Sunday, September 30, 2012

Joana Saahirah of Cairo at Ahlan Wa Sahlan Festival


Souvenir de uma parte - pequenina- da minha actuação na Gala de Encerramento do
 Festival "Ahlan Wa Sahlan"- Cairo: um dos espectáculos mais difíceis que já apresentei até hoje.

Depois de ter sido pessoalmente convidada pela organizadora do evento - Mad. Raqia Hassan - para encerrar o festival, deparei-me com uma audiência estática que me encarou como se fosse uma extra-terrestre.

Posso dizer - em defesa dessa audiência - que depois "aqueceu" e consegui tê-los comigo, juntinho ao coração mas...uff! ...foi complicado. Demasiado habituada a dançar para egípcios - pouco habituada a dançar para audiências de professores e bailarinos profissionais estrangeiros que "analizam" quem dança mais do que o/a apreciam/sentem.

O resto do espectáculo será disponibilizado aqui no blogue e na minha Fan Page do Facebook - muito brevemente.

Encontros de carinho e dança:

Porque não é todos os dias que se fazem amigos verdadeiros no mundo da Dança Oriental (especialmente no Cairo!), é com enorme prazer e alegria de criança que partilho algumas imagens de excepcionais pessoas que comigo- nestas andanças - se cruzam, tornando-as mais leves, excitantes e Luminosas.
Eu e a Evelina - Cairo.

Eu e um gatinho negro, Hussein (Cairo).


Eu, a Evelina, a maravilhosa Dandash e a Jacy - Cairo.


Eu, a Evelina, o Ali Sherif e a Jacy- Cairo.


Paixão súbita: Marcelo Buainain.

Sou feita de Paixão: para o bem e para o - talvez...- mal.
Apaixono-me tanto e por tanta coisa e pessoas que acabo por assumir-me apaixonada (afinal) pelo próprio estado de Paixão.
Além deste estado constante de febre amorosa com que já nasci contaminada, ainda se acrescenta a sede de inspiração e surpresas boas que em mim navega, fazendo com que encontre soluções criativas para o meu trabalho (na Dança) entre os mais diversos e inesperados rios.
Eis um dos rios que tanto me encantou, assim que em mim desaguou: a FOTOGRAFIA de Marcelo Buainain, artista brasileiro.
Há quem não veja a ligação entre a Dança Oriental e a Fotografia (ou o Teatro, a Escultura, a Literatura, etc). Face a esses "distraídos de mente e coração adormecidos" apenas encolho os ombros e desejo melhores dias. 
As imagens capturadas por Marcelo são de uma HUMANIDADE que transcende essas próprias imagens. É dessa HUMANIDADE que me alimento, indepentendemente do disfarce que ela* vista.
Para mais informações sobre o trabalho deste Artista, consultem o website citado no final deste "post".




Website do Marcelo Buainain: 


Wednesday, September 19, 2012

Mandala e Oração: higiéne diária.


ÊXTASE

"ORAÇÃO DO VENCEDOR
Recebo continuamente a inspiração direta de Deus. 
Tomo rapidamente decisões curtas, 
...
Surpresas felizes me sucedem diariamente. 
Vejo com admiração tudo o que se acha em minha volta. 
Tenho uma vida tranqüila que me pertence por direito divino e me vem pela graça 
de um modo perfeito para o bem de todos os envolvidos. 
A cada dia, eu sei com mais clareza quem eu sou e este conhecimento me conduz 
ao pleno desenvolvimento de minha energia potencial. 
Sou contagiante, corajoso, calmo e inteligente. 
Tenho um corpo saudável e perfeito. 
Tenho em minha mente sonhos e objetivos que alimentam meu ser em todos os aspectos da minha vida. 

Assim é!"

Via: Marcelo Dalla

Friday, September 14, 2012

Workshops de Iniciação (Oriental e Folclore) em Cascais: 17,18 de Novembro!

Joana Saahirah do Cairo apresenta dois WORKSHOPS de INICIAÇÃO
 (Dança Oriental e Folclore Egípcio) em Cascais.
*
Os pilares de danças ancestrais egípcios que levam à compreensão profunda de um mundo exótico (distante de nós), bem como ao fundo de nós mesmos.

