Sunday, April 7, 2013

O Mundo* no coração (Málaga, Espanha)


 
Zanguem-se comigo - chamem-me de louca ou conservadora, tendenciosa ou preconceituosa - mas, para mim, Espanha é Andaluzia.
Regressar a Málaga para o Festival "Almárabe" foi mais do que o indizível prazer de espalhar sementes de Dança Oriental/Amor pelo mundo; foi um regresso a casa, um repisar do solo que me viu crescer e um reacender de fogos que jamais deixaram de arder em mim.
Actuações -no espectáculo do festival - totalmente improvisadas com a orquestra "Funun" e com o meu amigo Mohamed el Sayed (que tocou, meio assustado!, um solo de tabla orquestra por mim no momento, segundo a segundo); os workshops cobriram dois temas totalmente distintos um do outro e empurraram-nos a todos (a mim e às alunas) para novas dimensões e visões da dança, do sentimento, da arte e do mundo.
Um comentário do público - em relação à minha actuação improvisada com a orquestra - deixou-me particularmente feliz. Consta que, segundo um casal malaguenho particularmente amante de Dança, eu me pareço (em palco) como as ciganas do Flamenco andaluz. Quem bem me conhece sabe o que este comentário significa para mim (babadíssima).
As pinturas de Pablo Picasso recorridas com o olhar mais atento, a comida e os aromas da Andaluzia (com seus santos católicos teatrais de tão dramáticos que se pintam) passando-me pelas mãos curiosas, momentos de riso, algum medo (sempre a necessária insegurança que me faz avançar, crescer, exigir mais e MAIS de mim e menos dos outros) e a Paixão: omnipresente: potente e frágil mas ardendo sem descanso em cada passo que dou.

Grata por tudo (as palavras saem-me sintéticas, anoréxicas, silenciosas pelos dias que agora passam). Estou-me assim: sem necessidade de palavras, explicações e compreensões: apenas entregue à Vida e abençoada com a lucidez da GRATIDÃO.



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