Thursday, July 29, 2010

Cairo, dia 29 de Julho, 2010


Banquete improvizado no backstage do NILE MAXIM...



O sucesso sabe muito, muito bem. Quem trabalha arduamente e tudo sacrifica para se impor num mercado internacional de Danca Oriental e jura a pes juntos que nao esta interessado no sucesso so pode ser mentiroso ou louco.

Sim, o sucesso sabe muito bem e agradeco a Deus por ele.No entanto, nao sao os momentos publicos de ovacoes e elogios que mais me enchem a Alma de alegria.

A caminho de um casamento onde actuei, comentei com um dos meus musicos que me apetecia molokheya e mahshi (dois pratos tipicos egipcios)...da-me destes apetites sempre que o cansaco e a pressao apertam.

La fomos nos em direccao a um casamento baladi (primeira e ultima vez, espero!, que actuo num casamento baladi) onde tivemos direito a tudo (foguetes, tendas de pano improvisadas, muito assedio sexual explicito da parte dos convidados que me olharam como se eu fosse a encarnacao do Diabo, espreitadelas de homens enquanto mudava de roupa, palco de madeira que quase me arrancou a pele dos pes, maquina de fumos que quase me cegaram, etc, etc, etc...um miminho!).

A noite passou-se e eu sobrevivi ( ainda hoje nao sei como!) mas o melhor ainda estava para vir.
Ainda de ressaca da noite anterior, lancei-me a mais uma noite de espectaculos no
NILE MAXIM e tal nao foi a minha surpresa quando o meu assistente me chamou e eu encontrei uma mesa improvisada sumptuosamente carregada de comida egipcia esperando por mim!

O musico a quem eu tinha comentado que me apetecia este e aquele prato egipcio pediu a sua mulher que cozinhasse um autentico festim para mim e, embora eu nunca coma generosamente antes de actuar, nao pude dizer nao a este gesto de carinho e generosidade.

Imaginem o filme:

Eu e a minha orquestra sentados a mesa (uma tabua colocada em cima de cadeiras) deleitando-nos com varias iguarias egipcias. Os segurancas e gerentes que se aperceberam do festim nao puderam esconder a sua surpresa ao ver-me ali no meio do pessoal agarrada a beringelas e muito mais...
O convivio e a partilha de comida entre mim e os meus musicos marca uma ligacao indestrutivel. Na cultura arabe, a partilha de comida entre duas ou mais pessoas estabelece um elo de ligacao/irmandade inquebravel. Assim o senti.

Por isso afirmo que adoro sentir o reconhecimento do meu trabalho e os aplausos que nao sao apenas elogios mas tambem amor disfarcado de palmas mas, para mim, os momentos que mais me marcam sao estes: simples, cheios de significado e comunhao entre mim e os artistas que me acompanham nesta jornada magica que encetei....
Estabelecer este elo de ligacao e proximidade com as pessoas que me alimentam artisticamente sera aquilo a que chamo o meu maior sucesso.

Delicioso...

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