Partindo da sua experiência e conhecimentos acumulados em sete anos de carreira no Egipto (e, mais recentemente, pelo mundo fora), Joana Saahirah leva o MELHOR da ALMA do EGIPTO a Portugal.

Workshops de Iniciação à Dança Oriental e ao Folclore egípcios em Cascais, Portugal,
nos dias 17 e 18 de Novembro.

Ideal para alunos que querem entrar nos universos mágicos das danças egípcias pela porta de ouro ou para alunos/professores/bailarinos de todos os níveis que pretendam saber mais sobre esta área, partindo da minha perspectiva e método baseados no melhor que o Ocidente e o Oriente possuem.
*

Para informações e inscrições, contactar:
info@frm-formacao.com
www.frm-formacao.com


Telfs: 214852405;
963956541; 917239881


(Foto-montagem da autoria de Monir Mahmoud)


Coisas BOAS que se seguem:



No meio do caos e da instabilidade, o meu Navio avança (graças a Deus e a um jogo de cintura - realmente - digno de uma profissional de Dança Oriental):


*Terminando a edição/revisão do meu LIVRO (que longa, desafiante e prazeirosa travessia do deserto...);

*Preparação de espectáculos, workshops e conferências nos seguintes países:

*Espanha (Barcelona): dias 2,3,4 de Novembro;

*Portugal (Cascais) - Workshops de Iniciação à Dança Oriental e ao Folclore Egípcio: dias 17,18 de Novembro;

*Rússia: dias 23,24,25 de Novembro;


*Uganda (sim, leram bem!:): dias 1,2,3 de Dezembro;

*Inglaterra (Londres): dias 6,7,8 de Dezembro;


*Irlanda (Dublin e Tullamore - castelo de Charleville e meus amigos 
fantasmas): dias 14,15 de Dezembro...


E mais NOVIDADES a caminho.
Grata e muito FELIZ pela expansão da minha carreira e pelas oportunidades de espalhar as sementes do meu AMOR pelo mundo.

Eis o meu lema: trazendo de volta a ALMA* da Dança Oriental. Assim seja. Assim É.*

Valores Versus Patetadas "religiosas".


É que falta a pachorra para aturar tanta idiotice e ignorância. Apetece lançar um balde de água fria à cara de muito boa gente que é para ver se acordam - de uma vez por todas.

Desde que vivo e danço, profissionalmente, no Egipto que me deparo com o mesmo dilema (entre muitos outros): como conciliar os meus VALORES (cuja base simples mas essencial é ":não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti") com a ausência de valores dos que me rodeiam e a sua religiosidade de chinelo no pé. Ele é religião, regras, proibições, mesquitas e igrejas, não faças isto e não digas aquilo e as maiores barbaridades cometidas com o suposto aval do nome de Deus. 

Recentemente, um idiota qualquer (com certeza, pago para atirar fogo ao circo já de si inflamado do extremismo religioso no Médio Oriente) filmou e divulgou um vídeo ridículo e ofensivo em relação ao Profeta Maomé, figura mítica e sagrada para os Muçulmanos. Resultado?
Manifestações na Líbia e no Egipto (com tendência a estenderem-se a outros países maioritariamente muçulmanos), demonstrações contra os Estados Unidos da América e um embaixador morto. E não fica por aqui...
Parece o começo de uma guerra "religiosa" (a GUERRA e RELIGIÃO tornam-se, mais uma vez, sinónimos!) e tudo por causa da tagarelice estúpida de um Chico Esperto bem mandado/pago.

Digo:

Mais VALORES e menos balelas e guerrinhas tontas que só DIVIDEM as pessoas, em vez de UNI-LAS (coisa que muito convém aos Poderosos que não querem que o Egipto avance na direcção da LIBERDADE e da PROSPERIDADE que merece). 

Ontem passei pelas manifestações (com direito a fogos postos, gás lacrimogénio, batatada: o folclore todinho) em Garden City, aqui no Cairo. Já nem pude comentar o que via. Já é  demasiado tempo a virar estes frangos...
 O que não faz a ignorância, meu DEUS!

Mohamed Shahin em Portugal:


Recomendadíssimo: Mohamed Shahin em Portugal  em Novembro! 

