Thursday, March 29, 2012

"As Dançarinas do Cairo" - "Les Danseuses du Caire" (legenda em português)




Muito grata ao Marcos Ghazalla por partilhar este vídeo.
Um comentário completo ao que aqui se expõe seria um pequeno tratado sobre o estado da Dança Oriental no Egipto mas eis alguns pontos que gostaria de sublinhar para que outros/as bailarinos/as conheçam melhor esta realidade como ela, VERDADEIRAMENTE, é.

Há que dizer, primeiro que tudo, que o percurso de cada bailarina que trabalha no Cairo é único e com contornos particulares, não forçosamente aplicáveis a toda a gente.
No meu caso, as coisas têm sido - desde o início - atípicas e, devo dizer, pelo caminho mais complicado de trilhar. Vim para o Cairo sem agente, empresário, contactos ou perspectivas de trabalho. Ninguém me deu a mão, muito pelo contrário, e o trabalho que consegui veio - EXCLUSIVAMENTE - da minha perseverança, ousadia e provas dadas de talento e competência.
Este não é o trajecto das bailarinas que conheço. Estrangeiras ou egípcias. Por norma, elas têm um agente que as promove, lhes procura contratos, lhes arranja uma orquestra e a ensaia e lhes assegura a continuidade da carreira. Na maioria das vezes, este agente é um proxeneta (dos pobrezinhos ou dos ricos) que não a auxiliará sem levar dinheiro e/ou sexo extra para casa.

Fui eu, sozinha, quem arranjou os meus contratos, quem reuniu a minha orquestra, quem os ensaia e quem faz com que a minha carreira evolua.

Depois existem as várias classes de Bailarinas:
Este vídeo mostra tres delas, bem distintas.

*A mais baixa, bailarina egípcia de "cabarets" de quinta categoria que é, na verdade, prostituta assumida. Ainda que não o fosse, a sua família ofereceria oposição à sua profissão mas a verdade é que, a este nível, todos sabemos que o palco é apenas uma montra barata para angariar clientes para a prostituição. Na maior parte das vezes, elas nem recebem "cachet" pelo "espectáculo", sabendo que conseguirão o seu pagamento de outras fontes.

*A bailarina de estatuto médio, estrangeira, actuando -maioritariamente - para turistas. A sua orquestra é mais reduzida e o que ganha também mas, por norma, trata-se de profissionais honestas que AMAM a Dança e que por ela se sacrificam, trabalhando no Cairo a fim de obter um mais profundo entendimento da Música e da Dança egípcias.

*A bailarina, estrangeira ou egípcia, do hotel de 5 estrelas é, por norma, a prostituta de luxo. Embora o aspecto do negócio e os nomes que se dão às coisas sejam mais delicados, a verdade é que não se dança em hotéis de cinco estrelas do Cairo sem andar enrolada com o dono ou gerente do local. A história e os factos comprovam o que digo. Estas bailarinas são, geralmente, as namoradas dos seus próprios patrões que nelas investem como se investe numa propriedade da qual se tira proveitos vários.

Feita a distinção, é bom focar que a Dança Oriental ainda é vista como sinónimo de prostituição e todo o sistema em que ela se desenvolve funciona nessa base. Para se conseguir singrar neste mercado sem dormir com o patrão ou com clientes poderosos do dinheiro, há que acontecer o seguinte:

1. Um milagre de Jesus e Nossa Senhora Aparecida.
2. MUITO talento, jogo de cintura para contornar a sujidade e os jogos que esta máfia tanto adora.
3. Ser perseverante, profissional, sempre no ponto máximo da forma, da inspiração, da força. Há que ser GUERREIRA, como menciona o Marcos, mas com o coração de uma ARTISTA que entregará ARTE com ALMA ao seu público.
4.Há que AMAR muito o que se faz e ter uma pele calejadíssima que não se deixe ferir por nada, nem ninguém.
5.Tem de se ser LUTADORA, sacrificando vida privada, família e outros confortos em troca de uma experiência profissional e pessoal que nos poderá marcar para toda a Vida.
6. A inteligência aguda é imprescindível para aprender depressa, não caír no mesmo erro duas vezes, saber defender-se das armadilhas e ataques constantes e EVOLUIR. O Egipto não dá TALENTO a quem não o tem. Nem, tão pouco, ensina a dançara quem não sabe como fazê-lo. O que o Egipto faz, se formos fortes o suficiente para vê-lo, é trazer ao de cima ALGO de EGÍPCIO que algumas* bailarinas carregam dentro de si.

O "glamour" e fantasias que se associam a esta vida não passam de patetadas de quem nunca passou pela experiência ou teorias de mentirosos que pretendem iludir bailarinas, trazendo-as até ao Egipto para as usarem, enganarem, lhe extorquirem dinheiro em troca de desilusão e desencanto.
Desde que comecei a actuar aqui, já lá vão seis anos, nunca conheci senão trabalho árduo, dificuldades e MUITA LUTA. Os privilégios são íntimos, muito mais que públicos. Aprender, a fundo, o que significa DANÇA ORIENTAL, ser reconhecida pelo público local como uma ARTISTA e não como uma "rakasah"/equivalente a prostituta, actuar com alguns dos melhores músicos do país, aprender com eles, respirar o ar do Egipto que levo no peito, receber bailarinos de todo o mundo que aqui vêm para assistir aos meus espectáculos e estudar comigo e outras benção íntimas, invisíveis a quem está de fora desta história.

O documentário mostra um lado duro e negativo da Dança Oriental que é, a meu ver, verdadeiro. O extremismo religioso, cada vez mais óbvio no Egipto, tem dizimado a pouca massa cinzenta que ainda existia nesta população exausta e desalmada de tanto espernear pela sobrevivência mais básica. Os dogmas, a ignorância, os preconceitos e repressão crescem na mesma proporção desse extremismo religioso e as Artes pagam por isso, especialmente uma Arte tão mal compreendida, praticada e usada como a Dança Oriental.

Terá de haver um renascimento desta Dança. Já uma oitava acima do que é comum ver-se. Já regressada à sua origem que é RELIGIOSA, DIVINA, SUPERIOR. Creio que esse RENASCIMENTO já está a acontecer, contra ventos e marés...

Monday, March 26, 2012



Programa completo do EVENTO*** disponível no "post" anterior.

Bem-vindos!

