Coreografar é trazer o inconsciente ao Consciente* - foi o pensamento que escrevinhei no meu companheiro bloco de notas (para quem não sabe: eu ando SEMPRE com um livro, um bloco de notas e canetas na mala, vá onde for). É mesmo.
A luta entre mim e os meus medos e dúvidas férteis continua - creio que jamais cessará. Aprender a lidar com o "inimigo", fazer dele um aliado e extrapolar a sua existência alquimizando-o, transformando a pedra da calçada em ouro puro.
Continuo a achar que ser uma comerciante seria tão mais fácil do que ser artista mas, nestas coisas como em tantas outras, a Vida não dá tréguas. O que É tem muita força e o Talento é uma bolsinha de seda chinesa cheia de demónios, fardoa, possibilidades, RESPONSABILIDADE. "A blessing and a curse, indeed."
- Tu és uma improvisadora nata. Então porque não gravas uma improvisação tua e depois a estudas e dela retiras os passos para uma coreografia? - Propôs o genial Mahmoud Reda numa das inúmeras vezes em que referia a dificuldade que tenho em coreografar.
É que as coisas fluem quando não tenho de congelá-las, apanhá-las com as mãos frias da Razão; o cenário muda quando tenho de extraír diamantes da pedra (eu) e daí criar uma casa de pedra cujas paredes, tecto, janelas e portas ali permanecerão imóveis - para todo o sempre. Assim sinto a coreografia e por isso a ela resisto, contra ele me ergo e por ela me apaixono.
Novo material - Om Kolthoum e Baladi Saahirah - na calha. Pedindo que os processos sejam mais fluidos, menos aflitivos e duvidosos (ou talvez não...). Quem compreende os meandros mágicos e desconcertantes da criação artística?!
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