Monday, May 23, 2011

Joana Saahirah of Cairo on folkloric tableau in Egypt


Grata pelas alegrias e bencaos que os palcos me deram até hoje e de coracao aberto e fervilhante para o tanto MAIS que está por vir.
AGORA.




Cairo, dia 23 de Maio, 2011









Do Tango para a Danca Oriental...









Aprofundar os meus conhecimentos e prática na Danca Oriental nem sempre passa por estudar ou praticar MAIS DANCA ORIENTAL.



As luzes mais surpreendentes e os avancos mais inesperados surgem, com curiosa frequencia, dos sítios ou circunstancias mais adversos ou longínquos.






O silencio pode afinar os ouvidos mais insensíveis.

Uma paragem - imobilidade penosa para qualquer bailarino profissional - pode dar ao corpo o tempo de assimilacao/digestao necessários para dar vida ao muito que se aprende e acumula em palco na vida.

Outras dancas e gestos quotidianos aos quais possamos atribuír significado podem ILUMINAR uma técnica gasta e já perdida de entusiasmos e reinvencoes.


Por isso, nao estranho quando preciso do meu silencio ou quando reparo tudo o que o TANGO me tem dado e que eu, instintivamente, uso na minha Danca Oriental.


A interpretacao da música, o ataque, a suspensao do movimento e até da respiracao de acordo com um voo musical que se encontra na música, o escutar do próprio corpo, o equilíbrio e autonomia combinado com o saber ler sinais dados pelo som e pelo par que danca connosco, etc...

Aquilo que comecou por ser apenas um divertimento, algo que eu continuo a aprender sem pressas nem pretensoes, acabou por ser um instrumento de aperfeicoamente na minha área, embora estas duas dancas estejam - aparentemente - tao afastadas uma da outra.


A ARTE é sempre transversal e intercomunicável em todas as suas formas de expressao. Quem se limita ao mundo pequenino do que faz perde a possibilidade de CRESCER, ir mais FUNDO e expandir-se pessoal e artisticamente.


Sempre de olhos e coracao abertos.

Sempre.








Cairo, dia 23 de Maio, 2011






O que em mim se desalinha.



O Verao avizinha-se e com ele chegam, entre outras delícias próprias do Cairo, as mulheres árabes de países vizinhos cobertas de jóias, os melhores e mais perigosos perfumes do mundo (Made in Arábia Saudita) e "abbayas" negras com respectivo "hijab" que lhes cobre a cabeca e a cara, mas nao as intencoes.






Tubos de escape de carros rotos, um calor infernal combinado com a poluícao galopante, o característico assédio sexual que torna uma simples ida ao supermercado num eventual episódio de carnificina (já estive mais longe de enfiar salsichas congeladas na boca sem vergonha de um dos tarados que nos seguem, invariavelmente, pelas seccoes de congelados e lacticínios).






E as mulheres árabes, um mistério ainda maior do que as egípcias a quem já apanhei o jeito na maior parte das suas idiossincracias.


Sao estas mulheres árabes quem trazem "haute couture" por baixo das "abbayas" negras, ou lingerie "La Perla" ou, simplesmente, nada!


Sao também estas mulheres misteriosamente preguicosas que me parecem sempre impassíveis, insensíveis a nada que o dinheiro nao compre e perfeitamente arrumadas e aperaltadas.


Eis onde se inicia o embate estético-comportamental (acho que acabei de inventar uma palavra para o vernacular da sociologia/psicologia).




Elas flutuam dos seus BMWs para os hotéis de luxo (onde, na maioria das vezes, se prostituem) e tudo nelas soa a cristalizada (e morta!) perfeicao. As unhas, a roupa, a maquilhagem, os gestos, o olhar "matador", a mente felina e entupida que se lhes adivinha no andar, tudo mas TUDO parece ensaiado e perfeito na sua imobilidade mortificante.




Comparativamente (eu que nem sou de comparacoes, vejo estas criaturas como alvo delicioso de uma rara sessao de comparacao/corte e costura), eis aquilo que em mim se desalinha permanentemente:




1. O meu cabelo nunca anda coberto (já tentei a proeza mas o resultado foi, surpreendentemente, um acréscimo no assédio sexual...hhmmmm...nem tentem compreender!) e sempre, mas SEMPRE desalinhado. Por mais que eu tente controlar a minha querida cabeleira, ela tem vida própria e nao respeita cabeleireiros ou qualquer tentativa de a manter arrumadinha.

A questao é que eu estou, constantemente, em movimento. Sem pensar bem no assunto, sem que este assunto seja por demais relevante, vejo que é virtualmente impossível manter um penteado em cima da minha cabecinha.

Ele é yoga, ele é ginásio, ele é coreografar e ensinar, ele é dancar em palco (onde o desalinho meu cabelo tomam direccoes e proporcoes assustadoras), ele é rolar no chao com as minhas gatas enquanto lhes mordo as coxas e lhes dou beijos na barriga, ele é tango e salsa para esquecer as coisas pesadas da vida, ele é um CAMINHAR permanente e uma ausencia de vaidade que muito raramente me é reconhecida.


O meu cabelo reflecte quem eu sou. Selvagem e desalinhado, solto ao vento e suado de tanta VIDA!




2. Nunca consigo ter uma manicure ou pedicure imaculadas porque nao suporto esperar, imóvel, que o verniz seque. Tao simples quanto isso.

Vejo as madames egípcias e árabes sentadas nas suas poltronas dos mil saloes de beleza do Cairo, tomando o seu chá e olhando com desdém para as empregadas que lhes arrancam os calos e ali ficam, impávidas e serenas, esperando que o seu verniz seque para lá da conta como se nao tivessem onde ir ou que fazer.

E eu?

Bem...

