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Monday, April 23, 2012


Os atalhos que o(s) diabos nos oferecem pelo caminho.


São tantos...que a base forte (nalguns casos!) dos valores que trazemos dentro de nós se vê ligeriamente abalada ou totalmente devastada. Quando a honestidade, a generosidade e o amor são interpretados e usados por pessoas que não sabem o que eles são salta cá para fora a enorme tentação de ser "como os demais", de deixar as nossas asas penduradas no cabide esquecido de um qualquer armário com cheiro a mofo e ceder a este mundo onde a DESALMA se alastra a velocidade assustadora.

No Egipto, em particular, é a lei do mais forte que prevalece sendo que o "mais forte" é, neste caso, o mais corrupto, servil, desonesto, cruel, inconsciente e insensível de todos. Quando a qualidade, o talento e as qualidades POSITIVAS de uma pessoa são mais motivo de escárnio e castigo do que de respeito, o mundo está MESMO perdido.
A pergunta não é se ainda haverá anjos por aí mas se ainda há PESSOAS!

Sunday, April 22, 2012


Quero mais desta LUCIDEZ, por favor.

Em tempos correntes de salafistas atrasados mentais, homens das cavernos de cérebro congelado e Irmandades Muçulmanas compostas de pequeninos vermes inúteis, tenho SEDE - mais do que nunca! - de Inteligência, de Lucidez e bom senso.
Ele é um "cheique" que defende teorias da conspiração americanas que passam pela PEPSI (sigla codificada com uma mensagem imperialista subjacente, segundo um destes famosos génios da parvalheira de seu nome Abou Ismail).
Ele é o povo indo na cantiga dos fanáticos religiosos que repetem à exaustão: "As bananas e os pepinos são trabalho do demónio que suscita apetites lascivos...".
Ele é a Real Idiotice coroada como Política Contemporânea da mais alta estirpe.
Ele é, ela é, nós somos, vós sois, eles são...LOUCOS.

Quero mais disto: o simples acto REVOLUCIONÁRIO de colocar algo misterioso denominado de CÉREBRO a funcionar. De uma vez por todas ou só às vezes (para o motor não entrar em sobreaquecimento).

Ainda me irritam...

Os medíocres que, coincidentemente ou não, tendem a ser arrogantes e a tratar os outros de cima para baixo. É um facto: quanto maior é a pequenez do personagem, mais impertigado e dado a "grandezas" ele é, como uma espécie de compensação da sua vacuidade. Sigmund Freud explicá-ló-ia melhor que eu. Limito-me a observar e a surpreender-me sempre com a humildade dos GRANDES e a arrogância ridícula dos pequeninos.

Cada vez mais, busco o ESSENCIAL e nele não cabem manias, "show off" gratuito, ares de superioridade, falsa altivez, arrogância. Apenas VALOR e PROVAS dadas no que se É e FAZ na Vida. Os factos falam por si e aquilo que SOMOS grita muito mais alto do que aquilo que queremos fazer parecer ser.

"Não é o que parece- Parte Infinito"


A senhora egípcia que me afasta do marido que me vem cumprimentar no final de um espectáculo porque, passo a citar, "enti rakkasah"/" tu és bailarina".
???
Senão soubesse o que esta casa gasta, teríamos confusão ou até algum orgulho ressentido mas sou uma boa aluna desta Escola dos Misérios Egípcios e já nada me parece chocar, surpreender ou ferir. Ganha-se uma pele calejada e uma compaixão quase budista pela imensa ignorância e fragilidade alheias.

Saturday, April 21, 2012


Enquanto multidões se juntaram ontem à tarde na famosa "Praça da Libertação" (baixa do Cairo) pedindo o regresso de uma personagem ridículo (Abou Ismail) à corrida presidencial, eu ensinava DANÇA e LIBERDADE a um grupo restrito de mulheres que comigo partilharam o 3º Workshop de Dança Oriental do Cairo.
Os níveis de ignorância e estupidez, amplamente observados nos dias que correm, assustam-me para lá da conta do riso que conseguia extrair dos mais absurdos episódios desta sociedade tão "sui generis".
De repente, já não tem graça a forma como se usam palhaços enlouquecidos como iscos políticos que manipulam a mente do povo egípcio com a facilidade com que se convence uma criança de dois anos a comer a papa. Não tem piada...é triste, simplesmente.