Sabem que é raro recomendar eventos de outros bailarinos da área da Dança Oriental. Isso deve-se ao simples facto de não existir muita coisa que me entusiasme nesta área. Existe, na minha opinião, demasiada gente a trabalhar "profissionalmente" (com umas aspas muito sarcásticas) mas sem qualquer ideia do que estão a fazer ou do que é a Dança Oriental e o Folclore Egípcio. 

Apoiei - como sempre apoiarei - o meu querido Mahmoud Reda e as edições do 
EAST FEST (um esforço meritório para trazer o MELHOR desta área a Portugal) mas pouco mais existe que mereça a minha recomendação.

Eis uma excepção: Mohamed Shahin, não só meu amigo como excelente profissional. Aproveitem! 


Link para informações: 



Wednesday, September 12, 2012

Joana Saahirah do Cairo na Rússia.

Primeiro foram  Karl Marx e Trotsky (nomes comuns numa família com tradição comunista, como é o caso da minha); depois foi Stanislavsky e o seu método de representação aprendido no Conservatório Nacional de Teatro e Cinema (onde me formei como Actriz); seguiu-se o amor crescente por Dostoyevsky ("Ana Karenina" é, provavelmente, o meu LIVRO preferido por variadas razões).
Agora é Dança Oriental na Rússia: gosto desta Evolução das coisas...:)


Anuncio os meus workshops e espectáculo na Rússia com uma imensa alegria - daquelas que se sentem quando SABEMOS que estamos a CUMPRIR, corajosamente, TODOS os nossos SONHOS e MISSÃO DE VIDA.

Será já este mês de Novembro e consta que o local do evento fica na fronteira com a Sibéria (neve espessa e branquinha, tiritares assustadores e vodka à mistura). Preparando o MELHOR de mim para não desapontar as expectativas sobre o meu trabalho. Expectativas essas que continuam a crescer, graças a Deus, infinitamente.
Para mais informações, sigam o LINK:



Grata por poder CAMINHAR na direcção que sempre SONHEI para mim.


Monday, September 10, 2012

Revolução: AGORA.

Nunca fui sensata, comedida, diplomática, cuidadosa em não ferir susceptibilidades; tão pouco, alguma vez, fui cobarde e, por isso, é impossível demitir-me da responsabilidade que tenho enquanto cidadã do mundo. 
Nestes últimos anos de vida e carreira no Egipto, jamais fechei os olhos ou a boca quando alguma injustiça ou crueldade me passou pela frente. Recusei vender-me a um sistema profundamente doente e apodrecido; denunciei os maus tratos a mulheres e, em concreto, às bailarinas; fiz frente - pagando caro por isso - a uma mentalidade obtusa que não sabe definir  o que é um SER HUMANO.

A família e os amigos preocupam-se pela minha ousada atitude em relação à política no Egipto e pelo facto de colocar em risco a minha integridade física através de críticas abertas e comportamentos que vão contra o estado calamitoso das coisas e os poderes vigentes.

 Embora compreenda a sua preocupação e saiba, em plena consciência, que já me deixei prejudicar várias vezes e coloco a minha vida em risco, é IMPOSSÍVEL calar-me. Feitio ou defeito, dependendo da perspectiva.

Do que se passa no Egipto já nem me apetece falar: não por medo, mas por exaustão pura e dura.
 As notícias do que se está a passar em Portugal reacenderam, no entanto, essa  REVOLTA URGENTE e ESSENCIAL contra a INJUSTIÇA e a CORRUPÇÃO. Aqui no Egipto, em Portugal, em qualquer outra parte do mundo.


Há quem defenda que os Artistas não devem manifestar-se politicamente; creio que quem o afirma é cobardolas e não merece o meu respeito. 
A Política equivale a LEIS e essas leis reflectem-se na nossa QUALIDADE de VIDA. Se esta é  arruinada e serve os interesses de ladrões e assassinos, quem seria eu senão me insurgisse contra tamanha FEALDADE? 
Se me digo sensível na minha Arte, como na minha Vida, como posso ficar indiferente ao que se está a passar no mundo e, em concreto, nos dois países a que chamo "meus"?!

Sim, é cómodo e seguro ficar na rectaguarda e ver o navio afundar-se - enquanto se espera por um milagre - mas não faz o meu estilo. Estivesse eu em Portugal neste próximo dia 15 de Setembro e tenho a certeza que ficaria sem voz de tanto gritar: "CHEGA!" Familiares, amigos, gente educada e brilhante...todos no desemprego, emigrando, sobrevivendo miseravelmente...desde quando isto já se viu?!

