Venha tomar um chá e aprender sobre a VERDADEIRA dança oriental de forma dinâmica, estimulante e surpreendente.


Com a colaboração de alguns dos profissionais mais conceituados da área da Dança Oriental em Portugal:


*Sara Naadirah (tema: "O meu percurso pela dignificação da Dança Oriental em Portugal")
*Yolanda Rebelo ( “Desenvolvimento pessoal através da Dança Oriental”)
*AdiraGram (tema: " A Dança Oriental e a sua Sensualidade")
* Américo Cardoso (tema: "Os Novos Valores da Música Árabe")


***Mais detalhes sobre a Conferência-Tertúlia e seus colaboradores em “post” à parte.



***
Organização:
Joana Saahirah do Cairo
www.joanamagica.blogspot.com

Videos da Irlanda e Eilat FESTIVAL (próxima Aventura):)*

Como o Apocalipse não levou esta bolinha fascinante que é o mundo pelos ares - como previam os mais cáusticos pessimistas e os derrotistas/preguiçosos para quem o desastre é a Salvação - e, por isso, ainda cá estamos na CAMINHADA-JORNADA, há que focar o olho do Coração no AGORA e no que se seguirá (jamais no que já foi e que, portanto, não existe).

Para aceder a uns vídeos caseiros de excertos das minhas últimas actuações no sarau natalício do castelo encantado de Charleville (em Tullamore, Irlanda), basta seguirem os links:

http://www.youtube.com/watch?v=1OIgfEJS-x0&feature=youtu.be

http://www.youtube.com/watch?v=DJ9cJ39Q_Cg&feature=youtu.be

http://www.youtube.com/watch?v=qzNugjlXeno&feature=youtu.be

A estação que se segue: 



FESTIVAL EILAT, em ISRAEL (evento do qual tenho a honra de fazer parte como Artista e Professora convidada (4 workshops temáticos e um espectáculo com orquestra ao vivo: oh, yeah,. baby!) - já em Janeiro. Numa só palavra: MILAGROSAMENTE FELIZ com o que está por vir e ansiosa por estender as minhas asas por territórios desconhecidos - dando e recebendo mais do que os meus próprios SONHOS poderiam ter delineado. 


Agenda Natalícia (mais que merecida)

Ora bem: desligar-me do trabalho por completo é coisa impossível (e notem que a palavra "impossível" raramente me passa pela boca daí aqui revestir-se de tamanha seriedade) mas o ritmo terá de abrandar - a bem da minha saúde física e mental.
Se terei de recomeçar preparativos para os próximos eventos (Israel já está aí à porta com o magnífico Festival EILAT - um dos mais importantes pontos de encontro dos amantes da Dança Oriental de todo o mundo) e mergulhar (num último fôlego) na conclusão da edição finalíssima do meu LIVRO, também juro a pés juntos que abrandarei o ritmo da carruagem, pelo menos durante os dias 23,24 e 25 de Dezembro.


Entre as coisas boas marcadas na minha agenda natalícia encontram-se os filmes "Anna Karenina" e "A Vida de Pi"; o desembrulhar das prendas junto à família chegada (coisa que não acontecia desde que me mudei para o Egipto e lá comecei a trabalhar que nem uma louca varrida); o cozinhar dos doces natalícios com a minha mãe; as corridas com os cães (rituais sagrados); um bom banho de imersão com "aqueles" sais que trouxe de uma casa de produtos naturais irlandeses; jantar íntimo à luz das velas com "quem cá eu sei";); algumas horas despreocupadas (relativamente despreocupadas, vá lá...) de leituras não obrigatórias; RESPIRAR FUNDO, AGRADECER a DEUS pela VIDA que tenho e DELINEAR OUTROS e sempre MAIORES SONHOS para 2013. 

