Cairo, dia 16 de Janeiro, 2011

Entre muitas e maravilhosas bailarinas do passado...

O estado da Danca Oriental actual nao me apaixona.

A Danca Oriental como eu a aprendi, conheco e pratico SIM, apaixona-me. Mas nao a forma como ela se pratica e apresenta na esmagadora maioria dos casos, tanto no Egipto como por todo o mundo. Parece-me, do fundo da minha ignorancia, que anda tudo atras de uma forma acrobatica de VAIDADE e nao da ARTE UNIFICADORA que e', para mim, a DANCA ORIENTAL.

Unificadora dos sentidos, do coracao, da mente, do chao e do ceu. UNE.Sempre.

Tao longe das ginasticas aerobicas, dos desfiles de modelos e circos em que a transformaram...ha que entender que esta 'e uma LINGUAGEM antiga e, de certa forma, hermetica se aqueles que nela se concentram forem em busca de uma estrada sem fundo, sem ALMA.

Esta DANCA, descobri eu ate agora, e' uma LINGUAGEM para a qual nem todos estao preparados. Nem toda a gente quer CRESCER e ABRIR-SE ao mundo. Existem mais pessoas desejando morrer que viver. Estranho, nao e'?

Pois.Somos estranhos, nos os seres humanos.

Gostava de ver esta Danca que me apaixona mais por ai, espalhada pelo mundo e menos desse comercialismo balofo que a vende como um conjunto de contorcionismos sexy do corpo feminino.

Nao consigo ver interesse nisso.:(

Mas vejo interesse- e MUITO - numa ARTE que nos dirige de regresso a nos mesmos com PRAZER, sem medos e pedindo uma Inteligencia Maior, mais criativa e FELIZ!

Inspiro-me em bailarinas do passado...as que SABIAM.

Souhair Zaki, Naima Akef, Mona El Saied, Azza Sheriff, entre outras...

Por ca, em pleno bercinho do "raks sharki" a ALMA desta arte parece ter desaparecido. Deve andar escondida, assustada com tanto fanatismo religioso e falta de amor no coracao das pessoas...

Deve ser isso.