A minha Vida tem sido um constante ciclo de pequenos recomeçares, mortes abençoadas e renascimentos em catadupa. Respirar fundo, reorganizar a casa interna e reestabelecer novos e sempre mais altos voos é o exercício em que me concentro - com prazer - depois de cada viagem de trabalho. Balanços, aprendizagens colhidas pelos caminhos do Mundo* (minha casa) e vontades inéditas que dão sentido a sempre refrescantes e inesperadas Caminhadas.
Embora saiba que já se tornou num lugar comum (muito meu), sinto uma inominável GRATIDÃO por tantas bênçãos que a Vida me dá constantemente. Durante os últimos dez dias que passei em Londres (numa agenda tão cheia de trabalho que quase não me deu tempo para respirar), observei dois episódios que me reuniram, uma vez mais, ao chão (obrigando-me a recordar os privilégios que me são dados nesta existência):
1. Observei um pai (suponho) alimentando a sua filha paraplégica na cafetaria do supermercado "Marcs and Spencer". O primeiro impulso foi um ataque de choro que consegui, a custo, suprimir. O segundo impulso (ao ver a dor do pai que tentava abrir a boca da sua filha a fim de que esta pudesse fazer algo tão simples como morder uma sandes) foi agradecer a Deus a saúde, mobilidade, independência e liberdade que tenho. Aquele pai e aquela filha não podem mover-se e viver como eu posso e que privilégio (tão pouco agradecido) carrego comigo!
2. A segunda cena passou-se no mercado de Portobello Road (em Nottinghill, famoso bairro celebrizado pelo filme onde apareciam Julia Roberts e Hugh Grant). Vi uma senhora muito velhinha a tentar descer umas escadas e corri, instintivamente, para ela a fim de pegar-lhe nos braços e ajudá-la a chegar ao seu destino. Ela agradeceu-me, deixou que pegasse nela e acabou por convidar-me para um chá que não tive tempo para aceitar.
Também nesta ocasião me apercebi da fragilidade e dor que tantos seres humanos vivem, diariamente, e levantei as mãos ao céu em pura gratidão.
Neste momento (e sempre, espero): estou GRATA pelas inumeráveis BENÇÃOS que o UNIVERSO tão infinitamente generoso me oferece.
E assim RESPIRO FUNDO e me preparo para novos VOOS:
*Escrita (dois, não um, livros em mãos: haja criatividade, disciplina e perseverança!);
* Novas coreografias e material para actuar e ensinar no Chipre e na Ucrânia (já em Julho);
* Um novo Workshop para LISBOA (em Setembro);
* Projectos imediatos para a Eslovénia, Rússia, Inglaterra e muito mais...
*Nos entretantos, CANTO e corro ao vento (refazendo-me a cada momento na direcção da única felicidade que existe: a de ser EU MESMA e em mim estar plena e abertamente, de braços abertos face ao abismo).
Abençoada***
A vida tem estes momentos... momentos em que fala connosco e espera que estejamos atentos para ouvir.
ReplyDelete:)Tem. Sempre, Zoraida. Basta saber SENTI-LOS (estar aberta à Vida).
ReplyDeleteAbraços,
J*.