Wednesday, August 22, 2012

Regresso a Barcelona, este Novembro!

Aqui está o "poster" oficial do "Barcelona Oriental Festival"
 a decorrer nos próximos dias 2,3 e 4 de Novembro, em Barcelona.

Feliz da Vida por partilhar a minha PAIXÃO pela Dança Oriental com Espanha, uma vez mais. 

Além de mim, o evento contará com a presença de outros maravilhosos artistas, incluindo a Saida Helou, um dos nomes mais conhecidos da Dança Oriental na Argentina e uma querida que conheci numa das vezes que lá ensinar/actuar.

Este evento PROMETE!

Para mais informações, sigam o link:


Tuesday, August 21, 2012

E a escalada das montanhas continua!

Sim, admito que tenho sido uma "blogger" meio ausente mas, posso adiantar em minha defesa, não é por falta de vontade. Muitos - quero dizer MUITOS! - trabalhos nas minhas mãos e navios que há que conduzir e fazer avançar sozinha. Não há dia que se estenda como o meu!
Depois de uma retirada estratégica de quase um mês que me permitiu terminar e limar o meu LIVRO (qual Verão, qual quê!), acabo de regressar ao Cairo e já me vejo inundada de compromissos e coisas - todas URGENTES...- para realizar e em muito pouco tempo. 
"Oh, Lord...dai-me força e disciplina para tanto!".

Desculpem qualquer ausência "bloggistica" (neologismo atirado à mesa agora, sem pensar) e sigam, sucintamente, as BOAS NOTÍCIAS que se seguem:

* Espectáculo MUITO ESPECIAL aqui no Cairo (depois entenderão porque é tão especial). Data a anunciar em breve.

* Workshops e espectáculos em Espanha (Barcelona), 
Portugal (Lisboa e Cascais), 
Inglaterra (Londres) e mais a ser anunciado...

* GRANDES mudanças no caminho
 (que sejam doces e engrandecedoras)!

***Sigam os meus vídeos, fotos e eventos no FACEBOOK ("Joana Saahirah II") 
ou no website "TheBellydancers.Tv"




Reflexões de aeroporto.


A minha sobrecarregada e abençoada cabecinha viu os seus fusíveis quase queimados durante a viagem de regresso ao Cairo. Os aeroportos sempre foram um dos meus sítios favoritos e território fértil para ideias, organização de ideias, objectivos e agenda interna e externa. Há qualquer coisa nesse estado de mobilidade e transitoriedade que eles representam que me inspiram.
Assim sendo, sentei-me com o meu - caríssimo ao ponto da roubalheira - cappuccino e pensei:

"O que tenho aprendido  de Dança Oriental com os egípcios? 
Entre muitas coisas importantes e desconhecidas da maioria das bailarinas-estudantes- profissionais ou amadoras do mundo inteiro, encontra-se algo simples mas ESSENCIAL à compreensão desta Arte:
Existe na forma egípcia de SER/DANÇAR uma fluidez, "laissez faire", serenidade e languidez antigas que tende a faltar aos estrangeiros (demasiado habituados/programados para FAZER-FAZER-FAZER e ainda PRODUZIR mais um pouco, jamais sentindo o MOMENTO presente. 

É como se os egípcios se permitissem ESTAR no AGORA sem ânsias de chegar ao amanhã, preocupações com o passado ou com  expectativas do que outros pensam sobre eles. 
Aceitam e praticam a PAUSA, o SILÊNCIO e o corajoso PROLONGAR de um dado MOMENTO que se queira eterno, simplesmente porque o SENTEM. 
Nada mais valioso ou raro do que isto.

Esta tranquilidade - que, MUITO frequentemente, roça o desleixo, como a maioria das "bailarinas" egípcias actuais podem comprovar - oferece-lhes uma vantagem secreta em relação aos ocidentais:
eles DISFRUTAM/RETIRAM PRAZER GENUÍNO do que SÃO e SENTEM no momento presente e isso reflecte-se na sua DANÇA.

P.S. Impossível separar a dança egípcia do povo que a originou (o egípcio). Para compreender a FUNDO a dança, há que compreender a FUNDO o seu povo.

Sunday, August 19, 2012

Criatividade e dissidência...

"Deus é Justiça. Conhecêmo-Lo através da nossa Consciência. 
Enquanto crianças, tornamo-nos demasiado pequeninos em relação ao Criador. Isso diminui-nos. A criatividade está relacionada com o conhecimento. Para se ser criativo, temos de ser desobedientes, como Eva. Se temos medo do Criador, sentiremos relutância em confiar em nós próprios. Se não sentires que és um génio, não podes criar. Para escrever, precisas de confiança, coragem, auto-confiança, e dissidência."

