Cairo, dia 10 de Junho, 2010
Tolerancia
Um dos valores com que aprendi a lidar, abundantemente, desde a minha chegada ao Egipto.
Nada nem ninguem me surpreendem. Nenhum acto humano, do mais horroroso ao mais generoso e miraculoso, me colocarao um ponto de exclamacao na mente. JAMAIS!
Nesta montra de maravilhas e horrores de que se compoe o Egipto ( e sua fascinante, complexa e desconcertante cultura em plena mutacao), sinto que ja vi tudo, ja escutei de tudo e vivi MUITO.
Entre tudo o que aprendi, o valor da TOLERANCIA ao que nao se assemelha a mim (fisicamente, mentalmente, emocionalmente, culturalmente falando) tem sido uma das minhas grandes conquistas.
Ja ganhei essa inefavel qualidade de NAO JULGAR o que nao pensa como eu, o que se veste e apresenta de forma diferente, o que nao age como eu acho que deve ser.
Afinal, quem sou eu para decidir o que pode ser considerado BEM E MAL?!
O que eu ainda nao consegui foi ganhar tolerancia em relacao a maldade, a inveja, a desumanidade e desrespeito entre as pessoas, a mentira e a corrupcao, os truques baixos, a mesquinhez e, acima de tudo, a INTOLERANCIA dos demais que pensam poder DITAR como devemos viver a nossa vida.
Num pais como o Egipto onde toda a gente parece ter uma opiniao formada e absolutamente certa sobre a melhor forma de vida DOS OUTROS, eu vivo aceitando que os outros sejam LIVRES - por seu direito proprio - mas exigindo que me deixem exercer esse mesmo direito.
Muculmanos, hindus, cristaos, ateus e agnosticos. Pretos e brancos.
Alegres e tristes.
No fundo, somos todos UM.
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