 Porque sou menina de poucas ambições materialistas, as prendas pedidas ao Pai Natal foram humildes e de porte jeitosinho:

1. Um roupão e respectivo pijama da Oysho - com aquele pelinho que insiste que fiquemos de pijama o dia todo (hhmmm, tão bom...): ideais para as horas que passarei a escrever, escrever, escrever;

2. Mais uns quantos livros a juntar-se às torres babilónicas que de volumes acumulados que tenho para ler;

3. Um perfume exótico que ainda não tenha experimentado (pensado para os meus espectáculos pois bailarina que é BAILARINA só se lança ao palco com a pele divinamente perfumada).

Que o Pai e a Mãe Natal nos tragem a renovada FÉ da realização de TODOS os nossos SONHOS e que a desistência permaneça Lá* - bem longe, onde Judas se esqueceu de onde perdeu as botas.

Aqui fica o meu presente cibernético para todos os seguidores deste BLOGUE: um excerto do espectáculo de Música e Dança irlandesas a que assisti em Dublin:


Livros (na bagagem de Londres e de Dublin)

E como não encher as malas de livros? Como não pecorrer livrarias, alfarrabistas, lojas recônditas de achados em segunda, terceira e milésima mão na esperança de encontrar mais uma gota*: mais perto: mais luzes sobre a Dança, a Música, o Teatro, os pequenos Amores e os grandes desamores: todas as coisas que me interessam: a VIDA?!

Entre as palestras, os workshops ministrados e os espectáculos que dou - dos magníficos teatros russos aos palcos enigmáticos de um castelo assombrado no coração da Irlanda - existe tempo para procurar SABER além da ignorância que já conquistei a punho de ferro e fogo.

***Eis a lista singela dos objectos que me fizeram perder a cabeça e - mais tarde - reconquistá-la um pouco Além. Mar.
Para serem regados a cappuccinos, chás e uma manta que me acaricie um solstício MIRACULOSO (amo o Inverno - pela primeiríssima vez!):

* Margot Fonteyn, Meredith Daneman

*Oscar Wilde´s last stand, Philip Hoare

*Different drummer - The Life of Keneth MacMillan, Jann Parry

*A Dancer in war time, Gillian Lynne

*Vagina, Naomi Wolf
(não propriamente o livro que eu ofereceria a avó ou à tia prendada e, muito provavelmente, o menos ortodoxo de todos os presentes de Natal mas - ainda assim - um LIVRO APETITOSO que todas as Mulheres deveriam ler e transformar em Acção).




Regresso a um Velho Amor: Irlanda.

Depois do Espectáculo no Mágico Castelo de Charleville (Tullamore, Irlanda)


Regressar à Irlanda foi muito mais do que mais uma fantástica viagem de trabalho. Sei que digo isto sobre todos os países que visito mas aqui vai a verdade comesinha: AMO a IRLANDA e os IRLANDESES. Sinto-me ligada a este país de formas que não posso - nem quereria - explicar. O Intelecto encontra-se arrogante, sobre-estimado. A maior Inteligência é assumir - talvez, presumo, intuo...- que existem realidades para se SENTIREM, VIVEREM mas jamais compreenderem. Porquê querermos ser todos uns "Prometeus" e assim roubarmos - estupidamente - o FOGO do Conhecimento aos Deuses quando a nós, HUMANOS, nos foi dada a MISSÃO tão mais desafiante que é, simples e complexamente, APRENDER a VIVER?!

Eu e o castelo de Charleville (com seus fantasmas amorosos e fonte Divina de Inspiração por baixo dos seus pés).

Tullamore (castelo encantado de Charleville) e Dublin no itinerário - com passagens por Athlone para uma entrevista de rádio divertida e in-usualmente interessane e uma entrevista num canal de televisão local (onde encontrei uma equipa hilariante, de ressaca de um jantar -pouco- natalício e ORIGINAL, como é comum nos irlandeses). 

Workshops e espectáculo e, claro está, as minhas costumeiras incursões sobre as rodas da minha eterna e insaciável CURIOSIDADE geminiana. 
Viajar em trabalho é - também - APRENDER, EDUCAR-ME, EVOLUIR, INSPIRAR-ME noutras pessoas, culturas, mentalidades, tradições, MUNDOS. 
Português que é PORTUGUÊS de gema pertence ao MUNDO (foi Fernando Pessoa que o disse?!): tento não fugir à minha alma lusa.