Sunday, March 25, 2012



WORKSHOP de JOANA SAAHIRAH em PORTUGAL:
DIA 19 de MAIO, LISBOA.




Tema: ORIENTAL POP EGÍPCIO,

A SENSUALIDADE da "Bint il Balad".




A Dança saída directamente das ruas VIVAS do Cairo, entre a Tradição e a Modernidade/Liberdade!
Pela primeira vez, ensinarei ORIENTAL POP egípcio (técnica e coreografia) de Dança Oriental moderna, "shaaby", "baladi" e uma linguagem gestual/corporal assimilada por mim através das MULHERES EGÍPCIAS que ainda mantêm o amor às suas raízes.


***Horário:
Dia 19 de Maio (Sábado) das 10h às 13h e das 15h às 18h.


***Programa: Música e Dança POP egípcia. Técnica, expressão e contexto cultural do Egipto actual, coreografia e interpretação. Espécie de "street dance" egípcio, resultado da observação e experiência pessoal/profissional que adquiri vivendo com este povo.
Reunião de Dança, posturas e gestos do quotidiano egípcio, interpretação da música com o sentido de humor, sensualidade e jogo tão próprios da MULHER EGÍPCIA.




O Egipto feminino em forma de DANÇA. Arte e brincadeira, "flirt" e auto-confiança com algum piri-piri "(felfel")!!!Eis o primeiro resultado do trabalho que comecei a fazer com as MULHERES de cá. Enquanto lhes ensino Dança Oriental, a minha, elas ensinam-me a DELAS.



***Local:
INIMPETOS-Escola de Actores (Rua de Campolide, 27 A-Lisboa, perto do Centro Comercial das Amoreiras).

* Telf.:/Fax:213 157 815
*Email: inimpetus@netcabo.pt
*Website: http://www.inimpetus.org/
***Preços:
PROMOÇÃO até dia 15 de Abril: 45 euros pelas 6 horas de formação.
65 euros para inscrições a partir de 16 de Abril até à data do evento.

***Forma de Inscrição:Para inscrever-se no evento basta efectuar a transferência inter-bancária do valor relativo ao mesmo para o nosso

NIB: 0007 0075 0001 1250 0053 6.



Depois de ter efectuado a transferência, pedimos o favor que nos avise da mesma através do email: dancemagica@gmail.com ou do telemóvel: 96 642 7997.


Além do aviso da data da transferência e nome em que foi feita, pedimos que apresente o talão da mesma no dia do evento.



*** Organização:Joana Saahirah do Cairo







Encontre mais informações sobre Joana Saahirah of Cairo no Face Book e no Youtube!


EVENTOS a seguir:






Custa-me ficar longe destas "bloguices".


Isto de partilhar coisas boas que me estimulam com o pessoal tem um efeito catártico (sobre coisas menos agradáveis), terapêutico e viciante.




Mas o tempo não dá MESMO para tudo e, de vez em quando, tenho de desligar algumas antenas para poder concentrar-me nas PRIORIDADES momentâneas.




Desta feita, digo um até já aos meus queridos seguidores de blogues e deixo-vos com um telegrama amoroso do que devem seguir nos próximos tempos:






***2º WORKSHOP de DANÇA ORIENTAL para as Mulheres do Cairo.


Ninguém acreditava que desse certo (ensinar dança egípcia ÀS EGÍPCIAS era uma ideia improvável, até para mim!) mas, graças aos Deuses e aos anjinhos, deu e de que maneira!


A segunda edição segue já este dia 6 de Abril e promete muita DANÇA e aprendizagens (das alunas e minha, que aprendo com elas).




*** Actuações, Workshops e Conferências dados por mim em Buenos Aires, Argentina (11,12,13 de Maio);


na Irlanda (26,27 de Maio) e em Portugal (Lisboa no dia 19 de Maio e Porto no dia 20 de Maio).

Para informações sobre o evento do Porto, por favor contactem a Flor Coelho, directora do "Bellystudio" (flor.bellydance@gmail.com).

Para informações sobre o evento de Lisboa, verifiquem "post" que se segue.




***Fica a sugestão que marquem a vossa próxima viagem ao Cairo para este mês de Julho, altura em que decorre o Festival Internacional de Dança Oriental do Cairo "SALAMAT MASR".


O convite para ensinar e actuar neste grandioso evento deixou-me honrada, estimulada e com acrescida vontade de FAZER MAIS e MELHOR.


Vejam detalhes no website:








*** Torcendo, rezando aos anjinhos e trabalhando incessantemente que nem uma moura para terminar o longo caminho que tem sido a escrita do MEU LIVRO. Recebo BOAS***energias pelo correio, por telegrama, telepatia, carta, email ou simples intenção lançada na minha direcção. Preciso de todas elas. Grata!






***Muitos mais eventos aqui, no Cairo, e pelo MUNDO*** fora. Espalhando a ARTE da Dança Oriental e o AMOR infinito que tenho por ela.




Um até já a todos!


Mantenham-se VIVOS (não apenas sobreviventes), AMEM e DANCEM muito. Eu estarei ocupada brincando com a Lua no meu peito e pescando estrelas, cometas...






***Para actualização de notícias minhas, juntem-se à minha "Joana Saahirah Fan Page" no Facebook.




Joana Saahirah do Cairo na Irlanda!


Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça...





E não é em qualquer parte da Irlanda, não senhores...


O Festival "Shakefest", onde serei Artista, Instrutora e Conferencista convidada (isto soa-me a muito pomposo e, devo dizer, DELICIOSO), terá lugar num castelo maravilhoso denominado Charllevile (perto de Tullamore, num terreno de caça dos Druídas irlandeses).

Estou "in love" pelo castelo...Intrigada... Fascinada. Irremediavelmente apanhada do clima.






Imaginem o que será DANÇAR neste sítio e partilhar tanta coisa boa com bailarinas irlandesas num local, obviamente, mágico como este?

Eis o website do castelo onde este evento mágico terá lugar (já sinto um arrepio na espinha...):








Eis o link com informações sobre mim (criado pela organização do Festival):





O link do website do Festival "Shakefest":




P.S.Para os mais curiosos e amantes de mistérios (como eu), aqui fica o "link" sobre um espírito que dizem ainda pairar sobre as salas do castelo (lovint it AGAIN!):




Isadora.