Nawal el Saadawy

Friday, August 17, 2012

Onde Deus reside...

Diz-se que Deus se encontra nos detalhes.

Sem razão aparente, fico a saber que Deus se encontra na RESILIÊNCIA.

Sim, é essa A palavra: RESILIÊNCIA 
(capacidade que um indivíduo ou população apresentam, após momento de adversidade, conseguindo adaptar-se ou evoluir positivamente frente à situação).

Joana Saahirah na "TheBellydancers.TV"


Mais umas imagens lindas (montagem de Monir Mahmoud) promovendo o meu canal no website:

"TheBellydancers.Tv"


Para aceder, directamente, aos meus vídeos, basta seguir a ligação:



DEDICADO à COMUNIDADE DE DANÇA ORIENTAL de PORTUGAL


Eis uma proposta antecipada dedicada à COMUNIDADE DE DANÇA ORIENTAL DE PORTUGAL!


Aqui fica o CONVITE para que apareçam na Tertúlia/Conferência sobre Cultura, Música e Dança Egípcia que realizarei em Lisboa, no próximo mês de Novembro. 

Esta conferência será ABERTA a TODA a GENTE, independentemente de frequentarem o WORKSHOP que a antecede ou não, e tem como um dos objectivos principais REUNIR pessoas - amadores e profissionais - que AMEM e RESPEITEM a Dança Oriental e a queiram ver CRESCER.
Sugiro esta REUNIÃO onde TODOS poderão e deverão intervir, partilhando experiências pessoais e perspectivas sobre O QUE FAZER para fazer com que a nossa DANÇA EVOLUA de forma POSITIVA e ARTÍSTICA.

Egos, vaidades e competições inúteis não estarão convidados.
 Apenas vocês, o vosso CORAÇÃO, MENTE e ALMA abertos.

Bem-vindos!


(A data e local exactos do evento serão, brevemente, divulgados).

Mulher dos sete ofícios.


Este Verão tem sido, exclusivamente, dedicado à ESCRITA e à reclusão a que ela nos obriga. Se forem seguidores dos meus blogues, terão ouvido isto umas milhentas vezes. 
Enquanto a imobilidade física a que este processo obriga me mata por dentro (estou ansiosa para recomeçar a mexer-me em palco), aproveito para mergulhar fundo no que tem de ser porque, o que tem de ser, tem MUITA FORÇA.

Fazendo justiça à fama geminiana de mulher dos sete ofícios, meti-me num curso de Escrita Criativa com o talentoso Pedro Chagas.
 Que estou a adorar, sim senhores. Que, acima de tudo, sou uma aluna, muito mais do que professora. Que gosto, mesmo, é de APRENDER, DESAFIAR-ME e SURPREENDER-ME e errar muito mas, como dizia um escritor famoso cujo nome não me recordo, ERRAR CADA VEZ MELHOR.


Thursday, August 16, 2012

Portugal, Espanha, Inglaterra e...

Aproveitando a onda de anúncios oficiais, aqui vão mais alguns:
Poderão contar com os meus workshops e espectáculo em Espanha (Barcelona, primeiro fim-de-semana de Novembro), Portugal (Workshops e Conferência em Novembro), Inglaterra (primeiro fim-de-semana de Dezembro) e muito mais...as surpresas não terminam aqui!

Feliz pelo espalhar da SEMENTE que de tanta luta, amor* e coragem é feita.
Mais detalhes sobre estes e outros eventos serão, muito brevemente, divulgados.
Bem-vindo, amado MUNDO!

Boas notícias: Joana S. em Israel!

É incrível como a Vida se desenrola à sua maneira tão própria e, sempre, misteriosa. 
Orit Maftsir é uma das raras bailarinas de Dança Oriental actuais a quem eu gosto de ver dançar, REALMENTE! Conhecemo-nos em Inglaterra, há uns aninhos atrás, num Festival onde estava a ensinar lado a lado com o meu querido Professor e Amigo, Mahmoud Reda.  O brilho, a energia e a paixão da Orit pareciam-me óbvios, bem como a VONTADE de aprender, evoluir e fazer coisas de qualidade.

Que lindo é observar como o Universo me devolve estes espelhos...eis que aqui anuncio, FELIZ e muito honrada, a minha participação no 
GRANDIOSO "FESTIVAL EILAT", em Israel, já em Janeiro de 2013!