No meu quarto - torre encantada - onde tive o meu primeiro encontro de 3ª grau com a alguns dos "habitantes" mais antigos do castelo.

Poder regressar a um dos meus sítios predilectos - castelo de Charleville, Tullamore - e lá dançar para um público  MUITO especial (entre os vivos e os que já desencarnaram mas que continuam mais vivos do que nós - vide link:
 http://www.youtube.com/watch?v=RCQxl4Ae84w ), ensinar e ainda partilhar refeições quentinhas com voluntários, gatos, a cadela "Shadow" ("Sombra"), os espíritos amorosos que por ali nos protegem e observam - tudo iluminado pelas várias lareiras crepitantes que decoram as avessas do castelo: BENÇÃO.
Há prazeres estranhos: únicos: inesperados - até para mim mesma.

Gozando do ar matinal irlandês, antes ministrar o primeiro Workshop do fim-de-semana.

Biografia de Margot Fonteyn à cabeceira da minha cama na torre de vigília do castelo de Charleville.


Depois DUBLIN com os seus escritores (a tradição oral, a História sofrida, a nostalgia das constantes emigrações e um costume antigo que preserva os contos de fadas e outras criaturas eleitas contribuem para um país que é mais jardim de escritores do que território marcado num mapa qualquer). Museus ("The National Gallery" é absolutamente EMOCIONANTE e provou-me que se pode chorar por causa de uma pintura), livrarias onde encontrei pechinchas e preciosidades (biografias de coreógrafos basilares da Dança mundial incluídas), exposiões e teatro. Os irlandeses adoram CULTURA e ENTRETENIMENTO - e sabem que ambas são parte essencial de quem eles são.

A minha boca aberta - pendurada num cabide do meu próprio espanto infantil - ao assistir a um espectáculo de Música e Dança Irlandesa e as inspirações que dali colhi para o meu próprio trabalho. Quantos mundos expressos naqueles pés que bordam histórias no ar e no chão sagrado que pisam: esmagam: amam a lume nada brando. 
-Quero saber dançar AQUILO! - exclamei, para não variar.:)
Vi Flamenco, Oriental, "tap dancing", danças africanas, alegria e dor emaranhadas uma na outra (essa Sabedoria Antiga dos Celtas: dor = a outra face da moeda da alegria): embora a dança tradicional irlandesa se centre no trabalho de pernas e pés, a verdade é que não precisa mais do que isso para DIZER TUDO o que é IMPORTANTE.
O "Titanic" veio-me à cabeça - com Leonardo Dicapprio e Kate Winslet a dançarem - que nem loucos apaixonados - no porão do navio, juntos aos irlandeses que emigravam em direcção ao "sonho americano", fugindo da fome, da desesperança e do vazio.


Num pub de Dublin - preparada para deliciar-me com a FANTÁSTICA dança tradicional irlandesa.

Os Workshops em Dublin foram "interessantes: para dizer o mínimo. Como se pode aprender de tudo e todos, não deixei escapar esta oportunidade de ouro para exercitar os punhos da minha Vontade de quebrar paredes, limitações e a maior ignorância de todas: a de não querer aprender.
O trabalho foi duro, desafiante e totalmente fora da zona de conforto das bailarinas que participaram no evento. Creio que o vácuo entre o que se "julga" ser a Dança Oriental e o que ela REALMENTE É se revela maior nalguns países do que noutros. O que a mim me choca não é o desconhecimento da Dança mas a mentalidade/atitude que prefere permanecer na ignorância (celebrando-a através de um ego inseguro e sedento de atenção e coroas vazias) em vez de ESFORÇAR-SE por aprender, admitir que não se sabe e, portanto, EVOLUIR.
O ciclo é vicioso: os melhores bailarinos estão sempre dispostos a APRENDER, a ENCONTRAR pontos por desenvolver e a EXPANDIR-SE - mesmo quando isso significa colocarem os seus egos de lado e admitirem a sua ignorância neste, naquele, nos pontos que forem necessários. Como consequência dessa ABERTURA para a aprendizagem: CRESCEM continuamente.
Os piores bailarinos são "os reis que vão nus" - "em terra de cegos quem tem um olho é rei" - que se negam a admitir as suas falhas, ignorância, necessidade de crescimento. Por isso fecham-se, protegem-se nas suas carapaças fossilizadas, negam-se a APRENDER: e lá vão eles: em queda livre: imparável: auto-destrutiva: inútil.