É certo que o sistema des-educativo egípcio sempre seguiu as directrizes do Governo que nunca desejou um povo instruído e livre (coisa perigosa para qualquer ditadura)mas a ingenuidade e a idiotice de quem crê em balelas pseudo-religiosas (que de religioso nada têm) eleva-se a graus insuportáveis. Dolorosos.

Os cérebros parecem ter-se congelado, definitivamente. Os corações também. A alma já se perdeu há muito, desde que os VERDADEIROS egípcios foram invadidos, aniquilados, explorados, humilhados na sua própria terra. É uma longa história de ocupações, colonizadores ladrões, tiranos que não suportaram a GRANDEZA deste país...os egípcios já não são EGÍPCIOS. São um produto mal amanhado e distorcido que, um dia longínquo, foram.

Resta a esperança e a crença, também ela ingénua, em MILAGRES.

Eis o aviso que me apetece oferecer aos meus vizinhos e porteiros.

Não há passo que dê que não seja monitorizado e registado num caderno pelos porteiros do meu prédio.
Não há pessoa que entre na minha casa que não seja motivo de minuciosa observação e inquérito (especialmente se o visitante for um homem).
Não há orgia báquica que não imaginem sempre que recebo vários amigos em casa.
Não há paciência para os maus tratos e envenenamento de que são alvo os animais que ousam passar pelo prédio.
Ou pachorra para aturar a cara de assombro dos porteiros quando me vêem entrar em casa com dois "cappuccinos", julgando que se trata de uma bebida extra para alguém que passou a noite comigo (sem estarmos casados!!!Um escândalo).

Apetecia-me limpar o prédio destes parasitas desocupados que se julgam donos das vidas alheias e Deuses Todos Poderosos para julgar quem não conhecem mas jamais a si mesmos e às suas múltiplas trafulhices.
Era colocar umas bombinhas simpáticas na sala de estar destes "Hercule Poirots" egípcios e vê-los irem pelos ares, deixando espaço a quem tem mais que fazer do que olhar para o jardim do vizinho do lado, declarando-o sempre mais verde e pecaminoso do que o seu próprio jardim.

Friday, April 20, 2012



Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde


"O médico e o monstro /" O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde" é um livro de ficção científica escrito pelo autor escocês Robert Louis Stevenson e publicado originalmente em 1886. Trata sobre um advogado londrino chamado Gabriel John Utterson, que investiga estranhas coincidências entre seu velho amigo, Dr. Henry Jekyll, e o misantropo Edward Hyde.

A obra é conhecida por sua representação vívida do fenômeno de múltiplas personalidades, divididas no sentido que dentro da mesma pessoa existe tanto uma personalidade boa quanto má, ambas muito distintas uma da outra. O impacto do romance foi tal que se tornou parte do jargão inglês, com a frase "Jekyll e Hyde" usada para se referir a uma pessoa que age de forma moralmente diferente dependendo da situação.

Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde foi um sucesso imediato e um dos trabalhos mais vendidos de Stevenson. Adaptações teatrais começaram a ser encenadas em Londres um ano após seu lançamento, e a partir de então o livro inspirou a realização de diversos filmes e peças.

Fonte: Wikipédia.


Muito mas...MUITO comum no Egipto, onde as pessoas são forçadas a irem contra elas mesmas e a viverem toda uma vida reprimidas, física, mental, emocional e espiritualmente. Não é por acaso que esta é a Casa Oficial da Loucura.
Bastantes Dr. Jekylls e Mr. Hydes espalhados pelas esquinas deste país, bastantes...

Thursday, April 19, 2012


"Coloque a mão na chama de um fogão por um minuto, e parece que foi uma hora.
Sente-se junto daquela pessoa especial por uma hora, e vai parecer que foi só um minuto.

Isto é relatividade."


Albert Einstein
Via: Filomena Nunes


"O maior medo no mundo é das opiniões dos outros.
No momento em que não têm medo da multidão você não é mais uma ovelha, você se torna um leão.

Um grande rugido surge em seu coração,o rugido de liberdade."