“ Em música há três tipos de compositores: aqueles que compõem uma música académica, que buscam e dispõem, através do seu cérebro, uma partitura virtuosa e subtilmente efectiva que se dirige da mente aos sentidos. Despois estão aqueles que sabem traduzir as suas próprias emoções através do som, as alegrias e as penas dos seus próprios corações, criando uma música que apela directamente ao coração do ouvinte e que produz lágrimas pelas recordações que evoca (…).Por último estão aqueles que, inconscientemente, escutam com a sua alma algumas melodias de outro mundo e são capazes de expressá-la em termos compreensivos e agradáveis aos ouvidos humanos.






Do mesmo modo, há também três tipos de bailarinos: primeiro, aqueles que consideram a dança como uma espécie de habilidade de ginástica, composta de impessoais e graciosos arabescos; depois, aqueles que, mediante a concentração da sua mente, levam o seu corpo ao ritmo da emoção eleita , expressando um sentimento ou uma experiência recordada. E, finalmente, estão aqueles que convertem o seu corpo numa fluidez luminosa, rendendo-se à inspiração da alma.









Este terceiro tipo de bailarinos compreende que o corpo , forçado pela alma, pode converter-se num fluido luminoso. A carne faz-se luz e transparência, como se a víssemos através de raios X, mas com a diferença de que a alma humana é mais leve do que estes raios. Quando, no seu divino poder, possui completamente o corpo, converte-o numa nuvem luminosa em movimento e desse modo se pode manifestar em toda a sua divindade. (…)
Imaginem então um bailarino que, depois de largo estudo, devoção e inspiração, alcançou tal grau de compreensão de que o seu corpo é simplesmente a a manifestação luminosa da sua alma: o seu corpo baila de acordo com uma música escutada interiormente , numa expressão procedente de outro mundo, mais profundo. Este é o bailarino verdadeiramente criativo, natural mas não imitativo, falando em movimentos a partir de si mesmo e de algo maior do que todos nós.”
Isadora Duncan in : “A arte da dança e outros escritos”


Momentinho romântico.






Porque até as guerreiras natas levam no peito este tipo de crenças religiosas.

A religião que professo?


Ah, é o Amor...............................




Lilith está de volta!






Tem de estar. O seu regresso é urgente.


Consoante assisto, dia a dia, ao acentuar de tendências ditas "religiosas" extremistas e o consequente crescendo de repressão, ignorância, bloqueios de toda a ordem, sei que a URGÊNCIA deste regresso a casa grita alto e a bom som.




As Mulheres egípcias, em particular, levam dentro de si um imenso POTENCIAL criativo que tem sido, uma e outra vez, calado, esmagado e assassinado sob a mão de uma sociedade desumanizada onde o PODER FEMININO é visto, assumidamente ou não, como um perigo à "ordem pública". O CORPO da Mulher é "haram" (proíbido por Deus), o movimento que ele produz é "haram", a voz da Mulher é "haram", a circulação da Mulher em locais públicos ou na presença de homens que não sejam os seus proprietários legais (pai, irmão ou marido) é "haram". Parece que a própria EXISTÊNCIA da Mulher é "haram". Incomoda. Assusta. Envergonha sabe lá "Deus" porquê.


Não é por acaso que a Vida me empurra, sábia e ironicamente, para o trabalho de Dança Oriental com MULHERES EGÍPCIAS. Tal aventura jamais me havia passado pela cabeça...o meu mundo é, predominantemente, masculino e sinto-me perfeitamente confortável nele.

Saindo da minha zona de conforto, ousando ir contra o sistema egípcio que cala e imobiliza as Mulheres, vejo-me feliz com a ousadia de ENSINAR DANÇA ORIENTAL EGÍPCIA às EGÍPCIAS e, nesse processo, aprender com elas.




Lilith renasce do subterrâneo de cada Mulher que encontro. Ela aparece, de cabeça fora das águas ancestrais do SENTIR feminino, quando colocamos o corpo em movimento da forma orgânica, transparente e LIVRE que a Dança Oriental nos ensina.

Em cada cara de uma Mulher egípcia, vejo a sombra de Lilith rindo às gargalhadas face à ignorância que arrasta o feminino para a mais criminosa passividade. Rio-me com Lilith, através destas BELAS Mulheres que se re-descobrem através da Dança Oriental. Vejo-lhes o corpo adormecido reagindo, em extâse, à música e os sentidos despertando do seu longo sono de condenado sem justa causa. Reparo no PRAZER redescoberto no próprio corpo de cada uma delas, na mente que se une à sua alma e da Alma que se confunde com o seu Corpo.




Lilith sente que é ESTA a hora de renascer das cinzas pois é no meio da mais completa escuridão que a Luz mais se necessita.



É com imenso prazer e honra que sirvo Lilith (em mim e nas Mulheres com quem me cruzo) e lhe dou a mão para que, uma vez mais, ela possa ser COMPREENDIDA, AMADA, VIVIDA.



No Egipto. Como no Mundo.



Trazendo nos genes o Eterno Navegador aventureiro português.






Cavalo de raça lusa eu sou.


Patas no chão descalço, aberto sob os céus de muitos mundos, outros mundos. Todos dentro de mim, além de mim e aquém de mim ou da ideia que faço de mim.




Fernando Pessoa, génio que Portugal ofereceu ao mundo, sabia do que falava:



"A vocação de Portugal é “tornar-se toda a gente e toda a parte”. "

Fernando Pessoa
Via: Filomena Nunes

Saturday, March 24, 2012



"O ego é dotado de um poder, de uma força criativa,
conquista tardia da humanidade,
a que chamamos vontade."




Carl Jung
*(Via: Michele Pó)
Recados essenciais.;)



Colírios.



Johnny Depp.

Geminiano como eu.

Talentoso, humilde, engraçado, invulgar, original, lindo, inteligente e ainda...


Assumo as minhas quedas. Todas.

Esta é uma delas.

Ai!!!!!!!!!!!!!

Suspiro.

(Coisa de "gaja").


(Grata à Susana Vitorino por partilhar este colírio).






Ensinando Dança Egípcia às Mulheres egípcias...


(e aprendendo com elas, enquanto o faço).






Quem diria?!



É mesmo assim: uns caminhos levam a outros, ainda mais inesperados do que os primeiros.


Quem diria que, um dia (recém-chegado) eu estaria a ensinar Dança Egípcia às egípcias?!