Apelo - como Artista e Ser Humano - a que vão a esta manifestação em Lisboa e que se UNAM pelo que é CORRECTO e JUSTO. 
A aprender: Não nascemos LIVRES, como dizem os Direitos Humanos. 
Neste mundo ainda dominado pela matéria mais baixa, a LIBERDADE ainda se CONQUISTA: não nos é dada, nunca o foi.



Pensamentos (pouco) secretos.



Sunday, September 9, 2012

Devaneios...


  • "De onde vieste? – Perguntou o marinheiro (maravilhado) à sereia descabelada que interpelara a sua frágil canoa à beira do naufrágio.
    Ela pareceu assustar-se (não era todos os dias que um humano a apanhava nas suas redes) e bateu a cauda, ansiosamente, mas sem deixar de levar o extasiado marinheiro consigo.

    Sem que tivesse tempo de reacção, João Mentolia (era esse o nome do aventureiro que acabara, por ironia do Destino, como marinheiro) viu-se arrastado pelas mãos de golfinho da sereia; foram os dois pelo mar adentro, entrelaçados, em direcção a parte incerta.

    A sereia parecia tão assustada quanto ele; no entanto, o mergulho no escuro do oceano era inevitável para os dois, a caçadora/peixe e o caçado/marinheiro.

    Saber quem era o caçador e a presa tornou-se tarefa impossível e inútil.

    João Mentolia viu maravilhas nunca sonhadas (ou temidas) no palácio secreto para o qual a sereia o levou, dançando em gradual estado de paz.

    Peixes, algas e rochas de todas as cores e feitios, seres ambíguos que redefiniam o que é ser-se animal, humano e de que somos todos feitos.

    Foi sem palavras nem grandes surpresas que João se viu falando com os peixes (entre os quais se encontrava a rainha daquele reino sub-aquático e as irmãs da sereia que, celebrando, lhe enfiaram no dedo uma aliança de casamento feita de cordas de navios abandonados).

    As celebrações nupciais seguiram-se, sem demora ou inúteis protocolos, e foi assim que o João Mentolia descobriu que as sereias, mundos mágicos e Amores inexplicáveis existiam.

    Eram, afinal, todos farinha do mesmo saco que os Aventureiros levam às costas. “
    ***

    Texto escrito por mim, como exercício de TPC (trabalho para casa - lembram-se disto?!) do Curso de escrita criativa ministrado pelo Pedro Chagas Freitas.
    Por alguma razão que - quase - reconheço, este texto remete-me para a minha infância: que é como quem diz, para MIM MESMA.

Sensualidade é:

Dançar. Livre: presa na minha Liberdade.

Dançar por mim; dançar por ti e tu em mim.

Dançar em mim, através de ti : em Nós.
:)...

Soa-me (demasiado) familiar...hmm!

"As awalim eram as especialistas das artes egípcias, que dançavam, cantavam, tocavam instrumentos e transmitiam as tradições às suas aprendizes. Encontrar uma maalimah teria sido bastante fácil algumas décadas atrás. Durante séculos, clãs de artistas das vilas do Nilo passavam as formas mais puras da antiga dança do Egipto de geração em geração. Quando estas famílias se instalaram no Cairo, juntaram-se todas num bairro de artistas.

Ainda há vestígios da sua passagem por ali, ao longo da Rua Mohamed Ali, em pequenas lojas com o cheiro pungente da cola e do serrim do fabrico de alaúdes e das peles de peixe mal-cheirosas usadas pelos fabricantes de tambores. Pelas portas abertas, os gemidos das flautas ou o rataplão dos tambores indicavam um artesão a testar os seus produtos. 
Mas as dançarinas tinham desaparecido.

-Cansaram-se de terem a polícia sempre a incomodá-las - explicou-me um velho artesão. - A polícia tratava-as como se fossem prostitutas, sempre a invadirem-lhes a casa para ver se encontravam homens. 

Disse que, nesse momento, ninguém animava uma filha a tentar a carreira da dança.
-A pressão é excessiva. Mas passará. Elas voltarão um dia."

In: NOVE PARTES DE DESEJO,
Geraldine Brooks

"Yo no creo en brujas pero que las hay: hay!"