Acabo sempre por ficar com a pintura das unhas transformada numa pintura impressionista de mau gosto que, quase sempre, eu acabo por tentar disfarcar adicionando flores e coisas impensáveis para ninguém reparar no caos em que me ficam as garras.



3. Saio a rua vestida o mais inatractiva possível (o look "saco de batatas" tornou-se um clássico meu) para evitar chamar a atencao sobre mim. Quando olho para as supra citadas senhoras árabes com as suas "haute coutures" cobertas de escuridao mal disfarcada, fico assim...meio sem gracinha nenhuma...vendo arvores de Natal em noite de consoada ao lado de um pinheiro bravo destituído de enfeites ou galhos (sim, o pinheiro bravo sou eu!).



4. Nunca digo a coisa certa no momento certo, ao contrário da diplomacia egípcia que, para os meus standards camponeses, é sempre uma forma de mentira carinhosa.

As mulheres árabes falam pouco e, quando falam, mais valia estarem caladas. Nao precisam de ser agradáveis com o falar porque possuem dinheiro e este fala mais alto que tudo no Egipto.

Naquilo que me diz respeito, eu nao durmo com homens endinheirados para ser rica e nao tenho por hábito mentir ou ser falsa só para agradar a alguém e, por isso, sou um "globe trotter" linguístico que entra em choque com a "palavra vazia" corrente.



5. Sinto. Totalmente e sempre demais. Desalinho TOTAL.

Sou humana e sigo o meu coracao.

Esta deverá ser a maior diferenca entre mim e estas mulheres.

Se elas SENTEM, disfarcam muito bem.

Se conhecem sensacoes e dores da alma tao típicos dos latinos, entao escondem-no na perfeicao.

Vejo estas mulheres como seres a quem foi retirado o direito de SER e sentir.

Máquinas insensíveis com alvos a atingir (dinheiro/marido ou amante rico que as sustente economicamente) e sem a menor ideia do que significa FELICIDADE PURA ou um coracao partido. Nao se pode partir aquilo que nao se possui.



E a lista poderia continuar por aí fora...de tanto desalinho sou eu feita.

E olho para estas mulheres com um misto de incompreensao e pena pela sua imensa ignorancia e desumanidade.

Curiosamente, também elas me olham da mesma forma. Ser LIVRE e HUMANA, num mundo em que a Mulher ainda é objecto e propriedade, pode ser a coisa mais cansativa e mortal do mundo...elas sabem-no e eu também.


Eis algo que temos em comum.




Saturday, May 21, 2011

Gene Kelly - I'm singing in the rain




Gene Kelly, um dos meus eternos ELEITOS num clássico que define o significado da palavra *CLáSSICO.

Para mim, coreografias/criacoes destas sintetizam TUDO o que importa na ARTE, seja ela em que forma for.
A capacidade mágica de nos fazer sorrir, chorar, suspirar, sonhar, ACREDITAR em todas as possibilidades.
A habilidade de nos inspirar e anular em nós todos os limites auto-impostos e pressupostos mortos.
A capacidade de acrescentar VIDA a vida.
Eis a funcao da arte assim cumprida num dos musicais mais vistos e famosos de sempre!

Rudolph Nureyev at Muppet Show



Lindo!


Cairo, dia 21 de Maio, 2011







Gostava de ser.

Uma dessas pessoas que tem certezas absolutas e que sabe sempre onde e por onde vai.

Gostava de ser...
Uma desses Artistas que nunca tem dúvidas e sabe sempre vender-se, jamais duvidando do talento que Deus (ou o Diabo) lhe deu.

Gostava de ser...

Uma dessas bailarinas coreografadas, perfeitas e seguras, sempre convictas do passo seguinte e do estilo a que chamam "seu".

Gostava de ser mas nao sou.





Nao sei para onde nem por onde vou (sei que vou e já ouvi esta ousadia em qualquer lado poético)!

Nao estou certa de mim mesma nem dos talentos que alguma entidade me possa ter dado/emprestado por tempo indeterminado.

Sou improvizacao insegura de si mesma, sem questionar-se nem com certeza alguma do bem ou mal que parece. Sou danca livre sem chao nem volta a dar, por mais voltas que de.


Sou a fragilidade da inseguranca absoluta transformada em rainha fluindo pelas tábuas fora...
Sou o cúmulo da incerteza e do medo, a ansia do amor puro/ardente e o desejo de ser aplaudida de forma infantil e TOTAL.


Sou, aquela que de tanta vulnerabilidade, se alquimiza em algo indefinível, sempre de tao frágil matéria feita que o brilho de Deus a trespassa e a ferida cresce, sublimando-se dela mesma e daí nascendo uma rara FLOR.

Gostava de ser.
Mas nao sou.
Aquela que se SABE.


Cairo, dia 21 de Maio, 2011









Rudolf...






"A arte da Danca nao consiste em fazer um passo difícil parecer fácil mas fazer com que um simples passo pareca interessante."






Rudolf Nureyev


Cairo, dia 21 de Maio, 2011





"Apenas um telefonema."


Ser bailarina profissional equivale a muita coisa, em grande parte agradável e, noutra proporcial parte, difícil e desafiante.
Enquanto "performer", nao podem existir dias tristes ou de má disposicao. Sabendo eu que mudo de humor cem vezes ao dia, torna-se complicado gerir os meus voláteis estados emocionais e aceitar o facto de que, faca chuva ou faca sol, tenho de entrar em palco e dar a MINHA ALMA!

Outra das "obrigacoes" de uma bailarina passa por estar sempre em forma, física, mental, emocional e espiritualmente. Nada se poupa na danca. Tudo é requerido. A energia do mais fundo que somos está ali, prostrada, aos pés do nosso público e a ninguém vai interessar se estamos rejubilando de felicidade ou deprimidos de tanta tristeza.