Poderão contar com os meus workshops e espectáculo, bem como os de um conjunto de bailarinos/professores escolhidos a dedo com o mesmo critério de QUALIDADE e BELEZA a que a Orit já nos habituou.

Grata, desde já, por mais esta oportunidade de partilhar o AMOR pela DANÇA ORIENTAL pelo mundo fora. É uma benção fazer o que mais se ama e ver cada SONHO, mais e mais frequentemente, REALIZADO. 

Oração essencial: Obrigada, Vida!

Wednesday, August 15, 2012

Isadora...


  1. “Mas a dança do futuro terá de ser novamente uma arte altamente religiosa, como era entre os Gregos. 
    Porque a arte que não é religiosa, não é arte, é pura mercadoria.”

    Isadora Duncan 

    Quando Isadora menciona o carácter "RELIGIOSO" da dança, fá-lo nesse sentido original de SACRALIDADE. RELIGIOSO= RE-LIGARE, voltar a unir a Pessoa consigo mesma e com a sua dimensão divina.
     O problema é que se separou a RELIGIÃO do conceito do SAGRADO, erroneamente.

Tuesday, August 14, 2012

Nascimentos e seus tempos.

É bom receber as mensagens de apoio, inspiração e curiosidade sobre o LIVRO que estou a escrever. De certa forma, todos os que seguem a minha carreira na Dança Oriental - primeiro, no Egipto, AGORA pelo mundo fora - também se tornaram fans antecipados de um LIVRO muito aguardado e que está prestes a nascer.
*

Claro que só quem o ESCREVE sabe que existem tempos próprios para cada coisa.
 O LIVRO nasceu, numa primeira instância, no meu coração ( quando, ainda em Portugal, SENTI que tinha de ir a fundo no que é a DANÇA ORIENTAL e que esse mergulho só se daria se vivesse e construísse uma carreira de bailarina no Egipto). Fui LÁ e, contra ventos e marés, RESGATEI-ME (assim como ao significado e ALMA da Dança Oriental ) e 
CUMPRI-ME através do público egípcio que, tão generosamente, me ofereceu um
 SUCESSO que ninguém previra. 

Este LIVRO, que agora se mostra palpável diante de mim, foi a primeira razão que me levou  a deixar tudo para trás e a atirar-me ao Egipto coma  cara e a coragem. Há que entender que é nesse acto de AVENTURA DESTEMIDA que reside a sua semente
Levaram oito anos (dois deles passados a actuar pelo Médio Oriente, até aterrar - definitivamente - no Egipto) até que recolhesse material e propósito que justificassem a sua GESTAÇÃO.

O potencial e a intenção estiveram lá o tempo todo mas havia que respeitar os tempos de plantação, rega, crescimento e colheita.

Quando a Revolução egípcia de Janeiro de 2011 rebentou - a metros da minha casa - o impulso de sentar-me e começar a TENTAR traduzir o que a Grande Escola do Egipto me ensinara - profissional e pessoalmente falando - chegou. Nada foi forçado ou previamente planeado. As águas rebentaram por si só, simplesmente, e eu aceitei dar à LUZ.


No ano e meio que passou, vi-me atarantada entre a ESCRITA deste LIVRO, as viagens de trabalho que se multiplicam, as aulas e espectáculos de Dança, os Festivais e ainda as politiquices absurdas que só o Egipto consegue criar. Entre um aeroporto e outro, uma coreografia e uma aula, fui escrevendo - paciente e amorosamente - aquele que AGORA já posso chamar o MEU LIVRO. 

Mas, como só APRENDE, quem faz, eis-me num parto também ele faseado. Senão vejamos:

* Primeiro criei a estrutura-esqueleto do livro com as ideias, episódios, capítulos que deveriam estar presentes. 

*Em segundo lugar, surgiu-me a ideia de dividir os capítulos de uma forma original (não, ainda não conto qual) que fizesse sentido para mim, enquanto actriz e observadora da minha própria JORNADA.

*Depois foi escrever, escrever, escrever (o rascunho inicial tinha 800 páginas!)

*Quando terminado o corpo do LIVRO, houve que re-escrevê-lo com outros olhos críticos. 

*Agora é deixar o cozinhado repousar um pouco (bem como o meu massacrado cérebro), apurar os condimentos, RESPIRAR.

* E então relêr mais uma e outra vez, seguir cortando ervas daninhas e QUESTIONANDO-ME até à exaustão até chegar ao ponto rebuçado que só EU poderei identificar.


Para quem espera, ansiosamente, pelo LIVRO, aqui fica o meu abraço cheio de amor e gratidão. 
Juntem-se  ao clube! Também eu o espero com o coração nas mãos e a lâmpada da consciência acesa.