OSHO


Por: Universo Místico
Via Maria Nunes.

Grata.

Porque esta é a única prece que resiste a ventos e marés de sempre. Se todas as convicções se fossem no meio dos vendavais enfrentados, existe uma pequena palavra que se mantém, de pedra e cal, fiel ao seu PODER e SIGNIFICADO eternos.
GRATA.

Pelo sol e pela lua. Pela alegria e pelas dores que me tornaram mais HUMANA.
Pelos sonhos REALIZADOS e pela força, saúde e capacidades para realizar os que estão por vir.
Pelos amigos e invisíveis inimigos, pois ambos me estimulam a seguir adiante.
Pelos amores, pelo AMOR que é transversal a todos eles.
Pela família e amigos chegados e pelo AMOR puro que nos une.
Pelos aplausos em palcos do Egipto e do MUNDO INTEIRO. Pela COMPREENSÃO da minha ARTE, pelo reconhecimento do meu talento e trabalho honesto.
Por esta***FORÇA que trago dentro e que não me pertence totalmente. Empréstimo dos/as Deuses/as para que tenha combustível extra pelas caminhadas fora/acima.
Pelo CORPO feito TEMPLO, por todas as partes desta máquina PERFEITA que sublimam o lixo e dele fazem DANÇA e novas PAIXÕES.
Pelos animais, esses anjos de extrema beleza.
Pelas surpresas solares e pelos choques terroríficos que exercitam o músculo do coração, tornando-o mais FORTE e ELÁSTICO para que mais e MAIS gente nele caiba.
Por estar VIVA. Por SER VIVA.


E é assim que fico (olhar para a imagem à vossa direita)quando ouço o mítico "Inshah Allah..."

Estou à espera do meu "caramel latte" num Starbucks do Cairo quando reparo num "brownie" de aspecto apetitoso exposto na montra da comida. Pergunto ao empregado:
-Este "brownie" é fresco?
-"Inshah Allah" ("Se Deus quiser").
-Não entendeu a pergunta.Quero dizer: se o "brownie" é de hoje, se foi entregue recentemente ou se já aqui está há dias...
-"Inshah Allah".
-...Se estiver seco, volto cá e devolvo-o. Fica avisado.
-"Inshah Allah".
(Alguém desliga, por favor, o botão do "Inshah Allah" que ficou bloqueado em sistema de piloto automático. Muito obrigada.)

Conclusão: permiti que a minha gulodice ganhasse sobre o bom senso de experiência adquirida e levei o "brownie", descobrindo que estava, de facto, mais seco do que tijolos. O termo "Inshah Allah" é usado e abusado para desresponsabilização das pessoas que o usam. Quer dizer, então o "brownie" é fresco, se Deus quiser???!!! Mas que raio quer isso dizer?

"Bokra,Inshah Allah! (Amanhã, se Deus quiser!)" ou um solitário mas conciso "Inshah Allah" atirado ao ar são as desculpas perfeitas para quem não tem a mínima intenção de se comprometer. Está TUDO nas mãos de Deus e nada nas minhas. Reparem só que conveniente que é...


Clones Versus Bailarinas.

Tenho esta tendência nata de me lançar aos desafios que outros dizem ser impossíveis de encarar e, irremediavelmente, acabo remando sempre contra marés, especialmente quando as suas direcções me parecem inúteis, desonestas, pouco interessantes ou inteligentes.

Através do meu trabalho pelo mundo fora e do contacto que tenho com bailarinas profissionais que chegam de todo o lado para me ver actuar ao vivo e ter aulas particulares comigo, aqui no Cairo, apercebo-me que são os próprios ditos "professores" quem incentiva a competição, invejas, vaidade e vacuidade nas pessoas que deveriam EDUCAR. Em vez de BAILARINAS, seres criativos autónomos que pensam, sentem e criam por si próprios, os tais professores dão à luz autênticos clones, cópias de quem lhes passa movimentos e passos vazios de significado ou Vida. Admito que, da perspectiva comercial, criar clones de nós mesmos que nos copiem e sigam exactamente cada gesto por nós elaborado funciona. O pessoal quer atalhos, soluções rápidas, a ilusão que saberá dançar em poucos meses e os "professores" dão-lhes as sopas "Knorr", instantâneas, feitas à base de químicos de baixa qualidade, sem sabor ou vigor próprio. Tão pouco poderei controlar quem, conscientemente, me copia (nos gestos, no nome, na forma de falar, nas coisas que escrevo e vejo plagiadas em sites ou livros de outras "bailarinas" como se tivessem sido elas a escrevê-lo). Acho-o triste e próprio de quem não tem talento para caminhar com as próprias pernas mas é um fenómeno que não posso travar.