O público paga para ver BRILHO e ARTE e é isso que o público tem, independentemente do estado em que o/a bailarino/a se encontre.


E assim me divido, por obrigacao profissional (e,ocasionalmente, por prazer) entre treinos no ginásio, Ashtanga Yoga (o yoga dos Rambos!) e trabalho de danca, seja actuando ou coreografando para ensinar.

Esta manha, um telefonema roubou-me o tempo de treino que ainda me faltava cumprir (desculpas antecipadas a senhora bicicleta que nao viu o meu exclesso rabiosque como de costume!) e fez-me correr do ginásio para a baixa do Cairo como se tivesse sido chamada a apagar um fogo.

Ali estava eu e a minha garrafa de água (ambas suadas e rabujentas) , a toalha e a biografia do Rudolf Nureyev (bailarina que se preze possui destas obsessoes sagradas pelos monstros também ele sagradas da minha Arte) quando o toque do meu telemóvel me fez despertar para o mundo "lá fora".

- Bom dia, acordei-te? - Disse, do outro lado da linha, o meu querido Mahmoud Reda.
- Bom dia, Mahmoud. Nao me acordaste, estou no ginásio. Passa-se alguma coisa?- Respondi eu, estranhando o telefonema a hora tao pouco usual.
- Sim, passa-se algo especial que eu sei que te vai deixar feliz.
Encontrei lá em casa uns vídeos do Rudolf Nureyev, da Margot Fonteyn e dos inícios do ballet clássico...ah, e também algo de "tap dancing" americano. Tens de vir e VER ISTO!!!- Respondeu-me o Mahmoud com "aquele" entusiasmo" que só os fanáticos por DANCA podem compreender.

E nao é que agarrei em mim, suada e pestilenta, e tive MESMO de correr para o estúdio do Mahmoud para deliciar-me com aquelas maravilhas?!
E vejo que sao momentos destes que dao cor a vida de uma BAILARINA e que sao também momentos destes que constroem as melhores e mais saborosas amizades.

Grata.

Wednesday, May 18, 2011

Oum Kalthoum أمّ كلثوم Documentary 1 of 4 - "Howwa Sahih El-Hawa Ghallab...



A minha eleita. Om Kolthoum.
Dispensa apresentacoes.
Nunca houve nem havera no mundo cantora como esta.
E ao som da sua obra eu danco, amo, sonho, voo e VIVO!

Tuesday, May 17, 2011







O que me habita e impulsiona.



O que em mim nao tem nome mas AGE contra a corrente e contra todas as desistencias e impossibilidades impostas.





Aquilo que em mim se orgulha da FORTALEZA, muito para lá de todas as fragilidades....



Aquilo que em mim é felino e me cobre com a pele acesa de todos os tigres e leoes deste e de outros universos.



Aquilo que em mim resiste e persiste.



Aquilo que em mim caminha, mesmo quando os pés pesam e todos os ventos me gritam: Desiste.



Aquilo que em mim é maior que eu e, ainda assim, me define melhor que nada e ninguém.

Joana Saahirah of Cairo dancing Om Kolthoum


Lirismos e outras poesias...na forma de Om Kolthoum, em busca de uma linguagem universal que nao passa pela repeticao oca e gasta do vocabulário de Danca Oriental toscamente ensinado um pouco por todo o lado.
Nao as bonecas insufladas.
Nao aos clones de outros clones.
Nao aos fantoches e as aproximacoes de "streap tease" de cabaret da coxa grossa.
Sim a uma ascenca da Arte da Danca Oriental ao local que lhe pertence: a ALMA do MUNDO.

Prazeres em forma de Om Kolthoum.

Joana Saahirah of Cairo improvizing on egyptian tabla



Variacoes em tom de tabla e maluquices criativas...porque, para mim, a Danca Oriental se define com um certo "que" de egipcio antigo, uma pitada de FOGO, muito sentimento e a total e mais assustadora LIBERDADE do SER em criacao sem limites.
Como diz uma maninha minha (Lilith, I love u!), sou capaz de fazer parte de um certo infame grupo de avancados mentais. Daí a falta de encaixe - gracas a Deus e aos diabos! - na "normalidade" da imbecilidade dos grupos de vivos-mortos nao pensantes/viventes que nos rodeiam.
Amen!
Cairo, dia 17 de Maio, 2011


Rudolf Nureyev, o arrogante genial...


Lendo a biografia de um dos mais reconhecidos e talentosos bailarinos de sempre:
Rudolf Nureyev...
Os bastidores da danca clássica, as conexoes e relacoes de interesse e ambicao desmedida a que ele se entregou para chegar onde chegou, os seus dilemas homossexuais e as contradicoes dignas de uma vida FASCINANTE.

Acima de tudo, os comentários sobre danca e superacao. Este livro está a apaixonar-me, como nao podia deixar de ser...e o meu amor antigo pelo ballet clássico regressa assim, de mansinho, trazendo-me a nostalgia de dias em que aprendi o significado de trabalho árduo, humildade e perfeccionismo.

Parte do meu passado regressa a VIDA na forma da biografia de Nureyev e nao posso deixar de reflectir em como vim de uma Arte onde se atinge a TOTALIDADE através da DOR (sempre presente no ballet clássico) e aterrei em pleno Egipto numa ARTE que se baseia no PRAZER, ALEGRIA e celebracao do corpo tal como ele é.

Afinal, sempre crescemos...sempre.


Cairo, dia 17 de Maio, 2011






Das guerras religiosas e outras patetadas!









-Sabe, menina, nós agora só queremos trabalhar e cuidar das nossas famílias mas parece que há imensa gente sem futuro que nao quer que outros o tenham. A Revolucao teve o seu tempo e a sua razao de existir mas agora criou-se apenas o caos...já nada disto tem a ver com o melhor que queremos para o Egipto! - Queixou-se o taxista que me levava a uma "milonga" em Heliopolis.


