Desde a Revolução egípcia, todas estas obsessões centrais se misturam de forma explosiva, deixando os limites entre a Loucura e a Sanidade ainda mais esbatidos do que já eram.
Tudo o que é negado ao ser humano se transforma numa inevitável obsessão. Se o sexo é condenado, legislado, tratado como assunto público apenas aceitável dentro do contrato matrimonial, então ele torna-se numa doença.
Se as dificuldades económicas e as injustiças sociais são crassas e impedem que pessoas decentes, educadas e trabalhadores VIVAM com dignididade e conforto mínimos, então o dinheiro torna-se numa doença.
Se a Religião - sob a forma de rituais e regras impostos cujo questionamente é proíbido - é impingida, desde crianças, no cérebro dos egípcios, então ela acaba por ser uma fixação doentia, cega, mecânica e totalmente desapegada da CONSCIÊNCIA individual de cada pessoa.
Se, de repente, é permitido FALAR abertamento quando se estava habituado a ser preso, torturado, morto por levantar a voz contra o Governo (do ex-presidente Hosny Mubarak) então a Política explode como as águas de uma represa que, de repente, abre as suas portas calcificadas.
Permeando tudo isto está o sentido de humor egípcio, a inventividade deste povo e o seu amor à conversa. Útil e inútil. Também nestas misturas estranhas reside o "nada linear" FASCÍNIO do Egipto.
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