Tuesday, June 7, 2011



Casa dos horrores.



Procurar casa no Cairo pode ser uma aventura, como tudo o que se faz por ca. Algo que parece tao inocente, simples e directo pode transformar-se numa indizivel montanha russa que nos leva onde jamais esperamos ir.

Sera que existe um limite de absurdo por individuo? Quanto de louco e ilogico pode uma pessoa assimilar e encarar? Quanto poder de encaixe se pede de uma so pessoa?

Ja desisti de responder a estas questoes.


Em processo de mudanca geral, ali me encontro eu vendo apartamentos no centro do Cairo. Cada um apresenta suas personagens, os seus ques e porques, as suas surpresas e inospitas revelacoes.


O tarado muculmano que adora a ideia de que eu seja bailarina, o fundamentalista cristao atado ate a raiz dos cabelos que espalha imagens de santos e cruzes por todo o apartamento, a senhora que engana o marido e, por isso, teme que eu seja uma vamp sedutora que lhe vai roubar a preciosa criatura.


A espelunca que me tentam vender como se fosse um palacio. O palacio rodeado de baratas e ratos fedorentos. Encontra-se de tudo!


Nada, mas nada se pode fazer "normalmente" num sitio onde a propria palavra "normal" nao existe.

E eu nado com a corrente e rio-me, observo, exercito essa qualidade subtil da compaixao e do nao julgamento. Acho riso e contradicoes em todo o lado e tento viver o momento com todos os seus absurdos e coisas bonitas.


Jamais me perguntem porque adoro o Cairo!

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