Cairo, dia 4 de Julho, 2010

Porque nao posso ser catalogada!

Ja referi varias vezes que o Egipto - e todo o mundo arabe - cataloga as pessoas e, em especial, as mulheres de forma cortante e injusta.
Ou somos mulherezinhas de respeito que cuidam do maridinho e dos filhinhos (desculpem os diminutivos irritantes mas isto so pode ser dito assim)ou somos prostitutas. Nao existe meio termo.

Por estas e por outras, os patroes e os empresarios se surpreendem quando falo com eles sobre trabalho de forma...vamos la a ver como vou a colocar isto...de forma....hmmmmmm....PROFISSIONAL. Ah!!! Profissional era a palavra que nao me ocorria neste momento. Mas sera esta a palavra exacta.

Porque nao lhes sussurro eu ao ouvido e lhes canto uma musiquinha (la vem o diminutivo) de embalar? Porque tenho de ir tao directamente ao assunto quando podemos ir a um restaurante e conhecermo-nos melhor ao som de Om Kolthoum e com uma boa shisha nas maos?

Pois...eu sou aquilo a que chamam MASCULINA. Apesar de ter nascido menina, querem fazer de mim HOMEM simplesmente porque nao me comporto como uma coelhinha da PLAYBOY no meio de uma reuniao de trabalho.

E assim me vao catalogando.O que vale ter uma maezinha (diminutivo ESSENCIAL)que me diz, do alto da sua sabedoria e amor, CAGA PROS GAJOS, PA! SAO TODOS UNS ANORMAIS!

E aqui esta a razao pela qual sigo sendo uma fortaleza cheia de paciencia, resistencias variadas e coragem.
Thanks, Mummy!