Contratempos quase* secretos que tornam TUDO mais especial...
1. Saber rir das mais pequenas e dos maiores contratempos é, não só um instrumento de sobrevivência essencial, mas também um sinal claro de maturidade. Assim sendo, tento crescer...
2. Estou na casa de banho do teatro de Buenos Aires onde dançarei "Enta Omri" de Om Kolthoum, para abrir a noite com chave de ouro. Ninguém me avisara que o espectáculo tinha começado e ali fiquei, fazendo o meu familiar "xixi" enquanto escutei os primeiros acordes do "k´anun" do mítico tema que Abdul Wahab compôs para a Diva eterna da música egípcia. Saí, esbaforida, da casa de banho e entrei em palco como se nada fosse, sem aquecimento, sem benzer-me ou contextualizar-me emocionalmente para o trabalho que se seguia. Ficará para sempre conhecida, para mim, como a Om Kolthoum de casa de banho (ai, que heresia, meus deuses!).
3. Não há tempo para ensaiar com a (maravilhosa) orquestra de Mario Kirlis com quem dançarei no mesmo espectáculo de Buenos Aires. Combinamos algo, por alto, e eu entro em palco vestida com uma "gallabeya" vermelha própria para "baladi" ou "shaaby"quando escuto a improvização de outro tema de Om Kolthoum "Il Atlal", criação espontânea da orquestra. Cai-me o carrapito falso que vinha pendurado ao meu cabelo, trocam-se-me as voltas mas lá tenho de dar conta do recado. Quando em palco, NADA me pode parar. Abençoado treino de actriz!
São estes contratempos que me desestabilizam a ordem quotidiana das coisas/hábitos, criando em mim novas soluções, maiores fortalezas e uma leveza de quem não se leva a si mesmo ou ao que quer que seja demasiado a sério. Isso é tão booommmmmmmmm.......................................
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