Monday, August 23, 2010

Cairo, dia 23 de Agosto, 2010

Tenho consciência que falar de burriés é horrível, sim...tenho...

Ora bem.Depois de um desejo sincero e poético de Feliz Aniversário à minha irmã, aqui vai um post muito pouco poético.
É que estes dias de Ramadão dão-me para isto: reparar mais afincadamente nas contradições já de si latentes da sociedade egípcia.
E aqui vai a minha última (genial, diria!) reflexão:

Caros homens egípcios de todas as idades e feitios,
Queiram, gentilmente, reconhecer que tirar burriés do nariz ou revolver as partes íntimas (pudibundas, que eu adoro esta palavra vicentina!) enquanto nos tentam seduzir na rua em pleno período de jejum (Ramadão, pessoal...alôo.....estamos no RAMADÂO....diz uma cristã-buscadora-questionadora-ainda por se encontrar a muitos muçulmanos praticantes e aficionadíssimos) não é a melhor estratégia para "fintar a garina" (Cais do Sodré e Tonys de todo o mundo, um grande abraço para todos vós) nem o gesto que mais agradará a Alá.

Tenho cá para mim que esta auto-confiança excessiva (ilusória) que os homens egípcios carregam em si tem muito a ver com este fenómeno estranho, senão vejamos:
Que homem, no seu perfeito juízo (de acordo com as massas a-juizadas) tem a convicção que conquistará uma mulher com essa mistura explosiva de escavações paleolíticas no respectivo nariz e um piscar de olho maroto?!

Digam-me, se têm coragem...que homem se vê já enlaçado numa bela mulher depois de a ter conquistado revolvendo as partes pudibundas (PUDIBUNDO é oficial) encostado a um poste onde outros fazem xixi em mais um gesto de "macho man à moda egípcia"?!

Eu desconheço que exista tal auto-confiança mas, para minha surpresa (eu ainda me surpreendo?!Uau...), muitos egípcios em pleno período de jejum e abstenção total (abstenção de comida, bebida, cigarros ou qualquer outra substância que se ingira, sexo, contacto com o sexo oposto, etc,etc,etc), deleitam-se nestes rituais de acasalamente estranhos onde me parece que o macho quer aterrorizar a fémea e não conquistá-la.

Ainda num registo brejeiro mas realista, fico a pensar se rezarão directamente após o ritual de acasalamento? A lavagem de pecados sempre foi companheira da falta de consciência...

Adoro o Ramadão. O silêncio, a união das famílias e de estranhos comendo juntos à hora do iftar...os rituais estranhos de acasalamento...ahhh....adoro isto TUDO!

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