Cairo, dia 10 de Dezembro, 2009
"Ausencia"
Nem sempre tenho a nocao exacta do impacto do meu trabalho nas pessoas que me seguem.
Ando sempre totalmente imersa no meu proprio mundo, criando incessantemente e sem tempo nem espaco mental para reparar nas reaccoes dos que me rodeiam.
Isso aplica-se aos meus espectaculos, workshops, aulas privadas que dou a alunos que chegam de todo o mundo agradecendo o pivilegio de poder aprender comigo (algo que me deixa sempre um pouco perplexa porque me sinto tao ignorante...:) ), as palavras que digo ou escrevo nos meus BLOGS, em revistas, no meu livro em gestacao (que espero venha a tocar muita gente, se Deus quiser!), em entrevistas que dou, etc.
Estive ausente deste BLOG - e da vida dita "normal", posso acrescentar - durante quase duas semanas e isso deveu-se a varios factores pessoais e a um calendario de trabalho continuo que nao me permitiu respirar ou parar para dormir...
Daqui de longe, sinto a quadra natalicia com especial intensidade. Nunca fui apegada a tradicoes e rituais transformados em pretextos para fazer negocio mas este estar longe das pessoas que me sao mais proximas afecta a minha visao racional do mundo.
Ha cinco anos que nao passo o Natal com a minha familia. Primeiro, no Libano (em trabalho). Depois (nos ultimos quatro anos) no Cairo e SEMPRE em trabalho.
Este ano dou um presente de Natal a mim mesma e a minha familia e amigos chegados:
Entre tanto sucesso que agradeco a Deus e correrias cobertas de lantejoulas, palmas e maquilhagem que tudo cobre, apenas desejo fechar-me com o amor dentro de mim e a minha volta.
Seis dias inteirinhos sem pensar em criacoes, profissao ou palmas.
Ceia de Natal com bacalhau e azevias com a receita "la da terra".
Cozinhar com a minha progenitora (aquela que diz que me foi buscar aos ciganos quando ainda era bambina e assim me salvou de uma vida de feiras do Relogio e Porompompero!) :)
Poder sentir o odor de um pinheiro e decorar a arvore de Natal com a minha mae e a minha irma.
Fazer surpresa aos amigos e levar-lhes um presente e um abraco sincero.
Ah...nao consigo pedir ao "Pai Natal" nada mais valioso do que isto, neste preciso momento.
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