Todos os dias, surgem novas manifestacoes e batalhas de rua improvizadas entre muculmanos e cristaos. Todos os dias, nasce uma nova história shakespeareana que conta a paixao tumultuosa e inaceitada entre um rapaz cristao e uma rapariga muculmana ou vice-versa.

Todos os dias se ouve de mais uma igreja queimada ou de tiroteios entre pessoas de religioes diferentes (nao só cristaos e muculmanos mas outras minorias religiosas que encontram, neste momento, a oportunidade para se fazer ouvir).


E tudo isto cansa. E muito!

Nem se trata apenas do conflito que se perpetua sem razao mas do facto de vermos como existe tanta ignorancia e maldade, tentando sabotar o propósito inicial e justo da Revolucao Egípcia.

O Egipto viveu, desde sempre, com a existencia de várias religioes. É certo que essa convivencia nem sempre foi pacífica e que o país e suas leis sao, há muito tempo, orientadas para a religiao maioritariamente praticada (Islao) mas nem essa domincao pode impedir a convivencia de credos diversos sob o tecto divino de um Egipto antigo que sabe, embora o tenha esquecido, o verdadeiro significado da palavra RELIGIAO.


Surpreendente e ridículo que, no meio de uma brutal crise política e económica, muitos egípcios se ocupem em criar distúrbios gratuitos e usem a diferenca religiosa como desculpa para impedir que o país se reconstrua e siga adiante com a prosperidade já há tanto adiado e tao merecida!


Apetece dar um par de estalos a tanta ignorancia e dizer em voz bem alta :

"Nao sejam tamanhos empata F......., por amor de todos os Deuses, Profetas e Conviccoes!"








Cairo, dia 17 de Maio, 2011












Quando o sol sai da casca no Cairo...








A preparacao para o Verao passa por diversos rituais, dependendo do país em que vivamos e da intensidade do calor.




Pois bem...para quem vive no Cairo e nao pretende ser atacada por tarados sexuais a solta na rua, eis as únicas medidas que se podem tomar em plena preparacao veraneante:








1. Treinar o nosso corpo para, estoicamente, suportar temperaturas elevadíssimas sem o risco de desmaio ou outras consequencias fisiológicas.




Meter a cabecinha dentro do forno enquanto ele aquece para cozer um bolo de chocolate (ou amendoa, vá...) pode ser um bom treino.








2. Encontrar roupas que se assemelhem com sacos de batatas (dentro dos quais nenhuma forma do nosso corpo possa ser adivinhada) para podermos sair a rua sem ataques de maior por parte da sexualmente reprimida populacao egípcia *(e árabe).








3. Treinar a nossa mente para a aceitacao TOTAL e INCONDICIONAL da ignorancia alheia, uma vez que o Verao significa chegada em massa de árabes ignorantes, endinheirados, mal educados e arrogantes que se comportam como se fossem reis e pudessem comprar tudo e todos (curiosamente, podem faze-lo com relativa facilidade aqui no Egipto)!








4. Enfrentar a possibilidade de vir a sufocar nas ruas desta cidade fascinante devido ao calor, obviamente, mas também a camadas de roupa acumulada sobre nós da qual nao nos livramos para evitar assédios sexuais e chatices múltiplas que daí poderao advir.








5. Descobrir uma piscina - num hotel, ginásio - reservada apenas a mulheres onde possamos ter contacto com água e sol sem termos de lidar com outro tipo de contactos indesejados que, invariavelmente, se nos oferecem sempre que temos a maravilhosa oportunidade de confraternizar com elementos locais do sexo oposto num local público onde exista qualquer exposicao física.






6. Relembrar que a REALIDADE somos parte muito do ponto de vista que dela possamos fazer e que, por isso, podemos treinar a nossa mente para tolerar e até achar piada (???) ao sufoco do Verao cairota, as roupas/sacos de batatas que temos de vestir para ocultar as formas do nosso corpo/a presenca "desafiante" dos reis na barriga, os árabes e tantas mais delícias culturais que por cá nos sao oferecidas.


Dizem que sim, que podemos treinar a nossa mente para colorir toda a nossa realidade de forma POSITIVA.


"Dizem que sim..."

Sunday, May 15, 2011































Momentos.

Os bastidores da Danca sao QUASE tao magicos como o palco.

Segredos contidos. Medos e insegurancas ultrapassadas, uma montanha russa de emocoes e medos conquistados e cortados em mil pedacinhos...


Nao fica pedra sobre pedra.


O que mais me chateia neste periodo de Pos Revolucao egipcia consiste no facto de ver que o assedio sexual brutal permanece mais vivo que nunca, a corrupcao e a prostituicao continuam na ordem do dia e os oportunistas aproveitam o momento de abertura e indefinicao para criar ainda maior instabilidade no Egipto.


Sera que centenas de anos de opressao poderao ser apagados no espaco de uns meses ou anos vindouros?


Sera que o habito de serem dominados se esmaga assim...tao facilmente...sob o punho justo (e responsabilizador) da recentemente descoberta LIBERDADE.


A optismista em mim QUER acreditar que Sim, que esse SALTO monumental podera ser dado e depois vem a realidade vivida, dia a dia, colocando a minha conviccao e atitude positiva a prova.


Ca por mim, nao fica pedra sobre pedra. Existem os desafios exteriores que nos podem esmagar no espaco insignificante de um segundo. Depois existem os desafios interiores e a forma como encaramos e suplantamos os obstaculos que nos aparecem pelo caminho.


Continuo a viver num Egipto onde as Mulheres so singram na Vida se se VENDEREM como mercadoria aos homens que ainda dominam este chao corrupto.