Já não foi ousadia suficiente estabelecer a minha carreira como bailarina no Cairo e daí correr o mundo, espalhando aquilo que sei, intuo, sinto, descubro pela caminhada fora?


Abro-me a todas as possibilidades que me ampliem enquanto ser humano, artista e formadora ao mesmo tempo que aprendo, com uma serenidade "relativa" inédita em mim, a identificar as invejas, cobiças e más energias sobre mim lançadas descartando-as com um riso largo e estridente.


Assim acontece o meu segundo WORKSHOP de DANÇA ORIENTAL para as MULHERES do CAIRO ( com a 2ª Noite Oriental no forno, a ser amorosamente preparada), evento com o intuito sincero de RESTITUIR o AMOR PRÓPRIO em cada Mulher e de DESPERTAR o feminino egípcio para o SAGRADO presente na sua dança ancestral.


Creio que esta nas maos destas Mulheres salvar a sua música, dança e a si mesmas. Eu serei apenas uma feliz e grata mensageira desse processo de RENASCIMENTO, tão urgente quanto a DEMOCRACIA e a LIBERDADE no Egipto...


Uma vez mais, o desafio apresenta-se GRANDIOSO: combater a mentalidade vigente que condena Dança Oriental e bailarinas como mensageiros de Mefistófeles não é tarefa para meninos do coro.


No entanto, acredito no PODER da convicção que me nasce da Alma e é sempre a partir desse lugar divino que eu danço, ensino, escrevo, VIVO.





2º WORKSHOP de Dança Oriental para as Mulheres do CAIRO:


Dia 6 de Abril na Escola Dansation.

Mais detalhes na minha "Joana Saahirah of Cairo" Fan Page do

Friday, March 23, 2012




Luz*(es)...




Quanto questionado se acreditava em Deus, Einstein respondeu:




"Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens".




DEUS SEGUNDO SPINOZA



"Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.


Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde EU vivo e expresso meu amor por ti.


Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que EU te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.



Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada tem a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.




Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se EU te fiz... EU te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se EU sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.






Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho.


Vive como se não o houvesse.

Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que EU não vou te perguntar se foste comportado ou não. EU vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?



Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.



Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que EU seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido? Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.



Pára de complicar as coisas e de repetir, como papagaio, o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti."



Baruch Spinoza.







As sábias palavras são de Baruch Spinoza - nascido em 1632 em Amsterdão, falecido em Haia, em 21 de fevereiro de 1677, foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Era de família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.

Via: Lucília Assad





Dos professores e das profecias...









O PORTAL DO CORAÇÃO


"Em relação à dor comprimida, abaixo do coração...



Onde é que fica essa dor? No coração? ... Não. A dor, que nós trazemos acumulada do passado, está no plexo solar. Está aqui, em baixo. E ela está a fazer pressão contra o cardíaco a pedir para ser liberta! Isto está a acontecer no planeta todo! Com as nações! Com as organizações! Com a forma como nós nos relacionamos com a natureza! Com a nossa relação connosco mesmos! Com as relações dentro das famílias, dentro dos grupos profissionais, dentro do nosso meio familiar, do nosso meio de amigos, tudo o que o indivíduo prende abaixo do coração está a tornar-se numa bolha intensa! E está a pedir para passar a porta do coração! Está a pedir para atravessar o coração! Isto que tu trazes abaixo do coração, preso como se não existisse - e o que se observa muitas vezes, é as pessoas virem para o plano mental, porque, enquanto estão no mental, não sentem. Enquanto estão em altos picos intelectuais, não sentem. Enquanto estão a assimilar a

informação, não sentem.


Então, tu trazes este dínamo mental, e trazes este jardim zoológico emocional! Este passado, este museu emocional, dentro de ti! Isto é água, sabes, isto pesa! Emoções não resolvidas, sentimentos reprimidos, tudo isto é um peso!


E então como é que eu liberto isto?

Eu preciso de fazer com que este campo de emoções reprimidas atravesse o coração!

Ou seja: eu preciso de encontrar um perdão tão amplo, que exige a máxima pureza de mim.


Vocês não vão sair daqui, sem ser através da máxima pureza! Não há outra saída!


Nós precisamos de voltar a ter cinco anos de idade. Neste nível, nós precisamos de voltar aí. Precisamos de voltar a ter cinco anos de idade. Uma criança tão depressa é cruel, como logo a seguir perdoa instantaneamente, não é?! E essa pureza - vamos deixar a parte da crueldade, lá, para a criança - essa pureza do compreender, do aceitar o problema do outro, ou como o outro nos magoa, isto tem que entrar num regime mais alto! Senão, nós não temos velocidade de escape, de todo! Eu preciso que o meu coração se dilate à escala da minha dor! Eu preciso de abrir o meu coração à dor no plexo solar! Porque como vocês sabem, o plexo solar é o centro das emoções.

O coração é o centro da transmutação das emoções em Amor e em Luz. "




ANDRÉ - Encontros de Belém

Via: Rosa Leonor Pedro (Blog Mulheres e Deusas)






Faço minhas as palavras de Isadora Duncan.





É que me dá arrepios na espinha ao ler estas palavras escritas por Isadora Duncan, considerada a mãe da Dança Moderna. Qualquer semelhança com o que eu tenho dito e feito em termos de Dança Oriental é pura coincidência (???) mas que bela coincidência!



“Mas a dança do futuro terá de voltar a ser uma arte altamente religiosa, como era entre os gregos. Porque a arte que não é religiosa, não é arte, é pura mercadoria.


A bailarina do futuro será aquela cujo corpo e alma cresceram juntos tão harmonicamente que a linguagem natural dessa alma se converta no movimento do corpo. A bailarina não pertencerá a uma nação mas a toda a Humanidade. Não dançará como uma ninfa, como uma fada nem como uma “coquette” mas como uma Mulher na sua expressão mais alta e pura. Ela dará conta da missão do corpo da mulher e da santidade de todas as suas partes. Dançará a vida cambiante da natureza, mostrando como cada parte se transforma noutra.


