Lisboa, dia 26 de Setembro, 2009
"Raras leituras lusas"
Raramente leio em português. Vivendo cerca de 11 meses por ano no Cairo, tive de render-me aos livros em inglês e francês e até espanhol (menos disponíveis) mas nunca em português.
Assim sendo e tendo eu sede de ler e viver na minha própria língua, chego a Portugal e corro para as livrarias buscando alguma preciosidade que me resgate do grave risco de esquecer o meu idioma materno.
Normalmente, desiludo-me. Demasiadas traduções de livros de autores que eu prefiro ler nas versões originais (as traduções são, como a própria origem do nome indica, traições aos originais).
Procuro autores portugueses mas os temas não me são apetecíveis.
Desta vez, fiquei-me pelos seguintes títulos:
1. Os livros de Jean Sasson (qualquer um deles retratando a vida íntima da ampla família real saudita). Chocante mas também esclarecedor. Como a mistura PODER-DINHEIRO /IGNORÂNCIA pode ser explosiva!
Reconheço muito do comportamento da realeza - os "homens do Paleolítico", como eu carinhosamente lhes chamo! - nos relatos destes livros ("Princesa" e "Filhas da Arábia" são títulos bem conhecidos). Entrelaçar a minha experiência de vida ao que leio é das coisas que mais me dá prazer. Um complementa o outro.
2. "Afrodite", de Isabel Allende
Esta já é uma repetição. Já li o original - em espanhol - e as traduções portuguesa e inglesa e este livro nunca deixa de me encantar.
Existe uma versão portuguesa apetitosa com fotos e pinturas de se lamber e chorar por mais. Irresistível. Este é um livro de hedonistas para hedonistas. Já ofereci exemplares a amigos e alunas com o fito de entenderem melhor o maravilhoso mundo da VERDADEIRA sensualidade que vai além das maminhas e dos traseiros. Essencial para quem pratica Dança Oriental ou qualquer outra Arte ligada ao Amor, aos Sentidos e à Alma.
Genial. Despretensioso e lê-se com um prazer desmedido.
3. "Lua de Mel em Teerão", Azadeh Moaveni
Outra tradução fraquinha mas, ainda assim, um livro sobre temas que fazem parte do meu dia-a-dia. Embora a Unidade Árabe não exista, a realidade é que todos os países dessa esfera partilham pontos comuns que os unem numa cordilheira imensa de contradições, hipocrisia e fascínio.
Peço desculpa por citar tão pouca literatura escrita em português mas, de facto, é o idioma em que menos leio pelo facto de estar tanto tempo afastada de Portugal.
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