Tuesday, August 9, 2011





"Houston, I think we got another problem!"


Oh, yeah.



Vamos lá, nem tentemos compreender nada disto. Pode ser?!





Habituem-se a ideia de aceitar os absurdos da Vida com o sentido de humor dos sobreviventes e com a candura dos tolos. É a atitude mais inteligente a ter. Senao vejamos:






O meu senhorio, pai amantíssimo de família, médico respeitável e cidadao honrado tem a mania que é Don Juan - curioso detalhe comum a todos os homens egípcios/árabes que conheci até hoje - e tenta, desesperadamente, entrar nesse estado desinteressante de "flirt" sexual decadente desde a primeira vez que me conheceu.



Os piropos baratos deram o pontapé de saída a tentativa de engate (piropos estes que quase resultaram em batatada da grossa quando eu me preparei para me agarrar ao pescocinho dele de forma passional, sim senhores, mas muito pouco amorosa) e depois seguiram-se as mensagens de telemóvel, os telefonemas sem razao e a confirmacao do ditado portugues: "quanto mais me bates, mais eu gosto de ti."






É que o raio do rapaz nao parece desencantar-se e, cada agressividade minha ou ofensa alegremente lancada a sua cara, ele parece inflamar-se com maior entusiasmo.

-És um otário! - Grito eu.

- Alá...linda e com carácter! Diz mais, diz...que eu eu quero ouvir.- Responde, adivinhem quem...o otário.

- Nao tens vergonha na cara, pois nao? Ainda por cima estás no Ramadao e nao te pesa a consciencia! - Continuo eu, quase curiosa por ver a reaccao do bicho.

- Consciencia?! (expressao de quem perdeu as chaves de casa).

No Ramadao os meus olhos ficam ainda mais limpos para ver a beleza do mundo..." - Continua a ave rara (infelizmente, nao tao rara como eu gostaria que fosse).

- Vai mas é plantar batatas, ó palhaco!" - Atiro eu, a coroa de flores sobre o rei da parvoíce.

- Vamos os dois para LISBONA, vamos..." - Remata o rapaz desalmado.



"Houston, Houston... algo vai mal no Reino da Dinamarca..." (grata a Shakespeare e seu magistral "Hamlet").



Especialmente, quando estamos em pleno Ramadao e o meu querido senhorio continua a persistir na esperanca inútil de apanhar o bife portugues nas suas redes egípcias.


O Ramadao serve para, supostamente, os fiéis muculmanos se purificarem a todos os níveis (fisicamente, com o jejum; emocional e psicologicamente através do perdao e da delicadeza/bondade no trato das outras pessoas; espiritualmente, pelo uso das rezas devidamente organizadas em horários específicos).




Nao é aconselhável que o bom muculmano pense no que quer que seja relacionado com sexo e, muito menos, assediar mulheres que nao lhes "pertencem" (e reparem como ranjo os dentes e me irrito ao utilizar esta expressao: "mulheres que lhes pertencem"....rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr......). Como será que o meu bom senhorio coordena as suas rezas, o seu jejum e as sms picantes que me envia?!




Deve ser geminiano, para conseguir fazer tanta coisa ao mesmo tempo (e coisas de natureza tao oposta...ou nem tanto?!)...





Enquanto ele me envia sms de cariz amoroso-ridículo-sexual, eu respondo com islamicos desejos de "Feliz Ramadao" para ele, sua esposa e filhotes.



Ora nem isto o desencanta...ou desconcentra. A partir de um "Feliz Ramadao" ou um pouco diplomático "Tem vergonha na cara" ele responde: "Se todas as mulheres portuguesas forem lindas como tu, eu quero ir viver para LISBONA."






"Houston, Houston..." (Suspiro).



Acho que me vou retirar da carreira de detective e, de uma assentada, aprenderei a NAO TENTAR compreender estes absurdos inter-culturais.



"Dear Houston...I don t think we got another problem...



só acho que tudo, por mais anormal que me pareca, é "normal".




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