De todas as partes do seu corpo irradiará a inteligência, trazendo ao mundo a mensagem dos pensamentos e aspirações de milhares de mulheres. Ela dançará a liberdade da mulher.
Oh, que campo tão amplo a espera! Não sentem que está perto, que está a chegar, a bailarina do futuro! Ela ajudará o género feminino a alcançar um novo conhecimento das possibilidades de força e beleza existentes nos seus corpos, e da relação dos seus corpos com a natureza terrestre e com as crianças do futuro. Ela dançará novamente o corpo emergindo de séculos de esquecimento da civilização, emergindo não na nudez do homem primitivo mas numa nova nudez já não em guerra com a espiritualidade e a inteligência mas unindo-se a elas numa gloriosa harmonia.
Esta é a missão da bailarina do futuro. Oh? Não sentem que já está perto, não estão impacientes pela sua chegada como eu estou? Preparemo-nos para recebê-la. Eu construir-lhe-ei um templo para a esperar. (…)
Oh! Está a chegar a bailarina do futuro: o espírito livre que habitará o corpo de uma nova mulher; mais gloriosa do que qualquer outra mulher foi; mais bela do que a egípcia, a grega (…), italiana, que todas as mulheres dos séculos passados: a inteligência mais alta no corpo mais livre.”




Isadora Duncan


in: “A arte da Dança e outros escritos”

Saturday, March 17, 2012

De olhos, ouvidos, mente e coração fechados...




"Um homem sentou-se em uma estação de metro em Washington DC e começou a tocar violino; era uma fria manhã de Janeiro.

Ele tocou 6 peças de Bach por aproximadamente 45 minutos. Durante esse tempo, considerando que era horário de pico, calcula-se que 1100 pessoas passaram pela estação, a maioria a caminho para o trabalho.Três minutos se passaram, e um homem de meia-idade percebeu que um músico estava tocando. Ele diminuiu o passo, parou por alguns segundos, e então apressou-se a seus compromissos.Um minuto depois, o violinista recebeu sua primeira gorjeta de 1 dólar: uma mulher arremessou o dinheiro na caixa e continou a andar. Alguns minutos depois, alguém encostou-se na parede para ouvi-lo, mas o homem olhou para seu relógio e voltou a andar. Obviamente ele estava atrasado para o trabalho.

Quem prestou mais atenção foi um garoto de 3 anos de idade. Sua mãe que o trazia, o apressou, mas o garoto parou pra olhar o violinista. Por fim, a mãe o empurrou fortemente, e a criança continuou a andar, virando sua cabeça a toda hora. Essa acção foi repetida por muitas outras crianças. Todos os pais, sem exceções, os forçaram a seguir andando.

Nos 45 minutos que o músico tocou, apenas 6 pessoas pararam e ficaram lá por um tempo. Aproximadamente 20 o deram dinheiro, mas continuaram a andar normalmente. Ele recebeu $32. Quando ele acabou de tocar, ninguém percebeu. Ninguém aplaudiu, tampouco houve algum reconhecimento.

Ninguém sabia disso, mas o violinista era Joshua Bell, um dos mais talentosos músicos do mundo. Ele acabara de tocar umas das peças mais difíceis já compostas, em um violino que valia $3,5 milhões de dólares.Dois dias antes dele tocar no metro, Joshua bell esgotou os ingressos em um teatro de Boston onde cada poltrona era aproximadamente $100.

Esta é uma história real.

Joshua Bell tocou incógnito na estação de metro, que foi organizado pelo Washington Post como parte de um experimento social sobre percepção, gosto, e prioridade das pessoas.

O cabeçalho era: no ambiente comum em uma hora inapropriada:

NÓS PERCEBEMOS A BELEZA ?
NÓS PARAMOS PARA APRECIÁ-LA ?
NÓS RECONHECEMOS TALENTO EM UM CONTEXTO INESPERADO ?
Uma das possíveis conclusões desse experimento poderia ser: SE NÓS NÃO TEMOS TEMPO PARA PARAR E OUVIR UM DOS MELHORES MÚSICOS DO MUNDO TOCANDO ALGUMAS DAS MELHORES MÚSICAS JÁ COMPOSTAS, QUANTAS OUTRAS COISAS MAIS NÃO ESTAMOS PERDENDO ???***"

Tradução: Sammy Damaxx
Por: Pauê Chieffi Aagaard



Regresso (feliz***) ao Porto, Portugal!


A minha próxima passagem por Portugal contará com um WORKSHOP em LISBOA (dia 19 de Maio - ver "post" anterior, neste mesmo blogue) e WORKSHOP plus TERTÚLIA no PORTO (dia 20 de Maio).


***Workshop TABLA SOLO - das 10.30h às 13.00h

***Workshop Oriental Eskandaranie - das 14.30h às 17.00h

***Tertúlia Oriental ("Cultura, Música e Dança no Egipto actual") das 17.30h às 18.30h



Mais informações e inscrições através da Flor Coelho ("Bellystudio"):


TM: 93 438 0759
















Bem-vindas, mulheres lindas do PORTO!

Friday, March 16, 2012



Sobre mim (para os distraídos...:)



Joana Saahirah do Cairo é, actualmente, um dos nomes da Dança Oriental mais respeitados e conhecidos do Egipto e do circuito mundial desta área.



Bailarina, coreógrafa, professora de Dança Oriental e Folclore egípcio, Joana é convidada como artista/formadora para Festivais de Dança de todo o mundo, partilhando o seu estilo profundamente egípcio e, simultaneamente, personalizado e único!






O seu estilo de Dança e método de ensino resultam da sua experiência pessoal e profissional como bailarina no Egipto (onde actua, desde há cinco anos, com a sua orquestra).



Investigando, estudando, dançando com e para egípcios, Joana encontrou uma forma de expressão genuinamente oriental mas Universal na sua forma de chegar ao coração de quem a pratica e do seu público.
Joana Saahirah pretende resgatar a ALMA quase perdida na Dança Oriental e elevá-la ao lugar que lhe pertence: o da ARTE.


"Porque a força de dentro é maior que todos os ventos contrários."





























WORKSHOP de JOANA SAAHIRAH em PORTUGAL:


DIA 19 de MAIO, LISBOA.
Tema: ORIENTAL POP EGÍPCIO, A SENSUALIDADE da "Bint il Balad".


A Dança saída directamente das ruas VIVAS do Cairo, entre a Tradição e a Modernidade/Liberdade!


Pela primeira vez, ensinarei ORIENTAL POP egípcio (técnica e coreografia) de Dança Oriental moderna, "shaaby", "baladi" e uma linguagem gestual/corporal assimilada por mim através das MULHERES EGÍPCIAS que ainda mantêm o amor às suas raízes.






***Horário:


Dia 19 de Maio (Sábado) das 11h às 13h e das 15h às 18h.