No meio das pedras sedimentadas encontram-se, ainda assim, imensas pedrinhas preciosas e foram essas que tornaram estes workshops em Dublin tão especiais. Muito grata às alunas que persistiram em deitar a baixo as suas inseguranças e se entregaram à APRENDIZAGEM - sem preconceitos, reservas, inseguranças, arrogâncias inúteis. Vocês tornaram estes workshops inesquecíveis*.

Sem PAIXÃO, VONTADE, CARÁCTER, TENACIDADE e ESPINHA DORSAL não se aprende a DANÇAR - e muito menos se alcança a EXCELÊNCIA que eu sonho para a Dança Oriental e seus praticantes (amadores e profissionais) em todo o Mundo.
Traze e Steve - dois dos lindos corações que tive o privilégio de conhecer na Irlanda.
Da Irlanda ficam: SAUDADES; Oscar Wilde; AMOR; lágrimas e muitos risos; dança irlandesa; novas paixões e conclusões a serem postas à prova e, provalmente, refutadas; CURIOSIDADES MAIORES; desafios; ironias; AMOR, novamente - e SEMPRE.
Até breve, minha querida Irlanda.


Antes do espectáculo no castelo de Charleville - quentinha, no meu quarto assombrado.

Há amores que não se explicam: ou melhor: o AMOR não se explica.

Dança irlandesa em Dublin (e eu boquiaberta na rectaguarda, encantada com cada segundo  vivido).

Friday, December 21, 2012

As Visões de Clarice.


  • Clarice era Filósofa e Visionária: via mais além do que a mera Literatura ingeniosa.
    Imagem de Luigi Ciuffreda








    " O que te estou escrevendo não é para se ler - é para se ser.
    A trombeta dos anjos-seres ecoa no sem tempo. Nasce no ar a primeira flor. Forma-se o chão que é a terra. O resto é ar e o resto é lento fogo em perpétua mutação. A palavra "perpétua" não existe porque não existe o tempo?
     Mas existe o ribombo. E a existência minha começa a existir. Começa então o tempo?"
    (...)

    in Água Viva

    Via: Rosa Leonor Pedro

Inglaterra (mergulhando mais, melhor e mais alto).

Pelo mundo adentro, afora - e acima - eu vou.
Londres foi mais um marco (como todas as viagens de trabalho em que me vejo lançada, cada vez mais) em mim, na minha forma de ver da Vida, a Dança e a mim mesma.

Cada lugar ensina-me mais do que poderia imaginar. Se é certo que sou contratada para ensinar e dançar - bençãos em si mesmas - a verdade é que também é TANTO aquilo que aprendo com as pessoas, lugares, culturas e mentalidades que encontro pelos Caminhos.

Londres parece-me uma velha senhora - conservadora e, no entanto, extravagante - com um gosto refinado pelo Mundo e tudo o que possa parecer exótico.

Um concerto poliglota desfila pelas cidades antigas e torturadas da cidade onde Sweeney Todd decidiu vingar a maldade - também - existente na Humanidade. Ele é português, espanhol, japonês, russo, francês e outros etcs linguísticos com parcos e tímidos laivos de inglês. Londres é o Mundo, do Mundo, para o Mundo (gosto disso).


Tendo eu uma Vénus em gémeos (os meus amigos da astrologia sabem o que isto indicia), sei que me apaixono facilmente e pelas mais diversas pessoas, sítios e sonhos. Londres caiu-me no colo da Emoção prontamente: sem reservas, explicações (como deve ser o Amor).



