Não só despertei como já não consegui voltar a dormir. Tentei de tudo: um filme na televisão, um livro, uma merenda, respiração "yogui", abraços relaxantes no Sandokan (um dos cães da família)... e nada! O cérebro e o coração avisavam: LEVANTA-TE e lança-te ao trabalho.
É assim que me vejo, na solidão desta noite cortada ao meio, escrevendo e esperando pelo sol nascer com esses sons e aromas tão raros das madrugadas que nos escolhem.
O Plano para a manhã que se anuncia longa e produtiva?
Escrever, escrever, escrever. Rever, rever, rever. E escrever novamente.
Correr com os cães antes do calor torrar. E voltar a escrever até que os olhos me saltem da cara.
O meu querido amigo e professor Mahmoud Reda contou-me que as suas maiores inspirações lhe surgem, por norma, quando está nesse limbo entre a vigília e o sono ou até mesmo enquanto dorme, sob a forma de sonhos. Coreografias, passos de dança novos e ideias para espectáculos surgem-lhe assim.
Em conversa com um compositor cujo trabalho ele não apreciava particularmente, Mahmoud perguntou-lhe:
-E a si, como e onde lhe chega a Inspiração?
Ao que o compositor respondeu:
-Na casa de banho, enquanto estou na sanita... - Riu-se, ingenuamente.
-Ah, então é por isso que a sua música é uma merda! - Concluíu o Mahmoud, com o sentido de humor que nele tanto adoro.
(História verídica contada pelo próprio Mahmoud)
Esperando pelo Sol...
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