***Programa:



Música e Dança POP egípcia. Técnica, expressão e contexto cultural do Egipto actual, coreografia e interpretação. Espécie de "street dance" egípcio, resultado da observação e experiência pessoal/profissional que adquiri vivendo com este povo.


Reunião de Dança, posturas e gestos do quotidiano egípcio, interpretação da música com o sentido de humor, sensualidade e jogo tão próprios da MULHER EGÍPCIA. O Egipto feminino em forma de DANÇA. Arte e brincadeira, "flirt" e auto-confiança com algum piri-piri "(felfel")!!!
Eis o primeiro resultado do trabalho que comecei a fazer com as MULHERES de cá. Enquanto lhes ensino Dança Oriental, a minha, elas ensinam-me a DELAS.



***Local:


INIMPETOS-Escola de Actores (Rua de Campolide, 27 A-Lisboa, perto do Centro Comercial das Amoreiras).


* Telf.:/Fax:213 157 815


*Email: inimpetus@netcabo.pt




***Preços:


PROMOÇÃO até dia 15 de Abril: 45 euros pelas 6 horas de formação.



65 euros para inscrições a partir de 16 de Abril até à data do evento.






***Forma de Inscrição:

Para inscrever-se no evento basta efectuar a transferência inter-bancária do valor relativo ao mesmo para o nosso NIB: 0007 0075 0001 1250 0053 6

Depois de ter efectuado a transferência, pedimos o favor que nos avise da mesma através do email: dancemagica@gmail.com ou do telemóvel: 96 642 7997

Alem do aviso da data da transferência e nome em que foi feita, pedimos que apresente o talão da mesma no dia do evento.




*** Organização:

Joana Saahirah do Cairo

http://www.joanabellydance.blogspot.com/

http://www.joanamagica.blogspot.com/

Encontre mais informações sobre

Joana Saahirah of Cairo no Face Book e no Youtube!




Os caminhos que se seguem e as NOVIDADES a reter para os próximos tempos:



***A 2ª Noite Oriental para Mulheres do Cairo está a caminho com mais e melhores razões para CELEBRAR a união e interajuda entre todas nós e, sem dúvida, para relembrar o significado do SER MULHER.


*** Sugiro que planeiem as vossas férias de Verão de modo a virem até ao Cairo em Julho. Tenho um imenso prazer de anunciar a minha presença no Festival Internacional do Cairo "Salamat Misr" como Artista e Professora convidada. Poderão usufruír do meu workshop e de um espectáculo muito ESPECIAL que apresentarei com a minha orquestra.***:)))))))))))))))))))))

Junto a mim encontrarão alguns dos maiores nomes da História da Dança Oriental (Mona el Said, Zizi Mustafa, entre outros).
Informações: http://www.salamat-masr.com/


*** Nem menciono a tareia que a escrita do meu LIVRO me está a dar.
Posso apenas afirmar que ganhei um novo respeito e profunda admiração pelos ESCRITORES. De todas as coisas difíceis - a que outros chamavam de "impossíveis" - que já conquistei, esta parece-me a mais desafiante de todas. Bendito ascendente capricorniano que me leva sempre até ao cume das minhas montanhas, dê lá por onde der.


*** WORKSHOPS e ESPECTÁCULOS no Cairo (anunciados na minha "Joana Saahirah Fan Page" no Facebook)...


***Serei ARTISTA e PROFESSORA convidada de FANTÁSTICOS FESTIVAIS de
Dança Oriental já este mês de Maio:
Shakefest, na Irlanda (decorrerá num belo castelo perto de Dublin)
e "Bellydance Weekend" na Argentina (Buenos Aires)!!!
Ensinando, actuando, dando palestras. Feliz da VIDA, claro está.;)


***Irei a *PORTUGAL para ministrar dois WORKSHOPS,
um em Lisboa (dia 19 de Maio) e outro no Porto (dia 20 de Maio).
O programa do Workshop do Porto será, brevemente, publicado neste blogue e na minha Fan Page do Facebook.
O programa do Workshop de Lisboa segue-se a este "post". Bem-vindos!

Desejando que:


Premonições de um Homem genial.







"Pensamos demasiadamente.Sentimos muito pouco.

Necessitamos mais de humildade

Que de máquinas.

Mais de bondade e ternura

Que de inteligência.

Sem isso,

A vida se tornará violenta e

Tudo se perderá."


Charles Chaplin
Por: Jacinto Modesto




Comendo POESIA...

Nem todo o corpo é carne.






« Nem todo o corpo é carne... Não, nem todo.

Que dizer do pescoço, às vezes mármore, às vezes linho, lago, tronco de árvore, nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco...?

E o ventre, inconsistente como o lodo?...

E o morno gradeamento dos teus braços?

Não, meu amor...

Nem todo o corpo é carne: é também água, terra, vento, fogo...

É... sobretudo sombra à despedida; onda de pedra em cada reencontro; no parque da memória o fugidio vulto da Primavera em pleno Outono...

Nem só de carne é feito este presídio, pois no teu corpo existe o mundo todo! »


Natália Correia

Por: Rosa Leonor Pedro

Natália Correia morreu a 16 de março de 1993 - faz hoje 19 anos... ***

Thursday, March 15, 2012





Uma simples ida ao ginásio.



Nada, desde o mais quotidiano gesto ao mais significante evento da vida no Cairo, parece estar isento de uma marca cultural que me surpreende, anima, frustra ou choca.


Uma simples ida ao ginásio pode ser um desafio à força de vontade de qualquer Rambo que se preze.

Nos ginasios ocidentais, encontram-se estímulos ao exercício físico, palpáveis nos canais de televisão sintonizados, na música que ecoa, na actividade e energia do local, na atitude da maioria das pessoas que ali vai para, afinal, EXERCITAR-SE.

Se tudo fosse tao simples por cá...

No ginasio que frequento, reservado a mulheres (tipo "Clube do Bolinha" aplicado ao feminino), os estímulos ao exercício físico são nulos e as contradições estão por todo o lado.Os canais de televisão estão sintonizados em telenovelas sírias ou turcas de fazer chorar as pedras da calçada. Nada de música para animar a malta a mexer-se que diz que isso cansa muito, pa! E faz suar, o que diz que é um nojo e borra a maquilhagem.

