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É dessa fonte (ou do sumo dessa fonte) que crias em mim que renasço e em mim renasce (também) a minha dança: redescoberta numa Humanidade que é mais Vénus, mais Lua, mais Eu (fora, dentro e para lá de mim).
É dos jardins que plantas nas minhas ancas que, enfim, relembro que Dançar não é aplauso, purpurina ou profissão de qualquer espécie mas apenas uma forma infantil, visceral e honesta, brutal e amorosa, vermelho e azul, bela e horrível mas tão HUMANA de dizer: AMO-TE*. |
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Golfinhos no horizonte (três, precisamente, brincando como nós: de mãos dadas e por cima dos ventos e das marés); pôr-do-sol que é só começo; as minhas pernas amarradas à tua alma com aqueles nós de marinheiro dos quais nem o mais hábil génio se desfaz, graças a Deus*** |
Não estivesse eu numa onda lunar (em estado de vulnerabilidade/receptividade TOTAL) e começaria a pular de preocupação: faltam-me palavras (ou a vontade que as anima) para descrever o que me tem acontecido - tanto profissional como pessoalmente. É como se as palavras não me bastassem ou se tivessem, de repente, revelado estéreis: não me servem ou satisfazem: deixam-me à toa, sedenta e esfomeada: ah, a realidade é tão MAIS do que aquilo que podemos tentar descrever!
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Só assim te Amo: Luminosa, esperança de criança recém-nascida na ponta dos lábios, com olhos de amanhã e um coração que se ultrapassou a si mesmo e já anda por aí, livre e tresloucado, gritando que é teu e que em ti já morreu mil vidas apenas para vir a SER - sempre maior. |
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"Vieste na hora exacta, com ares de festa e luas de prata.
Vieste com encantos, vieste, com beijos silvestres colhidos para mim.
Vieste com a natureza, com mãos camponesas, plantadas em mim.
Vieste com a cara e a coragem, com malas, viagens, para dentro de mim.
Meu amor...
Vieste a hora e a tempo, soltando meus barcos e velas ao vento.
Vieste, me dando alento, me olhando por dentro, velando por mim.
Vieste de olhos fechados, num dia marcado, sagrado para mim.
Vieste com a cara e a coragem, com malas, viagens, para dentro de mim.
Meu amor..."
Ivan Lins
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E, no entanto, a teimosa caprina que me sustenta avança por terrenos alagados e movediços: este Verão tem sido...tem sido...tem sido...(estão a ver?! Não me sai nada de nada...mais vale VIVER e deixar para lá esta mania de prender o eterno).
Deixo-vos com uma pequeníssima amostra do que tem sido um parênteses milagroso no meio das minhas eternas escaladas de montanha (felizes, vitoriosas, gloriosas no seu propósito para lá do brilho fátuo que os outros lhes reconhecem). Fico em silêncio, banho-me no mar - não me quero separar dele e o Outono que já me chama: ai! - e respiro fundo: sei que sou profundamente ABENÇOADA e SORTUDA: a Vida tem sido, MESMO, uma caixa de tesouros que se derrama sobre mim com incansável generosidade.
Uma vez mais, sinto* (e a palavra de Ordem, talvez a única que me sacia, é SINTO***) que as imagens falam por si, devidamente acompanhadas de refresco de limão, amoras silvestres frescas e um peito com aroma de TUDO onde recostar a minha (louca e lúcida) cabeça.
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Ficará para sempre marcado na agenda da Eternidade: o Amor que é fôlego, suspiro, riso e festa desavergonhada: o NOSSO Amor, assim banhado - de surpresa - pela incerteza de um Sol que nos garante (apesar das ??? e dos sapos medos) que amar-nos não é circunstância mas estado do Ser. Por isso sou, te sou, te serei - vá eu por onde for. |
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