Têm perguntado as más e as boas línguas: porque não comento eu a situação trágico-absurda da política egípcia?!
Ora bem: por várias razões e mais algumas.:)
Primeiro porque acho tudo uma palhaçada tremenda e aquele que ganhou as eleições no Egipto - Mohamed Morsi - não merece os meus comentários, atenção, nem mesmo críticas. Fazê-lo soa-me a desperdício de tempo, energia e neurónios.
Depois porque estou para lá de exausta da ignorância, da estupidez, da regressão mental para a qual tenho visto o meu Egipto caminhar a passos largos nos últimos anos.
Ainda porque preciso de respirar e afastar-me, temporariamente, da República das Bananas e concentrar-me na minha digressão europeia, nesta fase final de edição do meu LIVRO, dos projectos que quero fazer avançar. Tenho o direito de usufruir um par de meses sem assédio sexual agressivo sempre que saio à rua; sem stresses constantes, desilusões constantes e um choque "cultural" que nunca consegui ultrapassar (trafulhices, preconceitos e ganâncias que substituem valores e amor nunca foram alternativas apelativas aos meus olhos); sem jogos de poder e pseudo-sedução de patrões e outros homens que menosprezam a minha inteligência e, pior ainda, o meu carácter e que creem que todas as mulheres têm um preço pendurado nas mamocas.
Não comento a situação política do Egipto porque sofro - silenciosamente - com aquilo em que o "meu país" de alma se está a transformar e quero concentrar-me no que DELE TRAGO COMIGO e que com o MUNDO partilho.
Tão pouco comento porque já existe muita gente que o faz - e bem melhor do que eu.
Entristece-me tudo o vejo nas notícias, faz-me suspirar em notas nostálgicas de um passado que já não volta. O MEU Egipto está a morrer e eu recuso assistir ao seu funeral: sinceramente, é mais isto.
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