Excerto do volume II da Trilogia "Diário do Egipto - a travessia do deserto" por Joana Saahirah (a publicar em breve):
"Com que então achavas que era chegar ao Egipto e conquistá-lo (qual Napoleão)?! Ah.
Terás esquecido, por ventura, que ...a vontade e a fé humanas movem montanhas mas não são mais fortes do que a Vida?
Pensavas que aterrarias na tua casa antiga e que as portas se abririam à tua passagem – como fizeram noutros tempos - e que o povo sairia à rua para te saudar como em dias de flores e incenso enterrados pelos séculos? Julgavas (e a palavra certa é mesmo “julgar”) que todas as vontades se prostrariam à tua vontade só porque ela te floresce do coração? Que os ventos soprariam na direcção dos teus sonhos só porque tu neles acreditas piamente? Que a tua gente te reconheceria prontamente e te levaria em braços até ao Nilo onde, um dia (não tão longínquo), tu te banhaste e coroaste rainha?
O resgate do meu passado mágico na terra das Pirâmides seria bem mais desafiante (interessante) do que qualquer romance de cordel ou ilusão. O meu povo reconhecer-me-ia, certamente, mas a seu tempo e à sua maneira. Seria no palco que o reencontro se daria. Até lá – até pagar por ele – eu estava entregue ao Purgatório, apalpando terreno, reabrindo velhas feridas: aprendendo a Ser por oposição ao que não sou; remando contra as marés que me fortaleceram os músculos (do corpo, do coração, da mente e da alma)."
Por JOANA SAAHIRAH DO CAIRO - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
"Com que então achavas que era chegar ao Egipto e conquistá-lo (qual Napoleão)?! Ah.
Terás esquecido, por ventura, que ...a vontade e a fé humanas movem montanhas mas não são mais fortes do que a Vida?
Pensavas que aterrarias na tua casa antiga e que as portas se abririam à tua passagem – como fizeram noutros tempos - e que o povo sairia à rua para te saudar como em dias de flores e incenso enterrados pelos séculos? Julgavas (e a palavra certa é mesmo “julgar”) que todas as vontades se prostrariam à tua vontade só porque ela te floresce do coração? Que os ventos soprariam na direcção dos teus sonhos só porque tu neles acreditas piamente? Que a tua gente te reconheceria prontamente e te levaria em braços até ao Nilo onde, um dia (não tão longínquo), tu te banhaste e coroaste rainha?
O resgate do meu passado mágico na terra das Pirâmides seria bem mais desafiante (interessante) do que qualquer romance de cordel ou ilusão. O meu povo reconhecer-me-ia, certamente, mas a seu tempo e à sua maneira. Seria no palco que o reencontro se daria. Até lá – até pagar por ele – eu estava entregue ao Purgatório, apalpando terreno, reabrindo velhas feridas: aprendendo a Ser por oposição ao que não sou; remando contra as marés que me fortaleceram os músculos (do corpo, do coração, da mente e da alma)."
Por JOANA SAAHIRAH DO CAIRO - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
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