Continuo, no entanto, a ter como a maior conviccao de todas que SOU MULHER e nisso esta implicita uma dignidade e realeza das quais JAMAIS abdicarei.


E lembro, assim em jeitos de revolucao interna, que a verdadeira fortaleza nao consiste nos musculos ou na forca bruta mas numa VONTADE indomavel de ultrapassar obstaculos e fazer deles nossos aliados.



Nesta pos revolucao egipcia, ha tanto que nao controlo mas ha um outro TANTO que me pertence e sera nele que as minhas aguas se agitam e movem o melhor que podem, suplantando aquilo que eu achava que era o meu "melhor"...


Os deuses sempre estiveram loucos neste meu Egipto querido.


Posso acrescentar que estao mais loucos que nunca (e eu que devia ter tirado era o curso de Psicologia!).


















Fotografias tiradas por Ana Chora.

O que me encanta na imperfeicao destas imagens passa pelo facto de entender, atraves dela, que a BELEZA pode resultar de uma aparente falha.

Embora a resolucao das imagens seja muito baixa e, por isso, considerada pouco recomendavel para fins publicos, encontro nessa falta de resolucao autenticas pinturas em potencia.

Nao vejo a fraca resolucao, vejo pinturas que nascem de uma aparente insuficiencia.

E nessa capacidade de VER a BELEZA nas falhas reside uma maiores fortalezas por mim ja conquistadas.


Grata a Anita por enviar as pinturas acima expostas.

Tuesday, May 10, 2011

Funana



Para dancar e rir muito...o funana africano...ah, LINDO!

Joana Saahirah of Cairo Il Fan



Deixo-vos, por enquanto, com danca vinda directamente do coracao...como nao podia deixar de ser!






Ate ja!










Porque o importante reside sempre em seguir caminhando, eu dou um passo e depois outro.





Como o importante reside em ir...eu fui.





"...porque tu sabes, que é de poesia minha vida secreta!" Renata lobo: Todas....

Antes de mais uma partida, aqui vos deixo com as habituais delicias do blogue da Renata Lobo. Leiam esta ABSOLUTA maravilha:



"...porque tu sabes, que é de poesia minha vida secreta!" Renata lobo: Todas....: "'Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples. Que o que amacia a vida, acende o riso, convida ..."

Monday, May 9, 2011

Cairo em redefinicao...renascimento.
Tal como eu.
Aqui anuncio, com a calma dos exaustos, que me retirarei por uns tempos deste mundo cibernetico de caracteres, palavras soltas e afectos.
Muito a FAZER longe das teclas do computador.
Castelos a reconstruir, por dentro e por fora.

Sempre com a LUZ e AMOR de Deus.

Saturday, May 7, 2011










































Afirmacoes e diálogos interiores.




Já perdi a conta as vezes que me ri de um amigo meu que está a aprender tango na mesma escola que eu.



Primeiro ri-me e fiz piadas sobre o assunto, como é típico da minha tresloucada pessoa!



Enquanto pratica e tenta dancar o sofisticado Tango, o meu amigo fala consigo mesmo em voz alta congratulando-se pelos progressos e talento tangueiro que só ele consegue avistar dentro de si mesmo.



Sim, primeiro eu ria-me.







Depois, comecei a tirar-lhe o chapéu porque disse-me a minha inteligencia (visitante ocasional) que aquele diálogo interno que ele tem consigo próprio é das melhores coisas que uma pessoa pode possuir.














Eu critico-me constantemente, sempre que se trata de danca. Nao me critico de forma particularmente severa ou dolorosa porque estou mais que habituada a TER de, profissionalmente, corrigir-me e melhorar-me constantemente. Faz parte da minha educacao, profissao, personalidade.










Deixo que os elogios venham de fora, enquanto eu busco sempre mais e melhor e jamais me congratulo por algum talento que tenha.














Ao observar os comentários elogiosos que o meu amigo entrega a si próprio, embora ele nao seja um talento eminente do Tango, percebi que tinha muito a aprender com ele e também eu, se tivesse disciplina mental para isso, poderia MUDAR a minha programacao interior e dar-me os PARABÉNS por todos os progressos que vou fazendo ao aprender TANGO.




Gracas ao meu orgulhoso amigo, eis o diálogo interior que ouso oferecer a mim mesma:












1. Sou perfeita e TOTAL no momento presente.






2. Louvo-me pelos talentos e capacidades que o Universo me conferiu e tiro o máximo partido deles.






3. Congratulo-me por todas as belas coisas que aprendo, fluída e facilmente, e pelas muitas vitórias alcancadas.






4. Orgulho-me de mim própria, a cada passo dado. A cada montanha escalada. A cada desafio enfrentado com inteligencia e carácter.










5. Agradeco ao Universo todo o AMOR e CRIATIVIDADE que colocou dentro de mim e deixo que esse amor se espalhe e invada todas as áreas da minha VIDA.










Assim seja.





Amen.




A Rainha das Vadias!









Camille Paglia, ali prostrada na minha mesinha de cabeceira decorada com búzios (reminiscentes do útero que a tudo dá a luz), sabonetes, uma vela da cor da paixao e um spray de aroma a lavanda que me induz ao sono num piscar literal de olhos.












Autora maldita, já li algures.



Controversa, sem dúvida.



Para mim, o interesse chega da HONESTIDADE e da CORAGEM em nao plagiar nada nem ninguém e escrever/falar exactamente aquilo que a ELA lhe parece lógico e natural.






Numa era de comerciantes, aduladores, plagiadores profissionais e ratos de biblioteca que nao VIVEM mas pensam VIVER comendo livros, admiro uma MULHER que é ela própria e assim chega as conclusoes mais improváveis através da sua experiencia de vida e conclusoes pessoais e transmissíveis.