Mulheres enfeitadas de jóias, envergando os seus telemóveis colados aos ouvidos, caminham langorosamente entre máquinas e pesos sem a mínima intenção de usá-los. O aroma a bolos acabados de coser invade o ginásio, vindo da cafeteria onde, em vez de "snacks" saudáveis, se vendem guloseimas e bebidas gaseificadas (sim, há muito boa gente que bebe Coca~Cola e familiares enquanto finge que se exercita). Criancas correm pelo recinto, berrando e instalando o caos, sob o olhar permissivo e orgulhoso da suas mãezinhas.

As treinadoras de serviço, igualmente langorosas e preguiçosas até à medula, escondem-se nos seus cubículos em amena cavaqueira com amigas e a venda de maquilhagem e "tupperwares" substitui aquilo para que serve o ginásio: PRATICAR EXERCÍCIO FÍSICO.

Ao lado destas mulheres, eu pareço uma mulher do Paleolítico, descabelada, sem maquilhagem ou enfeites, suada e com a atitude de quem se lança a um ringue de boxe.
Transformada em Rambo, coloco os auriculares do meu aliado IPOD, rezando para conseguir abstrair-me deste meio ambiente pouco ou nada estimulante. Mais um teste à minha força de vontade e concentração. Mais um...






P.S. Embora seja irritante, faz bem à alma aprender a ACEITAR as diferentes formas de vida, as incompetências de cada um e o seu olhar - ou dormir - sobre a Vida.

Wednesday, March 14, 2012







na casa do toy-tumba



Ah, pois é, bebé...foi assim que quase, quase apareci num destes delirantes
"Tesourinhos Deprimentes" dos malucos Gatos Fedorentos.
Que os/as Deuses/as preservem o bom senso que, de vez em quando, me protege de episódios potencialmente embaraçantes ou até mesmo fatais.
Então não é que, quando ainda vivia e trabalhava em Portugal, fui contactada para uma "participação especial" no programa "A casa do Toy"?
Queriam contratar-me para despertar o Toy com uma bela Dança do BENTRE. Sim, do BENTRE que isto nem era, sequer, do VENTRE. Seria uma coisa tresmalhada, macacada, invertida de todo o pudor e bom gosto.

Pagavam bem e a equipa era organizadinha. Consta que sim. Se calhar ainda dali saía um dueto musical "Odalisca-Toy". Oh, sim...as promessas e garantias eram aliciantes.
Eu irromperia pelo quarto do Toy feita odalisca da Damaia e o resto seria história ou...temo deduzir...Tesourinho Deprimente. Do que eu me livrei!
Imaginem a mistura da odalisca com as sopas de cavalo cansado e a barrasquice pegada que para ali vai...

P.S. O convite para pousar descascada para uma revista masculina da praça portuguesa também já surgiu, devidamente recusado que sou rapariga descontraída, apalhaçada com os meus, com a veia de gozo compulsivo e maluca e tal..."ma non troppo!".
Uff!!!




Festival de Dança Oriental "Shakefest",

na Irlanda!








Estarei na Irlanda pela primeira vez ensinando, actuando e dando uma conferência sobre Cultura, Música e Dança Egípcias na actualidade.

O Festival decorrerá nos dias 26 e 27 de Maio num castelo em processo de restauração.

Não se trata apenas o prazer imenso de viajar pelo mundo a convite dos maiores e melhores eventos de Dança Oriental mas também contribuir para que a ARTE que eu conheço e pratico seja, cada vez mais, difundida pelos alunos, professores e artistas da área.


Desde que esta Dança me re-descubriu e chamou para o seu colo, não desejei outra coisa senão REVELAR ao MUNDO inteiro a BELEZA e VALOR de uma arte esquecida pela amnésia de alma generalizada - com uma dolorosa incidência no mundo árabe e em todos os lugares onde o extremismo religioso mata a RELIGIÃO - desrespeitada e minimizada.

A aventura pode ter começado quando deixei para trás o meu país natal, a família e amigos chegados e todos os confortos que já tinha adquirido mas sempre soube que se expandiria. Partindo do Egipto, para o MUNDO.



Há quem veja apenas os sinais exteriores de sucesso e me mal-diga gratuitamente mas até nesse intento invejoso de destruíção e vejo VALOR. Só quem REALIZA incomoda quem não tem capacidades ou força para realizar. Aos meus detractores - cada vez mais frequentes e cobardemente silenciosos - eu agradeço por serem grande parte da energia motriz que me faz avançar contra ventos e marés.

Aos amigos, alunos, seguidores do meu trabalho (amadores e profissionais) que jamais *** me largaram da mão, envio todo o meu AMOR recheado de gratidão em forma de flores.





Digo até já à Irlanda com alegria e uma vontade absoluta de PARTILHAR o que sei e sou, através da Dança.



Até já, MUNDO!












Com reticências...




Vou re-descobrindo o que é a Dança Oriental. Com semelhantes reticências, aceitei um trabalho atípico, desde que comecei a actuar com a minha orquestra no Cairo.




Festa de anos de um aniversariante muito especial, amigo de uma amiga minha e meu admirador de longa data. A surpresa foi programada pela sua esposa, tambem ela familiarizada com o meu trabalho.




-Mas sabes que só danço com a minha orquestra!


-Por favor, abre uma excepção. A surpresa dificilmente funcioná se levares os músicos contigo. A instalação de microfones e afinação de instrumentos denunciará a tua chegada.

Acedi ao pedido, muito mas MUITO reticentemente. Quando no Egipto, jamais danço sem os meus músicos. Porque o faria? Compreendo as limitações financeiras de levar uma orquestra para fora do país mas não compreendo que tenha ao meu alcance os melhores músicos do Cairo e não trabalhe com eles.


Acedi, com esforço e preocupação. Já não sei dançar ao som de um cd! Oh, o terror...


Uma hora de actuação com cd equivale a tortura chinesa, a meu ver/sentir.




Lancei-me ao precipício, como de costume. Curioso observar como são, frequentemente, estas experiências (aparentemente) desagradáveis que mais nos ensinam.


Relembrei o âmago desta Dança, a sua razão de ser o que faz com que o público - em qualquer parte do mundo - responda ao meu trabalho. Se pretendo que a Dança Oriental seja considerada como uma forma de ARTE não há outra coisa a fazer senão praticá-la como tal. Provar, por acções e não apenas por meras palavras, que esta Dança pode ser - de facto - uma expressão artística da Alma.