"Una bruja es una persona con poder personal.
Las brujas sabias dicen la verdad con compasión, y no comulgan con lo que no les gusta...
Algunos hombres excepcionales pueden llegar a ser brujas, los que tienen compasión, sabiduría, humor y no están supeditados al poder."
-Jean Sinoda Bolen


Via: Joana Gea Rius

Thursday, September 6, 2012

Clichés do Egipto pós-(quase) revolucionário.

É daqueles assuntos que, de tão batido e SENTIDO no meu dia-a-dia, já fartou para lá da conta da minha diminuta paciência.
O assédio sexual brutal nas ruas - com crescente violência física - e uma mentalidade que já era atrasada mas que - agora - está a apontar para tempos medievais escuríssimos; o extremismo religioso crescente que cobre todas os pensamentos, atitudes e acções dos egípcios; o medo-pudor-ódio à Música, Dança e a tudo o que é BELO e VIVO debaixo de um suposto moralismo que só existe na frágil aparência da idiotice e da hipocrisia; e a lista continua.

Tenho dito várias vezes que a razão pela qual vim VIVER e DANÇAR profissionalmente para o Egipto se me revela clara: RESGATAR o PASSADO. O meu passado - pessoalmente falando -e  o passado (ou origem/raízes) da Dança Oriental. Vim apanhar a ponta da cauda do dragão, a última réstia de VERDADEIRA ALMA EGÍPCIA, tão maravilhosamente expressa na Dança que me escolheu e na minha pele se entranhou sob o pretexto do Destino ("nasib").

É com pouca surpresa - mas alguma tristeza - que vejo a Dança e a Música egípcias a morrerem por cá. Abençoados os artistas que as mantêm - e as farão CRESCER - pelo mundo fora. No Egipto, segundo aquilo que pude observar nos últimos anos, a alma do povo e da sua cultura musical e de dança estão mortos. 

Cabe-me a mim - e a outros profissionais espalhados pelos quatro cantos do mundo- levar o MELHOR desta Arte mais longe do que, alguma vez, foi. Resgatar a dança egípcia será, de certa forma, resgatar o melhor do Egipto (embora os próprios egípcios não o saibam devido à cegueira mental, emocional, física e espiritual de que são vítimas há demasiado tempo).
MUITO e BELO trabalho a fazer. :)


(Frívolo) salva-vidas.

E é só isto que me salva nestes dias loucos que em mim correm:

Hmmm...só a cachaça?!

Hmm... (dedo indicador na bochecha)... está-me cá a parecer que não é só a cachaça que transforma supostos seres humanos em idiotas abaixo de animalescos. Veja-se o que se passa nas ruas do Cairo, presentemente, e saiba-se que o consumo de cachaça (ou quaisquer outras bebidas alcoólicas) são proíbidas pelo Islão e por lei (embora ambos se prostrem perante o verdadeiro Deus que a maioria dos egípcios/árabes segue: DINHEIRO).

Não, pá; não é só a cachaça...é a ignorância, a falta de educação, uma mentalidade que transformou pessoas em autómatos sem sentimentos, coração ou consciência há muitas gerações atrás, uma religião dominante que nada tem de RELIGIOSO, poderes políticos que teimam em manter o seu povo a baixo do limiar da pobreza para que jamais VIVAM e apenas lutem pela sobrevivência. Quem apenas sobrevive - esfolando, roubando, traindo, desumanizando-se - não tem TEMPO, ENERGIA ou VONTADE de PENSAR, QUESTIONAR, REAGIR.

Primeiro o pão e a água; depois um tecto sobre a cabeça e uma muda de roupa com que cobrir o corpo oprimido e além-exausto e só depois - muito depois - chegam uma cabeça, coração e alma ACESOS.
HERÓIS: precisam-se urgentemente. Mas os que existem estão presos, já foram mortos ou já lhes ataram as mãos e a língua de tal forma que passaram a seguir de tapete aos idiotas das cachaças que julgam ser eternos, vangloriados, impunes e GRANDES por serem tão pequeninos.



Wednesday, September 5, 2012

Workshops de Iniciação em Cascais (Novembro)


Workshops de Iniciação à Dança Oriental e ao Folclore egípcios em Cascais, Portugal,
 nos dias 17 e 18 de Novembro.