Esta autora nao quer agradar a ninguém, que Deus a mantenha sempre lúcida!


E diz aquilo que muitos de nós nem se atreve a pensar...conclusao: ADORO.




"Personas Sexuais" e "Vampes e vadias" sao os dois livros que me desafiam estes dias.


E que venham mais destas Mulheres com úteros vivos e corajosos.


Cansada das imitacoes...

Friday, May 6, 2011

"...porque tu sabes, que é de poesia minha vida secreta!" Renata lobo: Lindo!!!!!!

Lindo demais, como sempre.
Eis o link do meu suspiro de hoje:


"...porque tu sabes, que é de poesia minha vida secreta!" Renata lobo: Lindo!!!!!!: "Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último.O último para apreciar a vida com o entusiasmo que não guarda nenhuma delíc..."






É na selva do Egipto que me encontro, a mim e aos meus fantasmas e sonhos. A partir daqui, só o MUNDO.

A partir das adversidades contornadas e vencidas, só o TRIUNFO mais que merecido.

Depois de conhecer o inferno, só se almeja e aponta para o Céu mais alto.


Rodopiando, vivendo, trabalhando, aprendendo, surpreendendo-me na minha selva de eleicao, sempre fazendo pontaria as estrelas, aos céus dos meus prazeres e a minha mais total e SIMPLES FELICIDADE.

Joana Saahirah of Cairo Il Fan



Aqui está o registo videográfico da coreografia que ensinei em Itália (Merano).
O tema chama-se "Il Fan" e foi composto por Mohamed Abdul Wahab.
Como uma promessa é sempre sagrada para mim, tinha de filmar esta sequencia de danca e partilhá-la com as maravilhosas alunas de Itália a quem garanti que filmaria e enviaria a coreografia.
Filmado e editado num par de horas pelo meu querido professor e amigo MAHMOUD REDA no seu estúdio da baixa do Cairo (antigo local de ensaios da "Reda Troupe", há mais que cinquenta anos atrás!).
Aqui fica a promessa cumprida, com AMOR.

Joana Saahirah of Cairo in EAST FEST LISBON



Baladi com toques de Saiidi para fechar a Gala de Abertura do EAST FEST LISBON.
Mais uma vez, a palavra CHAVE será o PRAZER.
PRAZER em fazer o que amo, em estar rodeada de pessoas bonitas que também adoram o que fazem.
Prazer de sentir a música e ver como o meu corpo e alma reagem a ela, de forma sempre surpreendente. Até para mim.
Grata pelos momentos vividos entre gente querida da minha terra natal: PORTUGAL!

Joana Saahirah @ East Fest Lisbon 2011 28 04 2011 1



East Fest Lisbon organizado pelas querida Cristina e Filipa.
Aqui estou eu, desafiando-me sem a minha orquestra egípcia, dancando o emblemático tema "Enta Omri" composto por Mohamed Abdul Wahab para a DIVA Om Kolthoum.
Mais do que um desafio, um prazerrrrrrrrrrrrrrrr..................

Wednesday, May 4, 2011

Natália Correia - Defesa do Poeta



Mulher com M maiúscula recitando um belo poema que descreve os POETAS e ARTISTAS em geral.
Natália Correia foi irrepetível na sua coragem, talento e carisma. E como recita ela este poema...
O mundo nao pertence, por enquanto, aos poetas e aos artistas mas sao estes que o tornam suportável e até MARAVILHOSO.

La Confiteria Ideal: The Tango Salon :: COMPLETE :: Part 1/5



Quando me perguntam porque escolhi a Danca Oriental como DESTINO - muito mais do que a minha profissao - eu respondo, invariavelmente e sem ironia:
- Foi a Danca Oriental que me escolheu a mim.

Eu nao escolho nada, simplesmente apaixono-me e deixo-me levar por essas paixoes sem as querer alterar ou controlar.
O Tango é mais uma paixao que a Vida me oferece, entrando de mansinho no sangue que me corre nas veias e despertando em mim saberes e prazeres que eu desconhecia ou havia esquecido.

Aqui está a primeira parte de um belíssimo documentário sobre o TANGO. Quem ve dancar nao pode ter a exacta nocao do que se SENTE quando se danca e as palavras que possa usar para tentar faze-lo sao inúteis.

A magia está no ar, influenciando o meu trabalho na Danca Oriental, a minha forma de ser, escutar e sentir.
E se tudo na vida fosse assim tao belo como o Tango...suspiro.




































Cairo, dia 4 de Maio, 2011














A Lista da Gratidao.













Uma das ideias retiradas do supra citado livro é a criacao de um caderno onde apontemos as coisas, eventos, pessoas pelas quais nos sentimos gratos no nosso dia a dia.






Em vez de nos focarmos nos problemas e acontecimentos desagradáveis, a ideia é virarmos a nossa atencao para o que POSITIVO veio até nós durante o dia.







Se aquilo em que nos concentramos, cresce, se expande e se manifesta MATERIALMENTE nas nossas vidas, entao passemos a CONCENTRARMO-NOS no BOM e no BELO e veremos que estes florescem e se multiplicam dentro e fora de nós.













Eis o que uma lista minha poderia incluír partindo de tudo o que me foi oferecido ontem, dia da minha viagem de regresso ao Cairo:






1. Despertar cheia de saúde física, mental, emocional e espiritual.














2. Ter a minha família mais chegada perto de mim, cercando-me de amor, seguranca emocional, fé e aceitacao.













3. Brincar/mordiscar/beijar/ rir com os nossos animais e receber o seu amor incondicional.








4. Ver o jardim lá de casa florido e escutar os pássaros, a paz, a liberdade, a satisfacao de "estar tudo no sítio certo" e em harmonia.