Sunday, August 12, 2012

Estado de alma actual.



Oscilação de temperaturas.


Sabes que o LIVRO que estás a escrever deve ser interessante quando o amas num instante e o odeias no momento seguinte (repetindo esta alternância cem vezes por dia).
Não sei como é que os escritores sobrevivem a ISTO! 

Saturday, August 11, 2012

Lapidando o diamante.

É isto que me tem ocupado os dias e as noites, ultimamente: lapidar o diamante. 

Reler, reescrever, cortar, acrescentar, reflectir sobre o primeira versão escrita do meu LIVRO com coração e olhos ATENTOS e um sentido de RESPONSABILIDADE bem saturnino. 

O diamante está lá, embora só eu ainda lhe possa ver o brilho, mas há que lascar a pedra, polir, teimar na aproximação à maior Beleza e Verdade possíveis. Perfeição, NUNCA. Totalidade, sempre. Pelo menos, tenta-se.
Tenho o quarto cheio de lascas de diamante.Chamo-lhes os meus tapetes de pirilampos mágicos e eles, fazendo justiça a este nome, iluminam-me as noites e escurecem-me os dias que é para eu VER melhor.


Janelas abertas:



Estes últimos tempos têm sido altura de muitas "notas internas". A relativa imobilidade física (exigência óbvia de quem está a escrever um livro) tem, como tudo, o seu lado positivo. Imobilidade=silêncio. Silêncio=espaço para reflexão e sentimento.

"Reparei que"...multiplica-se até à exaustão e é bom que assim seja. A viagem solitária da escrita - tão solitária que assustaria o Eremita* - é desconcertante, excitante e, frequentemente, exasperante. Muito "ante", portanto. 

Um dos benefícios colaterais desta louca jornada  é entrarmos tão dentro de nós que acabamos por nos conhecermos mais profundamente do que julgávamos ser possível. 
Como bailarina, professora e coreógrafa de Dança Oriental e Folclore Egípcio, tenho visto esse processo de auto-conhecimento como algo inerente a toda a CRIAÇÃO artística mas alegro-me de REPARAR que existem outras Iniciações próprias de quem é profissional ou louco o suficiente (eis o meu caso) para escrever um LIVRO. 

Reparo do que de Inconsciente e auto-biográfico a ESCRITA possui. Creio que se tentam resolver fantasmas do passado através das palavras e histórias que se opta por usar.
Auto-psicanálise...hmmm...perigoso e interessante.

Ainda em registo freudiano, REPAREI que só consigo escrever de frente para janelas abertas. Paredes, prateleiras, armários ou o mais que seja de lindo não serve. Tenho de escrever diante de janelas abertas. JANELAS. ABERTAS.


A minha progenitora, nobre representante das minhas raízes rurais, líder do Partido Secreto dos Anti-Diplomáticos,  polémica poetisa popular a atirar a Bocage e amante de neologismos que lhe caem da boca ao pequeno-almoço ("o teu pai andava a traquinar com os copos e empandeirou-me a cozinha toda...") diria que se trata de "mariquices". Pode ser que sim. Ou não.

Eis A questão.*


Wednesday, August 8, 2012

Lar, doce lar.









Os medos são assim...

Avistei dois cães brigando por cima um do outro quando corria ao final do dia na companhia do Gil (um dos nossos cães).

Quanto mais me aproximava dos cães, mais eles se imobilizavam sem, no entanto, sairem de cima um do outro.

Chegando ainda mais perto dos cães, já intrigada, reparei que eram dois pedaços de madeira sobrepostos que ali se abandonavam ao acaso.

Quando cara a cara com os ditos cujos, dei-me conta de que nem pedaços de madeira eram. Resumiam-se a duas cascas de árvores enroladas uma na outra. Inofensivas, mortas.

Assim são os nossos medos: quando os encaramos de perto, tendem a revelar-se sombras, ilusões e insignificâncias.
 É BOM sabê-lo.;)

Inutilidades essenciais.

Crença: Os dragões existem.
Mais belo objecto inventado pela Humanidade: o barco.
Melhor peça de calçado: chinelo tipo "havaianas" (ou descalça).
Perfume favorito: o da pele da minha sobrinha.
Forma mais apetecível de ir comprar o pão à mercearia da esquina: de bicicleta.
Alegria: Correr debaixo de uma tempestade torrencial.
...

Fazendo.

Só se aprende, FAZENDO
  (e errando corajosamente).