Teimo, teimo sim. Vou contra esta corrente de clones e tenho para mim, enquanto professora de Dança Oriental e Folclore Egípcio, uma MISSÃO: DAR ASAS para VOAR a quem o quiser fazer. Ensino a VOAR mas não permitirei que esta ou aquela pessoa sejam cópias de mim. Quero que SEJAM ELAS MESMAS e que apenas aprendam de mim os utensílios que lhes permitirão RE-DESCOBRIREM-SE e EXPRESSAREM OS SEUS PRÓPRIOS MUNDOS. Nem preciso do selo "Joana Saahirah" tatutado nas pessoas a quem ensino. É certo e sabido que, a maioria das alunas que comigo tanto aprendeu, diz nunca ter estudado comigo. Algumas chegam ao cúmulo do ridículo de afirmar que não me conhecem...tal desonesta mediocridade é muito comum e já não me afecta. Esqueçam o meu nome, depois de terem bebido TUDO o que vos dou em aulas, workshops, cursos de toda a espécie. Esqueçam-me. Ignorem-me até. MAS TENHAM A CORAGEM DE SEREM VOCÊS MESMAS E DE PÕR A BOM USO AQUILO QUE VOS ENSINEI. SE, EM VEZ DE CLONES, EU VIR BAILARINAS, DOU-ME POR MUITO FELIZ E REALIZADA.

Há professores que precisam de rever-se nos seus alunos. Esse não é o meu caso. Dou de mim para que cada BAILARINA que comigo estuda possa SER APENAS ELA MESMA.
Esqueçam o meu nome mas não se esqueçam do que vos ENSINEI.

Wednesday, April 18, 2012



Cursos de auto~estima exacerbada.

Disponíveis por todo o mundo árabe actual e com sede no Cairo, Egipto.
Facilitadores: Homens comuns, do suportável ao mais aberrante, que se olham ao espelho e chegam à estranha conclusão: "Não há homem mais belo, charmoso, inteligente, irresistível, másculo, sedutor, PRECIOSO do que eu." Nas suas mentes de passarinho recém-nascido, até o espelho fica maluco e lhes atira um beijo molhado quando lhe lançam a clássica questão: Espelho meu, espelho, há alguém no mundo mais belo do que eu?!

Possível cenário:
Ali se encontra um professor espontâneo de "auto-estima" exacerbada, encostado a um poste, à esquina de uma rua cairota. Desempregado, sem perspectivas ou intenções de deixar de sê-lo. O seu universo intelectual não vai além do que comeu hoje ao pequeno-almoço mas aparenta trejeitos de génio. Desdentado, mal amanhado (tipo peixe de varina desleixada em dia de muita clientela), nariz protuberante, camisa aberta de onde se avista um tufo de pêlos que nâo avistam água há umas semanas. Tira macacos do nariz, cospe para o chão e coça as partes pudibundas enquanto o seu bigode se mexe autonomamente, como bicho que tem vida própria. O sonho de qualquer mulher, portanto! Passa um naco de carne fresca (vulgo mulher) por ele e a conquista está, na sua cabeca oca, garantida. "Quem poderá resistir ao meu charme e imensa beleza???"

O ritual repete-se com outros professores espontâneos espalhados pelo Médio Oriente e, em particular, no Cairo, sede principal da Organização. De onde vem esta auto-estima exacerbada e totalmente ilusória, eu não sei ao certo. Sei que gostaria que estes personagens se reunissem e dessem um curso intensivo ao pessoal: "COMO AUMENTAR a sua AUTO-ESTIMA para lá dos limites do sensato." Era sucesso garantido.



O reverso do engate à moda egípcia.

