Tuesday, December 31, 2013

O bebé (o meu primeiro LIVRO) está a chegar ao mundo*********************


O primeiro bebé está mesmo aí à porta...quase, quase à venda em todo o mundo.
Orgulhosa e entusiasmada é pouco: eu estou HISTÉRICA de feliz com este primeiro filho. Grandes Revoluções no horizonte.....................

Fotografia tirada na Eslovénia (espectáculo em Maribor).

Memory lane* - Dando GRAÇAS, DEIXANDO IR o que já não serve, CRIANDO um novo AGORA*********************

As minhas meninas - meus anjos, inspiração, paz.
Isto já deve irritar muita gente (sei que sim*) mas aqui vamos: tenho de AGRADECER a todas as criaturas (anjos e demónios, pessoas e outros*) que se cruzaram comigo até hoje. Muitas delas quiseram ver-me no chão mas muitas mais me deram aquele abraço, aquela palavra de incentivo, aquela RAZÃO para continuar a crescer. É para estes impulsionadores de VIDA que vai a minha mais profunda GRATIDÃO.
 
Backstage na Rússia com Maria Aya - uma das pessoas especiais* que fizeram de 2013 um ano memorável.
Inícios de ano são sempre, pelo menos para mim, tempos de LIMPEZA: varrer o velho e abraçar o NOVO e o que nos eleva um pouco mais (por dentro e por fora).
2013 foi FANTÁSTICO graças a essas criaturas maravilhosas que acreditaram em mim e me acarinharam e também pelo crescimento da minha carreira (a nível mundial), por ter passado à faca o cordão umbilical que me prendia ao Egipto (sendo que levo este país dentro de mim e, por isso, o cordão umbilical nunca é realmente cortado no seu cerne) e por ter tido a coragem de seguir adiante, fechando um fabuloso capítulo da minha vida e abrindo outro (ainda mais fabuloso e feliz).
 
2013 foi MARAVILHOSO mas 2014 vai deixá-lo no chinelo, minha boa gente. Tenho a fé, a convicção, a visão e o sentimento que SIM - 2014 será o melhor ano da minha (espero que "nossa") VIDA. De 2015 falaremos depois, caso ainda cá estejamos todos para contar e fazer História. 
 
Começo o ano novo com a publicação do meu primeiro LIVRO ("The secrets of Egypt - Dance, Life & Beyond") e em preparação para mais uma tournée mundial (Eslovénia, Ucrânia, Israel, França, Rússia e Espanha são já de seguida e muitos outros países se seguem) de workshops, conferências e espectáculos. Outro livro - já escrito - na calha para ser publicado em 2014 e os desejos de uma arrojada AVENTURA de Dança Oriental (ainda se encontra no segredo dos Deuses) e da escrita de um romance (por puro prazer).
Sessão "baladi" na casa do meu amigo Mohamed (el Sayed) na famosa rua de Mohamed Ali, Cairo (Egipto).


Acho que era o Fernando Pessoa que dizia que a vida é cansativa de tão interessante que é a cada instante. Concordo plenamente.
 
Para 2014 quero CRESCIMENTO, SAÚDE, AMOR e PAIXÃO (não dos morninhos mas DAQUELES amores felizes e reais, transbordando lava, urgência e verdade). E o SUCESSO (mais que) merecido, claro está. Não sejamos hipócritas: quem semeia, colhe. Assim seja: que as flores e os frutos do que semeei cheguem em todo o seu esplendor e fragrância durante o mágico* ano de 2014.
 
Desejo para todos vocês o que desejo para mim.
Grata e feliz pela vossa presença - venha ela de que forma vier.
Amor e Luz para todos nós*********************
 


O ano em que TUDO começou. Esta é uma imagem do meu primeiro website e quem ma enviou foi a queridíssima Ana Rita Pacheco. Memórias doces dos primeiros passos desta Grande Aventura que é a minha Carreira/Vida. Abençoada, grata, feliz. Venham de lá mais SUCESSOS e SORRISOS sem fim.

"Il Hob how da il Qanun" - "O Amor é a Lei", inscrição que encomendei para o sofá que tinha na minha sala de estar no  Cairo.

Backstage no Cairo, Egipto.
Amor, inspiração e VIDA para todos nós.

