Espanha, Rússia, Egipto, Portugal e depois ainda mais MUNDO neste mês e meio que se abre em mim a partir de agora.
Suor: sorrisos: persistindo em ser SOL mesmo quando a LUA chama por mim e nessa dança interior me perder e REENCONTRAR sempre mais consciente, amorosa, plena dessa plenitude (desculpa pelo pleonasmo) que resulta em FELICIDADE.
Fecho-me no estúdio: enfrento o espelho e o silêncio (ou a música, vai dar ao mesmo) com assombro face ao Vazio. A liberdade assusta; o talento também assustA pois ambos trazem RESPONSABILIDADES acrescidas.
Digo que SIM: sim:SIM:sim:SIM.
Sigo adiante - às vezes correndo com sandálias de Hermes acariciando-me os pés; às vezes caminhando apenas; outras vezes rastejando até levantar vôo: mas seguindo adiante marrando pelas montanhas acima com os meus apetrechos capricornianos.
Deixo-vos uns recados de Pina Bausch e um Abraço ESPECIAL dedicado às Mulheres da Minha Vida (e elas são muitas).
A nossa auto-imagem, enquanto Mulher, começa na nossa mãe e naquilo que ela foi e é para nós. Aí tive sorte: o espelho foi generoso em mais sentidos do que as palavras ousam exprimir. Foi através da minha mãe que aprendi a VER a Mulher num Altar de Integridade, Força, Brilho só digno de Rainhas e Princesas (daquelas que nem precisam de trono ou coroas para sê-lo). Depois da minha mãe seguiram-se professoras, amigas, artistas, escritoras, alunas, público, estranhas que se tornam pulseiras de diamantes amarradas ao meu pulso-pulsar.
Perco a conta às mulheres que admiro, respeito, acarinho; perco a conta às que me inspiram, me relembram de quem sou e posso ser AGORA. Trato as minhas mulheres por princesa, rainha, bebé, pássaro, borboleta, linda, bela, maravilhosa e tantos objectivos nos quais - consciente e inconscientemente - me revejo. Vemos e tratamos outras mulheres como nos vemos e tratamos a nós mesmas: a LEI dos espelhos. Assim sendo alegro-me: tenho em mim um auto-retrato extraordinário.
Espero que mais Liliths e mais Baubos saiam das suas tocas onde as tentaram domesticar e que nos possamos apoiar mutuamente, amar e inspirar umas às outras. Competição, inveja, deslealdades e mesquinhices são coisas de anões e nós, irmãs, somos gigantes.
*
"Algumas críticas perguntavam se ela não teria visto Lisboa em África. Mas, em Lisboa, a cartografia da natureza profunda do ser desenhou-se na relação sensível com a condição humana. Ela descobriu um povo no cruzamento de várias culturas, todas as diferenças que conduzem a um mesmo sentir e pulsar, que é o coração humano, que bate na mesma maneira em todos os corpos, ou que bate de maneira diferente em cada corpo, independentemente da sua nacionalidade."
Excerto do livro "Pina Bausch - Ensaio biográfico" de Cláudia Galhós
(Comentário tecido em relação às críticas feitas à peça "Masurca" - peça que Pina Bausch criou sobre Lisboa no decorrer de uma residência sua (e da sua Companhia) nessa mesma cidade)
P.S. E é dessa linguagem universal que "fala" a Dança Oriental - mascarada em purpurina, distraída em trajes brilhantes, meio perdida pelos equívocos que os séculos arrotaram.
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