Quando o homem egípcio/árabe leva uma tampa...ah! Eis mais um fenómeno que os antropólogos e sociólogos deveriam estudar. Engraçado, ridículo, básico o suficiente para me arrancar umas boas gargalhadas daquelas que atiramos ao ar quando vemos a típica imagem do senhor que escorrega na casca da banana e cai.

Eles investem no processo do engate e crêem que manipulam a situação que atrairá a fémea para os seus bracos. Fazem-se de amiguinhos do peito, são generosos e preocupados com o nosso bem-estar, insistem em representar o suficiente para conseguirem o que querem. Quando tal nao acontece e o máximo conquistado foi um mero: "Desculpa lá mas não estou interessada em ti dessa forma. És apenas um amigo, como tantas outros que tenho espalhados pelo mundo (esta é, talvez, a frase mais familiar à minha boca de tantas vezes que dela saiu)" eles transformam-se em perús endoidecidos e, de repente, mostram o lado "Dr. Hyde" através do qual nos vêem sob uma nova - e refrescante- perspectiva.

Eis o que vêem em nós nesse frustrante período pós-tampa:
1.Eh pá... ela é estrábica. Pensei que tinha um olhar sedutor mas, reparando bem, tem é os olhos trocados e uma cor vampiresca. Deus me livre, vade retro Satanás!
2. Puff! A cor do cabelo dela nem é natural.
3.Nahhhh...não me meto nisso. Liberdade e Mulheres é combinação perigosa. Tenho a certeza de que não reconheceu o meu imenso potencial porque tem a mente poluída com ideias erradas do que significa ser "Homem".
4. Ah! Ela é lésbica.
5. Uma "freak" monumental...ela gosta de "gays". Como poderia querer estar comigo...um Homem com H maiúscula!?
6.Acho que consegui perceber um hálito com cheiro a cebola e alho quando me despedi dela. Olha do que eu me livrei!
7. Tem problemas psicológicos e rejeita as suas emoções. Ainda deve estar "apanhada" por um ex-namorado.
8. Xiiiiiiii!!!!!!!!! O medo que ela tem de se apaixonar perdidamente por mim...olha lá para ela, nem se atreve a pensar no assunto porque pensa nos perigos de caír de amores por mim. Fatalidade, minha linda, fatalidade! Não precisas de fugir do AMORRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR....

E a lista continua.De rainhas, lua, sol, flores e mais uns quantos clichés estafados do pseudo-romantismo egípcio/árabe passamos a ser ser protagonistas da "Bela e o Monstro" (sendo nós o MONSTRO, está claro).
Ridículo. Infantil. Emocionalmente imaturo mas, graças a um certo masoquismo meu, acho-lhes graça e até embarco em piedosas mentiras, só para não ferir os seus insuflados egos:

"-Oh, sim...estou muito traumatizada. És bom demais para mim e sou eu quem não está preparada para viver um grande amor como este...Talvez um dia." E eles sorriem, paciente e confiantemente, querendo CRER nas minhas balelas bem intencionadas porque a perspectiva de um desinteresse feminino vai contra tudo aquilo que eles acreditam ser natural na vida. Então as esperanças renovam-se, as deles (de engatar-me um pouco mais tarde, quando eu me recompuser do meu trauma emocional e tiver os olhos BEM ABERTOS para a preciosidade máscula que se atira a mim) e as minhas (que eles vão cantar para outra rua e me desamparem a loja a mim).

P.S. Segundo a minha experiência, a persistência e resistência à rejeição do homem egípcio/árabe é ESTONTEANTE. Podem forçar a barra durante ANOS (sim, anos!) e nunca desistir da caça. Ufff, deve ser cansativo!



O reverso do engate à moda egípcia.

Tuesday, April 17, 2012


A MINHA Religião...



‎"Não se apresse em acreditar em nada, mesmo se estiver escrito nas escrituras sagradas. Não se apresse em acreditar em nada só porque um professor famoso que disse. Não acredite em nada apenas porque a maioria concordou que é a verdade. Não acredite em mim. Você deveria testar qualquer coisa que as pessoas dizem através de sua própria experiência antes de aceitar ou rejeitar algo."