Os tesouros de Londres*

 
Meus caros/as leitores/as, sei que tenho sido uma "blogger" bastante desmazelada e/ou ausente mas existem excelentes razões para tal. Passei o último mês em Londres por motivos de trabalho, descoberta, inspiração e busca de mim mesma e outros tantos que nem eu sei destrinçar.
Sempre que a minha alma* me indica um caminho* eu sigo-o sem fazer perguntas. Sempre assim foi e espero que nunca deixe de ser. Há quem chame a esta fidelidade (a mim mesma) egoísmo; outros chamam-lhe alma cigana ou (como diz a minha progenitora) "ter fogo no cú". Acabo por concordar com a tirada poética da minha progenitora: tenho MESMO fogo no cú e não me acanho de admiti-lo.
 
A dita cuja - essa que tão poucos escutam - chamou-me e eu fui. Para Londres. Para dentro de mim mesma. Para lá e para além.
Como foi possível que em pouco mais de um mês eu tenha vivido - e aprendido!- tanta coisa?!
Uau.
Londres é uma cidade dura, castigada, de todos e de ninguém (como a Vida, provavelmente) e a lei do mais forte impera de uma forma que eu não havia experimentado. O meu grandioso estágio do país das Pirâmides preparou-me para a guerra mas vejo - agora - que não existe uma guerra mas muitas e a cada uma corresponde uma defesa, um ataque, uma retirada, uma vitória e uma derrota. Talvez a questão passe por sabermos escolher as guerras que nos elevam e as que simplesmente nada nos acrescentam. Filosofias à parte, o tempo que passei na cidade mais cosmopolita do mundo (desculpa, Nova York, mas Londres bate-te aos pontos), foi um MARCO na minha vida pessoal e profissional.
 
Como estamos em dia de transição para um ano novinho em folha e os meus dedos estão cansados de escrever, reescrever e voltar a escrever (os meus dois livros estão na calha para serem publicados; "The Secrets of Egypt - Dance, Life & Beyond" já está a sair do forno, dia menos dia), vou resumir o que nem mil palavras poderiam descrever.
 
Eis, sucintamente, o que me passou por cima, por baixo, por dentro e por fora neste último mês de vida Londrina:
 
1. Uma série de "azares" que os meus amigos egípcios atribuem ao mau olhado. A sério: é que foi demais e é bem verdade que existe imensa gente que não me grama nem com molho de tomate e que deseja ver-me na sargeta. Desde a recepção "pouco calorosa" (usando aqui um pouco do sarcasmo e ironia dos Ingleses),  problemas de saúde familiares que me deixaram desorientadíssima e preocupada, o meu computador estatelado no chão (como se tivesse ganho vida própria e decidisse estilhaçar-se só para me arreliar), uma série de encontros pouco felizes com o que os ingleses justamente chamam "bloody assholes" até ter encontrado um ladrão (cara a cara) assaltando a minha casa... Se continuar a descrever as agruras que o tal mau olhado me causou já não saímos daqui e entro no ano novo com os pés enregelados, aqui, em frente ao computador. Nah...não vale a pena.
Que foi duro, foi. Que confirmou a "Lei de Murphy", confirmou. Mas também* tornou tudo mais interessante e me fez mais forte. Não rejeito o que quer que seja - tudo tem o seu lugar e função. Peguei nas pedras que o mau olhado me atirou e construí mais um dos meus castelos. "Amen to that!"
 
 
Tive o prazer de apresentar as minhas "LONDON MASTER CLASSES" semanalmente. Há muitos anos que não ensinava o mesmo grupo de alunos regularmente. Embora apenas tenha dado 5 "Master Classes" (que souberam a muito pouco), o sentimento de ver aquele grupo tão especial crescer de semana para semana foi maravilhoso. Acrescente-se a isto, o facto de que o meu método de ensino, visão e conhecimento da Dança Oriental são - hoje em dia - muito mais evoluídos e abrangentes do que eram quando comecei a trabalhar profissionalmente nesta área. Os últimos anos de carreira no Egipto - e, nos três últimos anos, no mundo inteiro - fizeram a Artista e a Pessoa que sou hoje e isso reflecte-se nas minhas aulas. Sinto imenso orgulho no trabalho que desenvolvemos e SEI que se trata de algo pioneiro, belo, humano, ponte que abre todo o tipo de portas*.
 