5. As malas carregadas de amor e comida portuguesas.


















6. Uma viagem onde me cruzei com sorrisos e gente simpática que tornou a jornada mais curta e aprazível.






7. A leitura do livro "Gratidao" oferecido pela minha melhor amiga.














8. A comidinha turca "gourmet" servida no aviao para o Cairo.







9. Ter chegado em seguranca, saúde e paz ao Cairo e ter sido recebida por risos tipicamente egípcios.













10. Uma calma e aprazível viagem até casa onde me esperava amor e paz.








11. Todos os detalhes que me encheram os olhos, mente e coracao de espanto e prazer durante a viagem.

12. O corpo, capacidades, energia, inteligencia e talentos que Deus me deu para poder RESPONDER criativamente a todos os obstáculos*desafios que sempre me aparecem pela frente. Deus deu nozes a quem tem dentes, só para contrariar o ditado!




E a lista poderia alargar-se tao facilmente...esquecemos como devemos dar gracas ao facto de RESPIRARMOS, caminharmos, termos saúde e olhos para ver, ouvidos para escutar os sons magníficos deste mundo, olfacto para nos deleitarmos com os aromas flutuantes que nos rodeiam, pele VIVA que sente, chora e se regozija com tanto que a VIDA nos oferece.




E a palavra de ordem é apenas OBRIGADA.







A minha prece para o dia.






Para sempre.





































Cairo, dia 5 de Maio, 2011





Gratidao e amanheceres.




Regressar a casa, depois de dez dias em Portugal onde houve trabalho interessante, encontros de amigos e familiares e até o casamento da minha mana Catarina (com direito ao famigerado "homem do orgao" que nos torturou com "apita o comboio" e derivados) foi um respirar fundo mais alimentado de afectos e calor.






O alimento que necessitava para o primeiro passo de mais uma grande aventura aqui no Cairo.






Acredito MESMO que somos nós quem constrói, em grande parte, o nosso destino e eu nao deixo o meu por maos alheias.






Pego nos obstáculos e transformo-os em aliados e jamais deixo passar a oportunidade de me sentir GRATA pelos pequenos e grandes milagres que me rodeiam, inspiram e impulsionam nesta fantástico jornada que é a VIDA!












Como gosto de partilhar as coisas que me apaixonam, aqui vai a referencia de um livro que me foi oferecido pela minha melhor amiga e que eu devorei na viagem de aviao de Lisboa até Istambul.








Nada de genial se encontra neste livro e a escrita nao compete com nenhum génio da Literatura mundial mas a mensagem base do mesmo revoluciona tudo na nossa vida.




Este livro é um valioso LEMBRETE do PODER imenso da GRATIDAO sincera por todas as coisas positivas - e até pelos desafios e dificuldades - que a vida nos oferece.








Eis algumas passagens do livro sobre as quais vale a pena reflectir e se deixar afectar:








"A gratidao é como um íman.Puxa e atrai para nós aquilo que é igual.(...)





Aquilo a que dá atencao é aquilo que manifesta na sua vida. O professor Jesus sabia isto ao ponto de poder dar gracas por aquilo que nao era visível , sabendo que iria tornar-se tangível e factual por meio da Lei da Causa e do Efeito."












A partir da leitura deste livro simples, pude relembrar essa tendencia que sempre foi natural em mim para agradecer tudo o que acontece e dessa prece construír a REALIDADE que eu quero.




Menos mexericos, pensamentos, emocoes e palavras negativas e MAIS de tudo o que nos entusiasma, faz felizes e QUEREMOS realmente.




Domar a mente, habituada a hábitos destrutivos, e re-moldá-la a nosso favor requere disciplina, paciencia e compaixao para com as nossas próprias fragilidades mas eu digo que SIM, VALE A PENA ir TENTANTO e tentanto e tentando...até que o nosso cérebro esteja inundado das águas mais doces e de todas as POSSIBILIDADES sonhadas.












A manifestacao real-material de tudo o que povoa essa mente reeducada virá a seu tempo, como tudo o resto que acontece na matemática perfeita do Universo.









"...porque tu sabes, que é de poesia minha vida secreta!" Renata lobo: Oração a grande Deusa!

Renata Lobo, sempre em sintonia com o meu coracao. Se esta mulher fosse um belo homem, já a tinha pedido em casamento!

Oracao a Laskshmi, Deusa hindú da Prosperidade e de todos os tipos de abundancia.
O panteao hindú é colorido, inteligente, criativo e genial na forma como representa as diversas facetas do Ser humano e as fases evolutivas & ciclos pelos quais passamos.

Quando estive na India, apaixonei-me pelo Deus Elefante, "Ghanesh", mais comum nas casas indianas do que o caril e os "bindis" nas testas belíssimas das mulheres do Ganges.

Deixei-me encantar pela sensualidade dos deuses e deusas que nao representam mentiras nem imagens idealizadas do que gostariamos que o Universo fosse mas arquetipos REAIS, palpáveis e incrivelmente belos na sua honesta manifestacao.

Esta oracao a Lakshmi segue do coracao da Renata para o meu, porque sempre lá esteve, e do meu coracao para o vosso *porque também sempre lá esteve!

Sigam o *maravilhoso link:



"...porque tu sabes, que é de poesia minha vida secreta!" Renata lobo: Oração a grande Deusa!: "Deusa Lakshmi significa 'boa sorte' para os hindus. A palavra 'Lakshmi' é derivado da palavra em sânscrito Laksya, que significa 'fim' ou ..."

Monday, May 2, 2011

De regresso ao Cairo.


Mais um. E sempre novo.
Levo um livro sobre "Gratidão" debaixo do braço, novos rumos e sonhos definidos depois do tumulto da Revolução egípcia me ter turvado, momentaneamente, a mente e a visão do que quero para mim.

