Madrid!
Gosto.
Porque, apesar de desumanizada e agressiva, nela consegue esconder tesouros só acedidos por quem sabe ler mapas de ALMA e desenvencilhar-se em labirintos de Humanidades, invariavelmente, complexas.
Gosto do cinzento mal humorado das ruas húmidas, do cheiro a "churros" fritos e a "tapas" que sai, assombrado, das tasquinhas espalhadas por toda a cidade.
Gosto do "Olé" ecoando por entre ruelas de outros tempos e as casas onde ainda se guarda o "Flamenco" com a PAIXAO que é tao rara em todos os estilos de DANCA, hoje em dia.
Gosto de pouco gostar de Madrid e, ainda assim, me sentir bem nela. Como se a cidade fosse uma casa pequena, aconhegada e mal amanhada onde me sinto VIVA, feliz.
Gosto de escutar espanhol, falar espanhol, le-lo nos livros, paredes, nas caras das pessoas. Gosto das tortilhas de batata e dos "vaya, hombre/mujer" que sempre associei a Espanha. A pouco subtil arrogancia de quem vive com o FOGO aceso dentro de si e nao se permite abrandar, desistir, fazer o que quer que seja morno. O morno nao serve e eu gosto disso.
Gosto desse complemento que "nuestros hermanos" nos dao a nós, portugueses, sempre tao humildes e pequeninos *nas nossas mentes que jamais nos atrevemos a CRESCER, ou muito raramento o fazemos, esquecendo-nos que somos essa ponta/ponte terrestre que une a Europa ao mundo, um pedaco de terra que é tao GRANDE como o Oceano que a cobre e as terras que desse Oceano se espraiam.
Madrid reacende em mim esse lado espanhol de VITORIOSO inveterado a rondar a arrongancia. E isso parece mal aos olhos de muitos. E eu gosto. MUITO. DISSO.
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