(Siddartha Gautama, o Buddha, Kalama Sutra)
Via: Filomena Nunes
O que a maioria das senhoras egípcias/árabes pensam que eu, enquanto "rakasah", faço com os seus "homens"!



P.S. Eu sou o gato amarelo e o homem é o pobre gato preto, preso nas minhas sedutoras garras.
Sem comentários.


"RAKASAH", ou a vamp clássica que come maridos alheios ao pequeno-almoço.

"Bom dia, prazer em conhecê-la. Eu sou a vamp que come maridos alheios ao pequeno-almoço. Sugiro, para sua segurança, que tranque o seu des-amado num quarto até que me vá embora."

Personagens (reais):

1. Eu, apenas eu.
2. Um amigo chegado, egípcio do tipo comum mas com um coração raro (daí ser meu amigo).
3. Casal conhecido do meu amigo. Ambos ricos por herança e conexões privilegiadas com o Antigo Regime da Real Corrupção. Ambos de meia idade e com uma DAQUELES casamentos frequentes para os quais não existem razões aparentes, excepto interesses económicos em comum e o famoso comodismo que atira perfeitos estranhos para a cama um do outro.

Cenário:
Jardim da casa do casal. Mesa e cadeiras de veraneio, empregados ao nosso redor agindo com o tom servil colonialista (com a diferença que, neste caso, são egípcios explorando outros egípcios e não estrangeiros explorando egípcios...vai dar tudo ao mesmo, afinal!).

Início de conversa:

-Ah, então...tu és "bellydancer"?
-Sou bailarina.
-"Bellydancer"!
-Há quem me chame assim mas, na verdade, o que sou é B-A-I-L-A-R-I-N-A.
-Hmmm...vocês estão a invadir o Egipto, hã?
-Nós, quem?
-Ah, as russas e as "bellydancers" estrangeiras.Levam-nos os homens, suas marotas!
-Não sou russa, nem tão pouco "bellydancer". Para confirmar o que me diz, terá de falar com uma delas.
-Não...ahhhnnn...quero dizer...as "bailarinas" estrangeiras. Estão a invadir-nos, vocês.
-Ah, isso! Já vos invadimos há muito tempo. Desde o início dos anos noventa. Bem como os egípcios já invadiram o mundo inteiro há várias décadas. Chama-se mobilidade, emigração, liberdade de viver onde somos felizes.
-Sim, claro (expressão entre o choque e a profunda desorientação).

O meu amigo ajeita-se na cadeira, bebe um pouco de chá e aceita um trago do cigarro de haxixe que esta senhora da alta sociedade egípcia fuma com os modos de uma prostituta da rua das Pirâmides.

-Sabem que as "bellydancers" são famosas por roubar os maridos às egípcias.

Silêncio da minha parte porque, obviamente, a conversa não me diz respeito.

-Que tens a dizer sobre isso? - Dirigiu-se a senhora (?) a mim, apertando a mão ao marido que, bem mais delicado do que ela, se mostrava incómodo com a conversa.

-Já lhe disse que não sei nada sobre as "bellydancers" de que fala. Observo-as à distância, como a observo a si. Mas não têm nada em comum comigo.

-Ouvi a Nagwa Fouad dizer numa entrevista que era a única "bellydancer" a quem uma mulher "comum" roubara o marido quando o normal é que suceda o contrário.

-Não sei muito sobre os conflitos matrimoniais da Nagwa Fouad. Tive aulas com ela, tirámos fotografias juntas e assisti a uma conferência na qual ela contou parte do trajecto de carreira mas nunca me interessou saber quem lhe tinha roubado o marido. Além do mais, acho que os maridos não são guarda-chuvas para serem roubados.

-Ah, como não? Vais desculpar-me mas a fama das "bellydancers" - ou bailarinas, como queiras chamar-lhes - é a de que possuem truques de sedução capazes de virar a cabeça aos homens casados.

-Com truques ou sem truques, os homens divorciam-se porque querem e envolvem-se com outras mulheres porque querem. Não são crianças indefesas, raptadas por "vamps" poderosas.

-São sim, como crianças. E não quero que leves a mal mas sei de muitas histórias que lares distruídos por causa de mulheres da tua profissão...

