Da criatividade e outras formas de Coragem.

Novas luzes nascendo da noite escura passada.
O mundo colocado de pés para o ar, soltem os pés das crianças e aterrem as asas dos pássaros nesse jardim intermédio onde todas as cores do arco-íris se fundem com o Nada.

Chamem noite ao dia e dia à noite sem pestanejar.
Confunda-se a música e o silêncio, pois ambos são Um só baile onde dançam os móveis e os imóveis.

Dê-se de comer à sede e de beber à fome e que todo o AMOR nasça da raiva ainda pequenina e que toda a raiva se sublime em AMOR.

Chamemos nomes aos pequenos "nadas" mágicos do quotidiano irregular e falemos palavras claras sem abrir a boca.

Abracemos os inimigos e lancemos os amigos ao mar, nadando com todos eles em irracional estado de EXTÂSE.
Diga-se adeus aos que chegam e olá aos que partem, sabendo que todos nos encontramos nesse salão de chá com bolinhos e jarras perfurmadas onde o Sol e a Lua servem às mesas.

Chamemos corpo à alma e alma ao corpo, alteremos os ponteiros dos relógios e DANCEMOS nesse TEMPO sem tempo no qual reside a caixa dos Segredos: somos todos UM, o mesmo e o seu contrário. Amar-se a si mesmo é também amar o inimigo, despido e virado do avesso até se revelar o amigo há muito esperado.

Soltem-se os leões e prendam-se os gatinhos mansos que este MUNDO precisa é disso, de loucura, de nonsense Inteligente, de MAIS de tudo, de roupas velhas reviradas, queimadas na fogueira dos ciganos que somos nós, eternos Viajantes deste Universo sem fim...
Que seja, acima de tudo, mais importante SER FELIZ do que ser "alguém" ou "ter sempre razão". Só quem desfolha uma flor e lá encontra um espinho pode SABER o que é SER HUMANO. Desse evento miraculoso já se nasce Outro, o OUTRO. E nós, muito mais NÓS.