Cairo, dia 17 de Setembro, 2010
Muezzin...
As 6ª feiras são sempre mágicas na cidade das mil mesquitas com os seus belíssimos minaretes, imponentes e cansados dos séculos, observando a cidade, em rebuliço, a seus pés.
12.00h da manhã, hora do eco dos "muezzin" que chamam, em uníssono, os fiéis (ou simples seguidores, outra forma de dar o nome às ovelhas desorientadas do Oriente) para a reza central de toda a semana dos muçulmanos.
Já me habituei a esta música de fundo, pairando no ar poluído da cidade como uma nébula de fantasmas coloridos, uivando e clamando por Alá do alto/baixo do melhor que podem e sabem.
As ruas cobertas de tapetes e homens prostrados no chão, repetindo os gestos automatizados de gerações de muçulmanos, tentando - na sua ilusão - sentir-se mais perto de um Deus que está tão longínquo e ausente que é preciso chamá-lo à terra cinco vezes ao dia.
Eu sorrio. Sei, por experiência própria, que todo o ser humano tem as suas fragilidades e inconsistências. Somos feitos de barro. E ponto.
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