Para informações e inscrições, contactar:
info@frm-formacao.com
www.frm-formacao.com

Telfs: 214852405;  
963956541;  
917239881



Monday, September 3, 2012

A caminho da Rússia, da Inglaterra; da Lua...


O Outono anuncia-se excitante, cheio de desafios, viagens e partilhas* (além dos brutais renascimentos que me puxam pelas tranças da alma com uma força que me impossibilita de respirar normalmente).

Começarei por Espanha, depois rumo a Portugal, Rússia, Inglaterra e Irlanda. Seguidinhos, colados uns aos outros pelo imenso e eterno AMOR que tenho à Dança que me escolheu.
Mais detalhes sobre estes - e outros:) - eventos serão colocados aqui no blogue muito prontamente.

O privilégio de espalhar as sementes da Dança que resgatei nestes últimos anos de carreira e Vida no Egipto  é tão maravilhoso que extrapola o próprio conceito de GRATIDÃO.
Numa só palavra: AMOR.



Da paciência e outras escassas virtudes.



Tornou-se difícil - já para não dizer "impossível" - comentar os acontecimentos actuais do Egipto, especialmente no que concerne às Mulheres e à Dança Oriental (intimamente ligadas). Falta-me o tempo, disponibilidade mental, paciência e outras qualidades que tentei cultivar com tanto esmero, apenas para vê-las esvair-se pelo cano da Virtude à medida em que o país a que chamo "minha casa" e "parte da minha alma" se afunda em cavernas medievais. 

Falar de assédio sexual, desrespeito e violações das quais as mulheres são vítimas no Cairo -apenas por ousarem circular em espaços públicos - tornou-se redundante, demasiado comum, "cliché" bizarro e empoeirado. 

Referir como o crescente extremismo religioso está a piorar, a olhos vistos, as condições de trabalho (que nunca foram favoráveis!) para as bailarinas e a forma como estas são tratadas no quotidiano também já é chover no molhado. 

Apontar a insegurança, fenómeno novo no Egipto, e uma atmosfera de loucura generalizada assumida tão pouco soa a novidade. 

Sim, faltam-me as qualidades que, cuidadosamente, cultivei durante estes últimos anos de trabalho como bailarina e vida no Egipto: tolerância para com quem/o que não compreendo, sentido de humor face à crueldade e à loucura, flexibilidade para "desculpar" atitudes que me parecem desumanas, calma para contornar os milhentos obstáculos que sempre se apresentam se alguém calha a ser Mulher, Bailarina, Estrangeira e Honesta (ó pecados!) neste país. 

Castiga-se a honra e coroa-se o corrupto; vangloria-se o ladrão e castiga-se quem é honesto; fazem-se vénias à prostituta e cortam-se as pernas à mulher que recusa vender-se; chama-se grande pachá ao trafulha e humilha-se quem não pisa nos outros; ri-se de princípios éticos que nos distinguem dos monstros e enaltecem-se mentiras, desrespeito, violência e ignorância; esquece-se a CONSCIÊNCIA e finge-se ser religioso.
 Vai-se à mesquita - para criar calo na testa, baby... - e de lá se sai, directamente, para um bordel de enganos, maldade e secura total de coração.

Falta-me  a vontade de Dançar num país que viu a sua Revolução boicotada e roubada e pelas suas próprias mãos regressa - a passada veloz - ao tempo das Trevas.

Talvez consiga, daqui a uns tempos, recuperar o fôlego e recuperar essas qualidades perdidas. Por enquanto, só queda a desesperança e uma tristeza profunda ao constatar como um país com uma Grande Alma a teima em ignorar em nome de uma suposta religião.

Do sítio onde estou, neste momento, só consigo falar silêncio e ver a escuridão mais profunda (e talvez esta seja essencial para conhecer o berço da Luz, das estrelas, dos cometas e do Amor).

O estado do Egipto.

Porque me falham as palavras, frequentemente, ao tentar exprimir a realidade vivida:


Saturday, September 1, 2012

O chamamento.



  • "Considerai, ó deuses, os poetas e os amantes cuja visão interior povoa o mundo de uma alegria que quer a eternidade. O globo contém a respiração à espera que esse mundo de imaginação seja a verdade e as relações humanas tenham a beleza da poesia e do amor"

    Oração a Osíris

    Via: Rosa Leonor Pedro