*** Apaixonei-me por:
 
Jude Law (ver "post" anterior) - o Actor e o Homem. Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh...isto deve ter sido uma revolução hormonal, um ataque de histeria adolescente (um pouco) tardio, sei lá! Fui ver a peça "Henry V" de William Shakespeare (no teatro Noel Coward) e apaixonei-me pelo dito cujo. Mistura de talento, profissionalismo, carisma, presença mágica, paixão e - não tenho a menor dúvida - uma agitação hormonal que aquele homem provoca em mim. Um perigo!
 
Esquilos que vêm comer às nossas mãos e entendem o que lhes digo (os do Parque de Saint James são os mais lindos, gordinhos e inteligentes);
 
Paul Klee e a sua GENIAL pintura (no Tate Modern Museum) - mais material precioso para o meu método de ensino da Dança Oriental/Vida. Não o troco pelo meu Pablito (Pablo Picasso), claro, mas confesso que fiquei abananada com esta nova paixão. As visitas guiadas da National Gallery também me levaram até ao céu diversas vezes, reinventando a leitura que eu já fizera de algumas obras primas universais e mostrando-me que, de facto, há sempre MAIS do que julgamos saber e ver.
 
As ruas de Londres na sua imensa diversidade, escuridão e sombras, histórias e vapores. Adoro!
A língua Inglesa. Se já me encantava, agora então fiquei "apanhada". Ninguém usa a sua própria língua de forma tão inteligente, cómica, irónica e até cruel como os Ingleses. Adoro!
 
Arte. Pintura, escultura, teatro, musicais, dança - "you name it"...fui a todas as capelinhas e de tudo colhi informações, formação e inspiração. Até um "show gay" de péssimo gosto me passou pelo estreito. Comprei um bilhete para um conceituado teatro que promove dança contemporânea e acabei por comer com duas actuações (premiadas a nível europeu - !? - yes, sirs!) onde os únicos que dançavam eram os pénis dos intervenientes (para deleite do público maioritariamente composto de gente fina com plumas no rabiosque). É a vida!
 
Sigmund Freud e um ciclo sobre as Mulheres e a Loucura. Fiquei fã!
Como sabem, educar-me a mim mesma (a fim de ser o melhor possível na minha profissão e na minha vida) é não só um hábito (e obrigação, a meu ver) como um prazer imenso. Gosto de aprender, de ir mais fundo e mais além.
Assim foi: visitei a casa onde viveu o morreu o pai da Psicanálise (e uma das figuras mais determinantes do século XX), Sigmund Freud, e aprendi sobre ele e sobre a obra (controversa, imperfeita, ilógica, por vezes, mas genial) que deixou.
Assisti também a duas conferências do Ciclo que está a decorrer e que aborda a relação entre as Mulheres e a Loucura. Como estes são temas intrínsecos a todo o meu trabalho (as mulheres e a loucura), foi aqui que encontrei mais e melhor formação sobre Dança Oriental e o processo criativo (seja ele em que área for). Quem achar que a LOUCURA nada tem a ver com a Dança Oriental ainda anda - como dizem os Portugueses - a apanhar bonés.
 
Deleitei-me com as "London Walks" ou caminhadas de Londres. A minha preferida foi a do "Jack, o Estripador" (pois claro!). A história (real) de um criminoso desumano, célebre e até hoje não encontrada, suas personagens/vítimas e os locais onde tudo se passou. Ao percorrer a Cidade de Londres e as suas ruelas escuras não pude evitar a sensação de "dejá vu" e um estímulo inexplicável para CRIAR, CRIAR, CRIAR.
 
Os jardins que ladeiam o famoso "Buckingham Palace" (onde vive a realeza Inglesa) e os seus guardas-estátua de olhar fixo no vazio e de punhos violentamente cerrados (sem razão aparente).
 
O restaurante egípcio que descobri ("Il Shishawy" em Edgware Road) com a sua "molokheya", o seu "mahshy" e os seus empregrados egípcios que fizeram uma festa (como seria de esperar) quando me ouviram falar o seu dialecto sem uma ponta de engasgo ou de pronúncia estrangeira.
 
