Sunday, December 2, 2012

A cauda do dragão Versus os Clones.

Quanto mais me re-encontro na Dança Oriental mais claramente VEJO que fui ao Egipto resgatar aquela que chamo " a cauda do dragão" (ou os resquícios de uma Linguagem Antiga que fala de Alma para Alma - a Essência da Dança Oriental Egípcia, minutos antes da sua morte e - presentemente - funeral).


Descubro que esta Dança é uma LINGUAGEM cuja ESSÊNCIA eu fui à procura e sobre a qual criei a minha carreira no Egipto e - mais recentemente - o meu trabalho de espectáculo, coreografia e ensino pelo mundo inteiro.
Observo a máquina de clones que tantos insistem em criar e os Egos monumentais que insistem que os seus alunos sejam as suas cópias (afinal de contas é certo que se diz que a cópia é a mais alta forma de elogio - embora discorde de tal afirmação) e suspiro: esperançada que esta tendência maquinal, uniformizadora e nada artística se possa inverter. 

Entender o ABC, aprender a escrever palavras pequeninas, depois outras mais complicadas até que possamos escrever as nossas próprias frases, os nossos poemas, romances, policiais - o que quer que a Alma nos pida. Em vez de repetir os movimentos vazios mil vezes executados por outrém, há que - a meu ver - estimular quem dança a DOMINAR a LINGUAGEM e as REGRAS para poder QUEBRÁ-LAS de forma pessoal e in-transmissível e a partir dela criar a sua própria DANÇA, TOM, ESTILO, MARCA PESSOAL, TATUAGEM.

Pela cabeça de quem passaria a ideia de copiar o poema de outro artista?! Sim, sei que passa pela cabeça de muitos.
Um professor ensina os passos e combinações que aprendeu de outros; um MESTRE ensina a ir ALÉM do que outros fizeram e a descobrir a forma original de FALAR - de fazer POEMAS - que cada bailarino/a possui dentro de si.  
Um professor conduz-te à carneirada; um MESTRE conduz-te até ti próprio (ao MELHOR de ti próprio).
Não quero cópias de mim - nem de qualquer outra pessoa. 
Quero ORIGINAIS, BAILARINOS-HUMANOS que nos deixam sem fôlego por muitas razões, entre as quais a CORAGEM e INTELIGÊNCIA de serem eles próprios.

"Escrevam o vosso próprio poema, por amor dos Deuses e das Deusas!"

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