E foi neste momento em que escolhi fazer-me de parva e calar-me para evitar dar uma lição de carácter educativo-agressivo a esta senhorinha muito "inhazinha" . Quantas vezes tive de gritar a plenos pulmões: "NÃO ESTOU INTERESSADA EM HOMENS CASADOS, EM GERAL. E MUITO MENOS INTERESSADA NO SEU MARIDO, EM PARTICULAR. RELAXEM!"

Mais curioso que tudo é constatar que as mesmas mulheres hiper receosas que as "bellydancers" lhes roubem os maridos são elas mesmas destruidoras de outros lares. Sem "belly".Sem "dance". Apenas pura putaria de quem olha para o jardim do vizinho e o acha mais verde do que o seu.

P.S. Cansadita de mentes tão porcas e básicas. Cansadita, confesso...


Tradução do poster: "CUIDADO com OS ARTISTAS.Eles misturam-se com todas as classes sociais e, por isso, são os mais perigosos."


"Este é um poster dos anos cinquenta, lançado pelo Senador Joe Mccarthy no auge do terror vermelho e da caça aos comunistas em Washington. Todos os artistas eram suspeitos."

Monday, April 16, 2012




A cORAGEM...diz que vem de CORAÇÃO (dava para deduzir).






"A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz latina cor, que significa "coração". Portanto, ser corajoso significa viver com o coração. E os fracos, somente os fracos, vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas – com teologia, conceitos, palavras, teorias – e do lado de dentro dessas portas e janelas, eles se escondem.


O caminho do coração é o caminho da coragem. É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser.


Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos. A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido. O perigo está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador.


A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula – ela é astuta. O coração nunca calcula nada.Torne-se comum e você será extraordinário; tente se tornar extraordinário e você continuará sendo comum."




Thursday, April 12, 2012



Notícias do Egipto.




Bem que podia ter começado este "post" com uma frase mais auspiciosa mas...vamos a isto!


Assusta, pessoal...um pouco. Vá lá, bastante. Tenho de admitir.




São os Salafistas e a Irmandande Muçulmana às turras, a ver a quem calha a maior fatia do bolo, são candidatos atados ao Velho Regime de Hosny Mubarak descabelando-se - e lambendo as botas ao Exército que é quem, REALMENTE, manda no estaminé - e é o povo que se cobre, cada vez mais, de lenços na cabeça, vergonhas, pudores, repressões, aparências sobre essências, ignorância e preconceitos.


A cabeça do monstro foi arrancada mas o corpo está vivo, mais do que nunca, e por todo o Egipto. É um pouco como um daqueles filmes de terror nos quais o mau da fita só desaparece por entre as paredes do Inferno eterno quando todos os seus membros, sombras e projecções forem eliminados. Mas, por mais que o herói da fita os aniquile, parecem nascer novos membros das cinzas do maldito. O Egipto corrompido é assim: foi a cabeça de Hosny Mubarak mas deixaram à solta os membros, familiares e amigos que isto de ser ditador durante 30 anos requere uma boa rede de "amiguinhos e favores prestados".




Onde está a Revolução egípcia?! Alguns dizem que foi até às Caraíbas e por lá ficou, banhando-se na água azul turqueza e bebendo "daiquiris" com chapéus de sol e rodelas de limão. Outros dizem que se tornou freira e vive, reclusa, no famoso mosteiro do Sinai (onde o meu pai teve uma Iluminação Divina e a minha mãe se queixou da falta de ventilação). Eu digo que está em casa, a comer "mahshy e molokheya" (especialidades culinárias egípcias), cochichando com as outras mulheres, ocupando-se de telenovelas turcas e outros dramas inúteis da vida a que se chama REAL (???). A revolução egípcia tornou-se "mohagaba" e agora só toca as mãos dos homens com luvas e um ar de nojo impressionante. Acha que as filhas têm de ser bonitinhas e caladinhas e que os filhos têm de fazer muito dinheiro para serem chamados de "pachás" e comprarem alguma(s) filhas de outras revoluções. Bonitinhas. Caladinhas.






Querem MESMO saber mais notícias do Egipto?!



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"I didn´t think so..."