A variedade de pessoas, locais, atmosferas, experiências, visões, sentimentos que Londres oferece. Eis uma cidade VERDADEIRAMENTE inspiradora.
 
Haveria muito mais para contar (não podem imaginar o que coube em pouco mais de um mês de VIDA em Londres!) mas a ceia de fim de ano chama-me e as palavras mais abundantes estão guardadas para outras paragens (os meus LIVROS!). Por agora, eis o que interessa dizer:
 
I LOVE YOU, LONDON. See you soon*********************

* Bonus: o link de um vídeo (muito, MUITO à frente, ladies and gentlemen...) que fiz no Parque de Saint James em Londres. A ideia é - para além de explorar e expor um pouco mais da minha delirante imaginação - criar uma AULA de introdução à Dança Oriental. "Catch it if you can."
 

Souvenir de Londres* ("the hormone shaker")

Aviso à tripulação: este "post" poderá ser considerado um desavergonhado episódio de demência ou simples assédio sexual.
 
Eis o souvenir mais belo (e perturbante) que trouxe de Londres (ver imagem com devida atenção mas sem ser por demasiado tempo, por favor, para bem da vossa segurança e sanidade mental e afins).
Diz que é a glândula pituitária, as hormonas, o Sigmund Freud com os seus complexos. Diz. Dizem. Diz que disse. Quero lá saber!
 Este homem a fazer de "Henrique V" (peça de William Shakespeare) no Teatro londrino "Noel Coward" é uma coisa do outro mundo, partindo-me ao meio, perdida entre a admiração que tenho pelo TALENTO alheio e o sangue latino que me corre cá dentro ("eh, carapau!" - oh, don´t even ask!).
 
Fui vê-lo duas vezes sem saber se o fazia por causa do EXCELENTE trabalho de Actor ou se por causa de uma ataque de taradice adolescente fora do tempo. Who cares?
LOVE, LOVE, LOVE este senhor.
Grata, Londres, por este belíssimo souvenir.
 
"I´m looking at you..."
 
É oficial: enlouqueci (para lá da loucura "socialmente mais ou menos aceite" que assumo desde a nascença).
Chamem um médico - urgentemente. É preciso ir passar um mês a Londres para fazer estas figuras tristes...enfim...também tenho direito.
 
 

Prece para 2014* (para sempre)

Poderia ser (é) a minha Prece*:
 
"Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,

Creio num engenho que falta mais fecundo...
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,

Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,

Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o amor tem asas de ouro.
Ámen."

( Natália Correia, " Sonetos românticos ")
Via: Filomena Nunes

Thursday, November 14, 2013

E é assim que eu vou*

 
 

Nova Jornada (Londres no horizonte)

 
O próximo mês e meio será totalmente dedicado a Londres. Para além dos eventos que já são públicos, leva-me um NOVO VENTO e SONHOS MAIORES que me entusiasmam e fazem acreditar que a Jornada é linda, apesar das pedras no caminho, e que TUDO VALE (não a pena mas) a ALEGRIA de estar vivo.
Da próxima vez que vos escrever, já será da cidade maravilhosa de Londres onde, fiel à minha tradição pessoal, estarei ocupada na superação de mim mesma.

 
 

E a Rússia foi mais ou menos isto:

Actuando - show em Samara, Rússia.
 
Workshops, Espectáculo e Competições - estilo russo.
Já o disse e repito: tenho um Karma fenomenal com a Rússia. Vá-se lá saber que tipo de milagres eu lá operei em vidas passadas. Só sei que me sinto em casa e sou recebida com um RESPEITO, AMOR e COMPREENSÃO especiais.
Julgando (não é a minha palavra ou função favoritas) nas Competições Nacionais da Rússia.
 
Brincando e provocando o apresentador das Competições.

Com outros membros do Júri das Competições (lindas e talentosas).

Usufruindo do rio Volga, Samara.
Sendo FELIZ com o meu público. Espectáculo em Samara, Rússia.
Em resumo: o Festival de Dança Oriental em Samara foi um regresso feliz onde me querem MUITO bem.
Dançando Om Kolthoum - a Magia* acontece. Samara, Rússia.
 
 
À beira rio, sendo beijada pelo sol de inverno russo.
 