Saudades dos meus amigos e amores cairotas, das milongas e das Salsas, dos meus músicos e das loucuras de todos os dias.
Saudades do imprevisível e do desafio constante de me redescobrir e fortalecer no embate permanente com a diferença e a incompreensão.

Feliz por tudo, já grata pelo que foi, é e será porque todos são UM e o meu sorriso é intemporal.


Cairo à minha espera e eu à espera do MELHOR!






Mais Portugal...na forma de imagens minhas no mar.
Sempre.






Miminho para o meu amigo Américo Cardoso, também ele pai amantíssimo e orgulhoso de dez ("outch!) gatos que lhe enchem a vida de beleza e ronrrons quentinhos.

Estas imagens (de cariz quase pornográfico) foram filmadas por mim (como comprova as vozinhas e suspiros de pano de fundo do vídeo) aquando da passagem de um anjo por minha casa, no Cairo.

Resumindo: Vizinho da Arábia Saudita deixou um gato bebé de cerca de um mês de idade sozinho na sua casa e viajou, sabe Deus para onde, abandonando esta bela criatura à sua sorte.

Quando questionado sobre a possibilidade de dar o gato para adopção, uma vez que não podia cuidar dele e o tinha abandonado à sua sorte, a resposta do excelentíssimo senhor foi a seguinte:

- É que o gato foi um presente que me foi oferecido por um familiar e o Corão proíbe que se dê um presente que nos foi dado a nós em primeira mão.

Ah, espera...aqui está mais um exemplo delicioso da "lógica" árabe:

Portanto, o Corão proíbe ("haram") que se dê a outra pessoa um presente que nos foi dado a nós mas permite ("halal") que se deixe um ser vivo de um mesinho de idade sozinho, a morrer à fome, isolado num apartamento vazio.

Sim...isto, de facto, depois de muita reza, meditação e pancadas consecutivas na moleirinha de uma pessoa, começa a fazer sentido.

E assim escutei eu, fazendo-me acordar do meu sono profundo, um anjo enviado por Deus chorando no apartamento que fica por cima do meu.Ouvi a choradeira do bebé e vesti a capa de Super Woman (ou Cat woman).

Lá fui eu para a operação de salvamento que acabou num romance de amor "daqueles" que jamais se esquecem. O petiz dormindo colado a mim, brincando comigo e tentando conquistar as minhas outras gatas que só não o comeram de ciúmes porque eu andei sempre em guarda.

Eis a doçura absoluta materializada na forma de um gato.

Sunday, May 1, 2011

Margarita - From Salsa: The Motion Picture (By Wilkins)



Haverá coisinha mais foleira que este vídeo (sim, eu sei que Marco Paulo existe e outras iguarias musicais do nosso pimba nacional mas...)?!
Básico, primário, roçando o bacoco e o rococó da música de casa de banho mas...irresistível! É daqueles mistérios que nem tento desvendar.
"Margarita" do filme "Salsa".
O que eu já não dancei ao som desta foleirada em noites quentes de Salsa cairota?
E quero lá bem saber se isto compete directamente com o "Há bronca na discoteca" de um tal Nelo Monteiro!
Momentos (in)significantes.

Daqueles que quase, quase me passam despercebidos mas que, ao final do dia, tornam TUDO mais colorido e VIVO!

1. Acordar e dar um beijo de "feliz dia da mãe" à minha progenitora adoptiva (que me resgatou, ainda bambina, do acampamento de ciganos perto da nossa antiga casa).

2. Conduzir e cantar que nem uma louca enquanto o faço, sorrindo espontaneamente para quem se cruza comigo no trânsito.

3. Beber uma coca-cola com o Khaled Mahmoud e com a Leyla (ambos artistas/professores convidados do Festival East Fest onde nos cruzámos) e rirmos muito dizendo parvoíces e mimos.

4. Ouvir o sino da igreja dos Anjos tocar de hora em hora, interrompendo o meu workshop de Dança Oriental e os momentos de dança partilhados nessa ocasião.

5. Sentir o entusiasmo e curiosidade dos alunos que frequentam o meu workshop e poder dar-lhes algo de excitante, verdadeiro, autêntico e sempre inovador de uma forma ou de outra.

6. Ver como a paixão pelo que faço pode ser contagiante.

7. Receber um belo livro de presente directamente das mãos de uma querida amiga e descobrir a dedicatória sincera que ela, carinhosamente, escreveu para mim.

8. Sentir o aroma de Lisboa num dia de chuva mansa.

9. Reparar como certos músculos me doem de muitas horas de dança...ahhh...se todas as dores fossem assim...

10. Regressar a casa com uma alegria mansa de quem está totalmente em paz consigo mesmo.

"...porque tu sabes, que é de poesia minha vida secreta!" Renata lobo: Amém!

Amen.
Sigam o link e refresquem o coração:

"...porque tu sabes, que é de poesia minha vida secreta!" Renata lobo: Amém!: "'Tomara que os olhos de inverno das circunstâncias mais doídas não sejam capazes de encobrir por muito tempo os nossos olhos de sol. Que tod..."

Marilyn Monroe - Diamonds Are A Girls Best Friend



A ironia em que caio tão frequentemente...atirar os diamantes às caras dos que os oferecem e procurar água pura debaixo das pedras mais simples.
Quem me mandou ser assim, tão estupidamente visceral e honesta?!
Há dias em que gostaria de ser assim, cor de rosa, materialista, em busca do afamado milionário que me banharia de jóias e comidades. E porque insito eu em ser eu mesma quando isso cansa tanto e não encaixa com nada do que se espera de mim?

Filha de ciganos...irremediavelmente apaixonada pela paixão verdadeira.
Ah, Marilyn! Volta que estás perdoada.