Wednesday, February 8, 2012



O etéreo precário/sagrado da Dança...


Percebo com súbito encanto e uma certa tristeza que a Dança - e o Teatro - são artes do ETÉREO.

Muito do que se COMUNICA em palco quando se dança só será VIVIDO uma única vez, sendo irrepetível e intransmissível por palavras ou versões filmadas/filtradas do que se fez.


Os vídeos não fazem justiça às dimensões HUMANAS perceptíveis, energética, emocional, física e espiritualmente, pelo público que comigo partilha um espectáculo. Nenhuma máquina pôde, até agora, captar o ESPÍRITO HUMANO, os sons quase imperceptíveis que cada músico, instrumento, bailarino-a produzem em palco, bem como os fios invisíveis de comunicação SUPERIOR que se estabelecem entre ARTISTAS e PÚBLICO.


Frustra-me um pouco, esta realidade. E encanta-me, simultaneamente. O trabalho de um/a bailarino/a tem de ser usufruído ao VIVO pelo tempo limitado que dura o corpo eficiente de um ser humano. Depois disso, ficam apenas réstias, fotocópias de pobre qualidade, tentativas de registar aquilo que, por MILAGRE irónico da Beleza inefável, não pode ser captado por qualquer instrumento que não seja a PRESENÇA HUMANA.


Gosto deste lado efémero da DANÇA, como quem gosta do LADO EFÉMERO do AMOR, de uma FLOR, da VIDA...de tudo o que VALE a PENA.

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