Eu nem fui muito animada, confesso. Estava cansada, a cabeça feita num molho de bróculos (meto-me à cabeça de tantos navios que acabo por quase naufragar) e sem fôlego, literalmente. Mas bastou chegar a solo russo para DESPERTAR desta transitória amnésia. A razão* pela qual ali estava, o TANTO que há a FAZER e o FOGO inicial que fez com que me apaixonasse por esta Arte - REALMENTE - mágica. Tudo isso me revisitou, curando-me o desânimo.
Como o tempo é escasso e estou quase, quase de partida para Londres, deixo-vos apenas algumas imagens que falam por si.
Para já, basta dizer: GRATA à RÚSSIA (amo-vos).



Resumo da minha Viagem de trabalho a Samara*, Rússia.

Coisas que me fazem RESPIRAR mais fundo*

Foi daquelas coisas que me fez chorar as lágrimas mais doces de que me recordo. É seguir o link e verificar como a VIDA é tão MAIOR do que julgamos:

O complexo da Diva*

Não tenho paciência, a sério. O pessoal que se arma em Diva (ou Divo) é pouco mais, para mim, do que cocó de cão. Basicamente, é isto.
Estou consciente que é precisamente este papel ridículo que muita gente espera de mim mas temo desapontá-los consistentemente. Acho que o VALOR de uma Artista se revela no seu trabalho, profissionalismo e talento demonstrados. O resto são batatinhas fritas de baixa qualidade (daquelas bem oleosas e salgadas).
 
Sem paciência para tretas destas.

Sunday, October 27, 2013

Dia da Magia - 2 de Novembro, Lisboa. O que vai acontecer*?*




Mote do Dia da Magia*
(para ambas as Master Classes*):

Ser Diferente

" A única salvação do que é diferente é ser diferente até o fim, com todo o valor, todo o vigor e toda a rija impassibilidade; tomar as atitudes que ninguém toma e usar os meios de que ninguém usa; não ceder a pressões, nem aos afagos, nem às ternuras, nem aos rancores; ser ele; não quebrar as leis eternas, as não-escritas, ante a lei passageira ou os caprichos do momento; no fim de todas as batalhas — batalhas para os outros, não para ele, que as percebe — há-de provocar o respeito e dominar as lembranças; teve a coragem de ser cão entre as ovelhas; nunca baliu; e elas um dia hão-de reconhecer que foi ele o mais forte e as soube em qualquer tempo defender dos ataques dos lobos."...

Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes'

Via Rute Maluma

***
 
“La danza debe tener otra razón que la de simple técnica y rutina…No se trata de arte, tampoco de simple conocimiento. Se trata de la vida, de encontrar un lenguaje para la vida. Y se trata siempre de algo que todavía no es arte y podría llegar a serlo.”
 
(Pina Bausch)

 
 
 
 

 

Friday, October 25, 2013

Lembretes* (os Anjos estão sempre atentos...)

"A questão que colocamos sempre é "será que sou capaz de fazer"? Há pessoas que, quando descobrem que não conseguem fazer, desatam a insultar meio mundo. É o paradigma do frustrado. Ele não tem consciência mas isto comanda a sua vida. De uma maneira ou de outra, a dúvida está sempre lá porque nada é garantido, qualquer criação artística envolve um risco, uma aposta e uma possibilidade de falhar."

*
 
"O que me interessa é falar dos que fazem. O Verdi fez o que fez e escreveu uma carta terrífica aos 90 anos a dizer " olho para trás e só vejo o nada, o vazio, a minha vida foi uma catástrofe." Eu tinha 23 anos quando li essa carta e perguntei-me como era possível. Foi preciso passar algum tempo para perceber. Há pouco tempo li uma outra carta do Wagner a um amigo a dizer o pior possível de si próprio, a auto classificar-se como um compositor medíocre. Richard Wagner! Ou seja, a dúvida está sempre lá. O que existe, ao mesmo tempo, é uma outra força maior que a dúvida que nos faz fazer."
 
António Pinho Vargas



Wednesday, October 23, 2013

A supremacia do (Re)Encontro*


Apercebo-me de coisas importantes, especialmente quando não as procuro.
Noto que o maior prazer - e propósito - que me guiam hoje em dia (talvez desde sempre) é o reencontro com pessoas, seja ele na forma de um curso com 600 alunos ou numa aula privada onde só uma pessoa partilha a Dança* comigo. Não interessa se o encontro se dá durante um espectáculo grandioso para 1000 pessoas ou num espectáculo - igualmente grandioso - para 10 pessoas. Não é a quantidade de elementos/pessoas envolvidas que me preenche mas a qualidade do que ACONTECE entre nós. É a Magia que eu meço, não quantos quilos de batatas se enfiam num saco.

