Cairo, dia 29 de Julho, 2010
Mercearia...a fogueira das vaidades...
E qual nao foi a minha surpresa quando me inundaram de abracos e elogios (exagerados, a meu ver!) na mercearia perto de minha casa!
Ja tinha acontecido a semana passada, quando o dono da mercearia me perguntou se eu era a Joana, a Rakesa (RAKESA - termo que significa BAILARINA PROFISSIONAL, em oposicao ao comum termo RAKASA que tambem quer dizer BAILARINA mas com um tom pejorativo).
-Sou, sim senhor. - Respondi eu com alguma timidez por me apanharem assim, desprevenida, com o cabelo desgrenhado e uns chinelos de praia que jamais, por mais voltas que este mundo mutante possa dar, simbolizarao glamour.
- Eu fui ve-la ao NILE MAXIM com a minha familia varias vezes. Voce e mesmo a melhor bailarina do Egipto, Walahi (jurando por Ala)! - Acrescentou ele enquanto me fazia um gesto de boas-vindas ao seu estabelecimento.
Neste dia, os empregados da mercearia seguiram-me por entre latas de atum e pacotes de leite, comentanto coisas que eu preferi nao escutar e o dono da mercearia fez-me um valente desconto e ofereceu-me pastilhas de morango (?!).
Ontem o caso foi diferente, embora igualmente constrangedor para um eterno bicho do mato como eu.
Cheguei, fui reconhecida pelo dono do estabelecimento e anunciada a voz alta para que todos os presentes soubessem que a artista JOANA vem comprar pao baladi a ESTA mercearia.
Resultado, TODA a gente ficou a saber quem eu era e mil olhos se fixaram em mim.
Resultado: Com muita pena minha, nao consegui aguentar a pressao de tantos olhos e comentarios postos em mim. Fugi da mercearia a sete pes sem comprar nada.
E assim se vivem as maravilhosas consequencias da minha aventura egipcia.
E eu agradeco a Deus pelo carinho e reconhecimento que os egipcios me oferecem mas a minha natureza timida ainda consegue ser mais forte do que a minha minima vaidade.
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