Diz que não é bem assim...
Não querendo dizer com isto que o Ocidente - ou lá como chamam ao que "era" o Ocidente, num dia já demasiado longínquo - não tenha as suas amadas ignorâncias penduradas ao pescoço.Que as tem...e se tem!
A questão incoerente colocada por esta imagem é a seguinte:
A judia e a freira ortodoxas e a freira católica só se vestem assim SE QUISEREM, dentro dos meios religiosos aos quais ESCOLHEM pertencer. A muçulmana não possui essa escolha, na maioria das vezes.
A muçulmana não se cobre dos pés à cabeça APENAS se for à mesquita (devidamente segregada, com zonas separadas para homens e mulheres) ou se dedicar a sua vida, exclusivamente, à religião. Tão simplesmente porque TODOS os aspectos da sua vida são regulados pela religião em que já nasceram, herdando-a do lado paterno.
A muçulmana é forçada, desde a puberdade a cobrir o seu corpo, cabelo e - por vezes - cara desde a altura em que entra na puberdade, nela sendo incutido o sentido de culpa e vergonha pelo próprio corpo. O seu corpo coberto aplica-se a TODOS os momentos em que esta mulher sai de casa, não apenas aos contextos estritamente religiosos.
Trata-se aqui de uma questão essencial: o direito de ESCOLHA da Mulher. É esse direito de escolha de ser e vestir-se como quer que a mulher muçulmana ainda não possui. Entre a repressão de que a mulher ocidental é vítima e a de que é vítima a mulher oriental vai uma distância considerável.
Que queiramos desmistificar os preconceitos injustos sobre a religião muçulmana - e outros quaisquer - parece-me bem mas tão pouco generalizemos aquilo que não é justo generalizar.
Na corrida pela DIGNIDADE/LIBERDADE pessoal, a mulher muçulmana perde - aos pontos- à ocidental. Quem disser o contrário, ou é mentiroso, ou não faz ideia da REALIDADE do mundo árabe actual.
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