Pensei comigo mesma enquanto observava o raio dos vizinhos que se banham na piscina da casa ao lado da nossa, enquanto eu para aqui ando reclusa, trabalhando sem parar.
*Grrrr...

Mulheres que seguem os seus sonhos.

Muito feliz e orgulhosa com o resultado final do projecto de Keti Sherif 

("Women who follow their dreams"/

"Mulheres que seguem os seus sonhos").

O conceito encantou-me, desde o início. A ideia era recolher histórias de vida verídicas que provassem - por A + B - que VALE a pena seguir os nossos sonhos e ARRISCAR. Só ARRISCANDO é que se alcança o arco-íris. 
Tendo como mote a UNIÃO CRIATIVA - e mutuamente inspiradora - entre MULHERES, o projecto interessou-me ainda mais. 
Continuo a bater na mesma tecla: MULHERES, UNAM-SE! Só nessa união poderão crescer. A mulher que inveja, cobiça, compete e prejudica outras mulheres só se humilha a si mesma e à sua condição feminina. Temos muito mais a APRENDER e a GANHAR umas com as outras do que a perder. Acreditem!

E, voilá!, o resultado já está disponível no website de Keti Sherif. Façam o "download", leiam, deixem-se INSPIRAR e tenham a CORAGEM de seguir os vossos sonhos. 
Amen.

Para aceder à compilação de histórias, basta seguir o link:



Tuesday, August 7, 2012

Âncora...

Disse-lhe que era cigana e que o meu poiso era o ar, o fogo e o mar. Que a minha casa era a não-casa onde o mundo inteiro toma café ao pequeno-almoço.
Acrescentei que a terra me metia medo, de demasiado densa e povoada de monstros, e que a minha mais preciosa propriedade eram as minhas asas. Suspirei, em cansaço a roçar o desespero, que ninguém me poderia prender e que havia mais de quetzal em mim do que mulher. 

Ao que ele respondeu, apertando-me contra o seu peito: Coloca os passados e medos nas traseiras das tuas asas e dá-los a comer aos pobres pássaros esfomeados. Vem ancorar-te a mim que eu em ti já me ancorei. 
E assim nos ancorámos um ao outro, eu com as minhas asas e ele com o ar que lhes ampliava o voo, beijando-me com a sua boca de pássaro.

Sunday, August 5, 2012

Hipérbole de Amor...

Ah, tenho descoberto tantas coisas no decorrer das minhas travessias pelo deserto!
Que escrever o meu LIVRO é uma mistura cinematográfica entre Epicuro e Marquês de Sade (como podem conviver, tão loucamente, o mais extremo prazer e o sofrimento pela Dúvida e pelos fantasmas causada?!).

Que hoje se lembra a morte física de  Marylin Monroe, minha querida companheira astral (geminiana como eu) e símbolo eterno da VULNERABILIDADE.
Que ninguém nos diz que a realização dos sonhos tem um preço, que não existe alegria sem tristeza e que nenhum grande feito - ou vitória meritória desse nome - se alcança sem uma valente dose de TRABALHO DURO.

Ah, queria ser "cool" e relatar horas glamourosas de escrita onde sou a mais feliz das mulheres mas isso seria desleal. Para comigo mesma e para quem me lê. Enquanto reescrevo o meu LIVRO, sofro tanto quanto me alegro, sinto dores no corpo (há algo de anti-natura nisto de uma bailarina profissional passar horas com o corpo imóvel, todos os dias!) e remorsos por me dar ao luxo da reclusão para ESCREVER. 
Ninguém diz que o que VALE a PENA não fica bem em fotografias, nem vende revistas côr-de-rosa. A profundidade e a qualidade dão trabalho, acarretam suor, olheiras, perdas de paciência e fé recorrentes, momentos de êxtase intercalados com episódios de depressão transitória mas convicta.
Desperto às 7h da manhã, disciplinadamente (abençoado ascendente em Capricórnio!), e obrigo o cérebro cansado ao retomar da PAIXÃO e da CONCENTRAÇÃO TOTAL.

Escrever o meu LIVRO é maratona, corrida de longo curso comigo mesma, uma paixão que se espraia para o AMOR e dele extravasa, solidificando-se numa HIPÉRBOLE de AMOR a manter enquanto a porta final não se fechar.
Uma chávena de café e os primeiros raios de sol irrompem pela janela do quarto onde montei a minha corajosa Torre de Marfim. Respiro fundo e acredito que o AMOR é possível. Repetidamente, a cada dia, a cada segundo onde a convicção se renove e consiga LEVANTAR VOO...
P.S. O segredo para se conseguir VOAR?
Ah, é seguir CAMINHANDO...