Tuesday, February 9, 2010
Cairo, dia 9 de Fevereiro, 2010
“Espectáculos fantásticos e o CERNE DA QUESTÃO”
Tenho levado a supersticiosa questão do mau-olhado muito a peito e, por isso, evito comentar sobre a alegria do que tem sido o meu impressionante crescimento artístico e pessoal (nunca os consigo dissociar, embora saiba que eles não se encontram juntos em todos os artistas).
Prefiro que o público veja por si, ao vivo, do que falo quando refiro a Magia ou a ARTE.
Prefiro que os alunos que comigo vêm ter um pouco de todo o mundo comprovem, por si mesmos, a qualidade do que faço e a verdade do que ensino.
Os factos falam sempre mais alto do que as palavras, essa é a verdade.
Descobri, ao longo de quatro anos de espectáculos quase diários no Cairo, que o mais importante na Dança Oriental não nos é ensinado por mestres, vídeos ou livros bem escritos. Tudo é potencial alimento quando se trata de ir mais fundo no campo da Dança Oriental.
Viver e trabalhar no Egipto e ter sucesso por mérito próprio (sem esquemas, prostituíção nem favores que se pagam caro!) é quase missão impossível. Quase impossível...porque eu provei e provo, todos os dias, que a excepção existe quando alguém acredita no seu sonho e em si mesmo.
Quando alguém sonha e está disposto a trabalhar arduamente, a cair e levantar-se sozinho, a fazer sacrifícios, a crescer depressa e a aprender a cada passo dado e a cada erro cometido.
Esta tem sido a minha grande escola e, a par do sucesso que Deus me tem dado, o mais importante foi descobrir o CERNE DA QUESTÃO no que respeita a Dança Oriental e a ARTE, em geral.
Claro que existem vários CERNES DA QUESTÃO... nunca paramos a de crescer e surpreender-nos, graças a Deus.
Mas existem segredos, coisas da Alma suspiradas nos meus ouvidos, elementos centrais que transformam uma bailarina em pura LUZ...informações que nenhum professor me ensinou...coisas que o percurso e os obstáculos me ensinaram...tantas vozes de Fadas e elfos que vieram até mim, quando em palco ou dançando para egípcios num casamento tradicional, e me rezaram ao ouvido:
É isso. O caminho é este. Esta é a ARTE da Dança Oriental.
Por essas revelações...sinto-me grata.
Por essas revelações, sinto-me orgulhosa comigo mesma e feliz de ser quem sou e como sou (com todas as minhas loucuras e fragilidades).
Por essas revelações, tenho ainda mais vontade de partilhar a minha ARTE com o mundo.
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