Os ecos deste festival tão único continuam a trazer-me sombras de momentos MUITO felizes e abençoados. Depois de tanto trabalho, luta, sacrifícios, lágrimas, suor e também muito riso vejo o meu trabalho reconhecido pelo mundo da forma como sempre desejei que fosse.
Não se trata do resultado de um marketing vazio de valor; nem tão pouco de amiguismos, cunhas e "lobbies" (os quais sempre rejeitei ) mas o Re-conhecimento da VERDADE que trago dentro de mim e que cada vez mais gente reconhece.
Uma linda bailarina que frequentou o primeiríssimo "Segredos da Dança Egípcia" em Lisboa fez um comentário que achei deveras curioso: " A Joana agora é famosa...está no auge da sua carreira..."
Não deixa de ser um comentário carinhoso mas, para mim, inconsistente. O sucesso já me bate à porta há muitos anos, graças a Deus. Nos dois anos em que trabalhei em Portugal - mesmo, mesmo no início da minha carreira - consegui lançar a dança oriental e criar um mercado de trabalho antes inexistente como nunca havia sido feito.
Depois seguiu-se o Egipto e o GRANDE SUCESSO por lá - desconhecido pela maioria das pessoas que vivem fora desse país. Tão pouco me preocupei em bradar aos mil ventos que era a estrela do momento ou outras idiotices parecidas. Para mim tratava-se de uma Universidade, uma Jornada de aprendizagem profunda na qual me permitia experimentar, falhar, tentar coisas novas e ousar - sempre sob o amoroso olhar do público egípcio que me adoptou como uma deles ou "mais egípcia dos que os próprios egípcios", como escutei inúmeras vezes.
Mais recentemente, começou a ser o sucesso mundial através da melhor publicidade que existe: a da boca a boca. Pessoas que me viram actuar no Egipto que me recomendam a um organizador aqui e ali; depois eu participo nesse evento e há outras pessoas que se apaixonam pela Dança Egípcia através de mim e que me pedem para partilhar essa paixão nos seus próprios países e assim rola a minha tão merecida e feliz bola de neve.
Estar no auge da minha carreira?! Nem pensar. Sempre estive no auge, desde que comecei a dançar publicamente - graças a Deus. Mas esse auge foi mais pessoal do que GLOBAL.
O AUGE chegará quando o meu Livro estiver cá fora, publicado e acessível a quem queira surpreender-se e CRESCER; o AUGE chegará quando eu vir a DANÇA ORIENTAL num palco digno e apresentada de uma forma que permita ao público perceber-sentir, finalmente, do que se trata - REALMENTE - esta Dança.
O meu AUGE será o AUGE da Dança Oriental no mundo. Antes disso são apenas sucessos que se seguem uns aos outros, dignos, merecidos e celebrados; momentos pelos quais estou sempre grata mas ainda não O AUGE para o qual tenho trabalhado nos últimos dez anos da minha vida.
Que o Universo me dê a mão e comigo flua - carinhoso e com poucas pedras - na direcção da ASCENÇÃO da Dança Oriental. O mundo precisa de despertar desta tão antiga amnésia.
No comments:
Post a Comment