Os desafios não parecem deixar-me quieta um só segundo.
Viajar pelo mundo a ensinar e a actuar é MARAVILHOSO a muitos níveis e exige de mim qualidades até há pouco tempo intactas. O que ensinar e como fazê-lo em formações que são - por norma - tão curtas?! Há tanto para partilhar e tão pouco tempo. Sinto a inspiração cornometrada...:(
*Em primeiro lugar, parece-me sempre essencial encontrar a medida certa na dificuldade que coloco em cada coreografia feita para ensinar - mesmo quando se trata de um grupo de alunos de nível avançado ou profissional. Este material deve ser pensado e estruturado para desenvolver as mais diversas qualidades nos alunos e não para demonstrar o meu eventual talento como coreógrafa.
Distingo - concretamente - coreografias para o palco e coreografias para o ENSINO. As primeiras servem o público; as segundas servem o aluno-bailarino em formação.
Quando me esqueço do propósito de uma coreografia acabo por elaborá-la tanto que os alunos ficam a apanhar bonés; há que dosear o grau de dificuldade e desafiar as pessoas enquanto lhes damos apenas "um pouco mais" do que podem fazer.
Se estão a 50%, então há que dar-lhes algo que as puxe para 70%. Já é bom!:)
Se estão a 50% e eu lhes exijo 90%, por exemplo, a coisa fica demasiado dura.
* Também tenho o cuidado (tento JAMAIS me esquecer disto) de desenvolver, nem que seja apenas um aperitivo: a sensibilidade, a expressão, a capacidade de ESCUTAR e se deixar embriagar pela música; a interpretação e a AUTO-CONFIANÇA nos alunos. São tão -ou mais - importantes do que a técnica e a coreografia.
* Dar contexto cultural, religioso-político, HUMANO de cada estilo de dança abordado e ainda bater na cabeça da tendência deprimente da competição entre bailarinos-as. MUITO a ser FEITO: Amén.
***É assim: também se aprende, ensinando e aí vou eu, polindo-me pelas estradas e sentindo que posso cortar o cordão umbilical com a Mãe (Egipto) porque a levo no ventre - literalmente - para onde quer que vá.
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