Dançar, ensinar, escrever, VIVER - tudo são oportunidades para reencontrar a UNIDADE através do OUTRO que é, sempre (não se iludam do contrário), EU mesma.

Olhem só o que encontrei: "Azul 25".

 
Então é assim: encontrei o programa do espectáculo de fim de curso do Conservatório (Escola Superior de Teatro e Cinema). Foi ali que me formei como Actriz e que me apaixonei, sem retorno, pela Arte de Representar (que é apenas um belo pretexto para a Arte do Auto-Conhecimento).
O espectáculo chamava-se "AZUL 25" (não perguntei porquê) e eu encontrei o programa do mesmo onde estão as fotografias dos meus colegas de turma e pequenos textos anexos que, supostamente, nos traduziam naquela altura.
 
O espectáculo foi encenado pelo MARAVILHOSO João Mota (actual director do Teatro Nacional Dª Maria II) e meu MESTRE (tive a sorte de ser sua aluna/aprendiz no meu primeiro e último ano de curso). 
 
Eis o texto  escrito por mim (que está ao lado da minha fotografia):
 
"Viajar...A única meta e o grande prazer de se estar vivo.
 O que faz do actor um viajante?
 A vida."
 
 
*
 
E o texto do meu querido Nuno Távora:
 
"-Amo-vos de todo o meu coração - dizia Conegundes - , mas sinto ainda a alma sobressaltada por tudo o que vi e sofri.
-Tudo irá bem - replicava Cândido - o mar deste novo mundo é já muito diferente (...)
É certamente este novo mundo o melhor dos mundos possíveis."
Voltaire
 
 
*
E do belo Carlitos (Carlos Alves):
É acima de tudo a cumplicidade e o conhecimento profundo do outro. É pelo outro que eu me conheço. Cai o pano e resta o quê?
 
*
 
Ah, adoro isto!:)

 

Saturday, October 19, 2013

Para saborear.



Como poderia uma viciada em cinema (como eu) deixar passar esta pérola? Pessoal: é VER, saborear, inundar-se de Vida*.
LOVED IT*.

Também de lama se constrói o Céu*

 
Suponhamos que o tio Carl Jung está certo - ver citação. Suponhamos...a esta hora do campeonato, eu já voei para Lá* dos céus. Habituei-me a pensar que era apenas no Egipto que se concentravam os loucos sem alma, os ambiciosos sem escrúpulos e  os demónios mas, na verdade (depois destes dois últimos anos viajando em trabalho pelo mundo), vejo* que eles estão em todo o lado. O Egipto pode ser um foco de lama particular por variadas razões (demasiado vastas e complexas para este "post") mas o MAL* - intencional, inclusivamente...- está em todo o lado. Como jamais me passou pela cabeça prejudicar quem quer que fosse ou desejar o mal ao vizinho (cujo jardim parece sempre ser mais verdinho do que o nosso), há coisas que continuam a fazer-me imensa confusão mas começo a aceitar o Mistério, a Contradição, a Maldade e a Escuridão. Começo...e, começando, vejo-me - curiosamente - mais leve e luminosa.
A vida chega a cansar de tão intensa e fantástica que é*.


Vista (sentida*) por Rute Maluma*

Pintura de Rute Maluma (como ela me vê* - ou sente***).
Para seguir o trabalho desta Artista, basta seguir o link: http://www.youtube.com/watch?v=UmCtWskzmAQ

Monday, October 14, 2013

Porque (danças, escreves, vives)? Porquê...para quê...para quem?

"Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranquila de sua noite: "Sou mesmo forçado a escrever?" Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sou", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. Sua vida, até em sua hora mais indiferente e anódina, deverá tornar-se o sinal e o testemunho de tal pressão. Aproxime-se então da natureza. Depois procure, como se fosse o primeiro homem, a dizer o que vê, vive, ama e perde. (...)"

 Rainer Maria Rilke

(Via Cristina Ohana)