Deixei-me de rococós e brilhantismos. Ninguém se importa com a quantidade de acrobacias ou movimentos "espertos" de que o meu corpo é sabedor. Já dizia o maravilhoso cantor egípcio "Abdel Halim Hafez" que o mais difícil é a simplicidade.


Prendi o aniversariante surpreso e os seus convidados com o gancho do CORAÇÃO. Será sempre por aí que se apanha o peixe, salvo seja.


Na ausência da minha orquestra e de todo o material fantástico e energia que me dá, tive de recorrer ao interior de mim mesma e compensar a lacuna musical com a VONTADE CONSCIENTE de dançar a partir do meu coração. Assim toquei, não surpreendentemente, o coração da minha audiência. O que as pessoas querem é emocionar-se, serem tocadas e movidas no mais sincero de si mesmas, provocadas para lá do Bem e do Mal. O que querem é sentir-se VIVAS.

E nao é que essa é mesmo a função da Dança!?



Aprendendo a pescar das formas mais inusitadas.Quem procura, sempre encontra.

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‎"Como explicar a inspiração?



Às vezes, no meio da noite, dormindo um sono profundo, eu acordo de repente, anoto uma frase cheia de palavras novas, depois volto a dormir como se nada tivesse acontecido. Escrever, e falo de escrever de verdade, é completamente mágico. As palavras vêm de lugares tão distantes dentro de mim que parecem ter sido pensadas por desconhecidos, e não por mim mesma.



Os críticos consideram que escrevo o que chamam de “realismo mágico”. E um crítico, não me lembro de qual país da América Latina, escreveu sobre mim: ela não é escritora, é uma bruxa."






Clarice Lispector



Tuesday, March 13, 2012



"Um dia uma folha me bateu nos cílios.



Achei Deus de uma grande delicadeza."






Clarice Lispector
Sábio e lindo Mário Quintana...







Vizinho que recita o "Corão"...







Posso escutá-lo a partir da mesa onde me sento para trabalhar no meu livro. O vento de uma tempestade de areia que se anuncia com doçura zumbe lá fora, os pássaros dançam enlouquecidos e a voz do vizinho do andar de cima embala-me as mãos, confundindo a escrita com a dança.

Recita o "Corão" com uma bela e pacífica voz. Imagino-o prostrado, joelhos assentes num tapete persa ou beduíno, incenso queimando por cima do televisor que a sua esposa cuida como a um filho indefeso.

Quando a voz e o coração do recitador são belos, as palavras gramática e foneticamente perfeitas do Sagrado "Corão" soam a beijos de mãe ou a sílabas suspiradas pelo nosso amor, ao nosso ouvido.

Cansei-me da mecanização/banalização do "Corão", agora presente onde - outrora - estava música e riso espontâneo. Cansei-me da falsa religiosidade e do uso do "Corão" como atestado de uma virtuosidade quase sempre ausente. Cansei-me do jogo de aparências deste país mas não me cansei da BELEZA ainda existente por baixo das pedras dos monumentos faraónicos ou do espírito de alguns egípcios que, sem razão nem benefícios para o seu estatuto social, recitam palavras do Profeta Maomé ou quaisquer outras que exalem PAZ, LUZ e TRANQUILIDADE.




Apago as luzes e o sistema de som ruidoso da minha mente. Escrevo mais um pouco, bebo o chá que me assiste e respiro fundo. Ouço o meu vizinho "muezzin" como quem ouve Om Kolthoum ou o chamamento de um anjo. Porque os anjos andam por aí, ainda que confundidos e meio perdidos no meio da multidão de demónios mascarados com asas e auréolas feitas de fumo.





Das barbas e das bimbalhadas.






Última moda no Cairo:

homens de barbas fartas e olhares vidrados no vazio e uma banda sonora omnipresente que se resume à recitação (por vezes bela e, por vezes, dolorosa de escutar) do sagrado Livro do "Corão".


A barba comprida e o calo a meio da testa parecem ser certificados físicos de crentes (crentes em quê, essa já é outra questão) que fazem questão de aparentar ser pios, cumpridores dos rituais da religião muçulmana e baluartes da moral instituída (moral essa que se rege, aparentemente, pela ausência de valores...hhmmmm...interessante e bizarro!).


Algures no "Corão" se descreveu o Profeta e seus seguidores usando barba, daí a moda renascida em tempos de ascenção da "Irmandade Muçulmana", dos Salafistas e outros grupos políticos (e friso POLÍTICOS, jamais RELIGIOSOS naquilo que concebo ser a RELIGIÃO).

Por alguma razão desconhecida criada pela 5ª Dimensão actual - também conhecida por EGIPTO - um homem que deixe crescer as barbas fica, automaticamente, mais sábio, íntegro e digno de respeito. Qual a relação entre a pilosidade facial e a consciência do indivíduo que a exibe, eu não sei!


O calo a meio da testa faz parte do "personagem" coberto de moralidades "imorais" dos que rezam vezes suficientes para deixar na pele a marca do seu fervor. Estes calos conseguem-se consoante a repetição das prostrações (nas quais a cabeça bate no chão) incluídas no ritual das cinco rezas diárias aconselhadas pelo "Corão".


Até nas campanhas políticas se criam calos na testa de candidatos que não as têm (o "photoshop" dos especialistas de marketing cá do sítio é meio fraquinho...) a fim de atribuir uma credibilidade que, desconfio, os próprios candidatos não possuem.


A minha questão é apenas uma: estes sinais exteriores de cuidados "religiosos" corresponderão a uma conduta de vida igualmente RELIGIOSA?

Estou inclinada a pensar que não. Se a História das Religiões do mundo nos ensinou alguma coisa, temo prenunciar mais depravados, tarados sexuais, atrasadice mental e repressão que só servirá meia dúzia de poderosos que quer, a todo o custo, manter o POVO egípcio calado, ignorante, temeroso e incapacitado de PENSAR POR SI PRÓPRIO.


Num país onde os colonizadores nunca permitiram que o POVO utilizasse o seu cérebro para seu benefício (criando geração após de geração de opressores e oprimidos que se limitam, ambos, a seguir ordens sem questioná-las), não é assim tão estranho verificar como a CONTRA-REVOLUÇÃO utiliza a falsa RELIGIÃO como forma de manter os cordeirinhos alinhados.


Pergunto-me: onde estará o lobo mau???