Sentidos.
De todos os sentidos que os egípcios possuem, eis aquele que mais me encanta:
sentido de humor!
Considero-a uma das qualidades mais subvalorizadas e, de forma contrastante, mais úteis ao instinto de sobrevivencia humano.
No extremo da tristeza, ruína ou choque, só os loucos ou sábios decidem RIR. É que nao passa pela cabecinha de ninguém - ou passa?! - inventar piadolas de quinta categoria e rir de si mesmo e da mais extrema desgraca...mas os egípcios sao peritos nessa arte pouco apreciada de escapar ao precipício escuro da dor de onde já nao se regressa e nisso se tornaram PERITOS.
Observo os meus conterraneos e suas quotidianas dificuldades e crueldades. Parece que, de tanto apanhar, já nao sentem dor. Talvez isso lhes permita a criacao contínua e compulsiva de piadas. Talvez o revés da dor repetida seja o riso repetido. Talvez a tragédia tenha mais de comédia do que a própria comédia. Talvez...
E, apesar das suas escuridoes e incompreensíveis atitudes, é com os egípcios que eu aprendo - dia a dia - a ARTE sublime do riso que nasce da dor. O sorriso que brota de uma lágrima.
O sentido de humor encaixado - atabalhoada ou, simplesmente, HUMANAMENTE - no meio do mais caótico sofrimento.
Ah, e a esperanca renascida do meio das cinzas da maior frustracao e de tantas aparentes "impossibilidades".
Grata aos egípcios, meus mestres.
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