Comecei a minha expedição com o Musical Billy Elliot (um êxito em exibição no "West End" há vários anos) e chorei rios e mares do início ao fim do Musical. Não soubesse eu melhor que isso, teria dito que se tratava de noite de lua cheia (a lua cheia deixa-me sempre redonda, alterada, explosiva, hiper criativa e exageradamente emocional). Mas não: não era da lua. Era de mim mesma ou da emoção de ver o magnífico teatro "Victoria" a abarrotar pelas costuras e um monte Everest de Talentos em palco - cantando, dançando e actuando ("triple threat-triple dream").
A Dança como Salvação-Resgate da própria Vida - Ampliação de Sonhos: POSSÍVEL em vez dos mesquinhos impossíveis que insistem em cair-nos em cima: Billy Elliot sou eu ou a criança que fui e sempre serei: ávida de voos, de MAIS, de ALÉM.


Depois vieram as inevitáveis aventuras pela cidade (perder-me e achar-me em países desconhecidos é dos maiores prazeres da minha Vida), mais um Musical no bucho (desta feita, "Top Hat" - a recriação do clássico cinematográfico de Fred Astaire e Ginger Rodgers) a convite da doce Melanie Norman e o começo do trabalho (árduo, excitante, divertido e sério, simultaneamente - "comme il faut").

Tal como aconteceu na Rússia, fui feliz ao encontrar tanto talento e vontade genuína de aprender e MAIS ALÉM da corrente de clones aborrecida e pobre que tantos insistem em perpetuar no âmbito da Dança Oriental.


Reparei como é o CARÁCTER e a TENACIDADE que constituem a coluna vertebral de um bom/a bailarino/a. Tende-se a subestimar estas qualidades em prole da técnica ou até da vaidade (inimiga de toda a Arte) mas, no fim das contas, vejo que é deste tijolo que se fazem os vencedores - muito mais do que meros "wanna be´s". 



O prazer de passar um pouco dos Tesouros que tenho colhido nestes últimos anos de carreira e Vida no Egipto não tem preço. Sei - instintivamente - que é ESTA a minha Missão: ter resgatado a Origem e Essência da Dança Oriental no Egipto e depois plantá-la e fazê-la florescer em todo o MUNDO.


Ser jurada na competição "The BellyDance Trophies" doeu - como me dói sempre que tenho de julgar a dança de alguém - mas também teve os seus efeitos construtivos. Pude comentar os pontos fortes e mais fracos de cada bailarino da competição e aconselhar direcções a seguir. O enfoque da Competição era - para meu deleite - a melhoria da qualidade da dança de cada um e isso permeou todo o evento de um certo ar quente de amor.

Workshops de Dança Oriental moderna e Folclore egípcio (núbio) e um espectáculo com uma pequena orquestra árabe de Londres. Não sendo os meus músicos egípcios, ainda assim são melhores do que um cd. 
Cada orquestra é única (em estilo, nível técnico e artístico e maturidade pessoal e profissional); cada público é uma tela na qual tenho de pintar de forma diferente, única, adaptada aos seus olhos - ainda que sem comprometer a minha visão da Dança.

Curioso: o público londrino é FANTÁSTICO e CALOROSO - contrariando o que ouvira dizer sobre o mesmo- e creio que todos (eu, músicos e público) nos divertimos à brava, nos emocionámos e  surpreendemos mutuamente.
Dos palcos cairotas para os palcos do Mundo inteiro; dos sumptuosos teatros de Barcelona e da Rússia para um clube "Bollywood" de Londres : deliciosas transições: desvelo-me/revelo-me em muitas Joanas (de cada lugar, de todos os lugares). Através da diversidade de lugares, contextos culturais e seus públicos vou limando as arestas da ESSÊNCIA da Dança Oriental - chegando mais e mais perto ao seu âmago imutável, intocável e eterno (o âmago que toca todas as audiências, da África à Antártica através da linha condutora de que os Antigos Egípcios falavam tão eloquentemente: o CORAÇÃO, a ALMA).

Como Viajar é Educar-me, não pude deixar de percorrer museus, pessoas, exposições e ruas em busca de mais Luzes. Como as procurei: encontrei-as.


Um até já - recheado de Amor 
e Luzes de Natal - para Londres.
"See u soon".:)