Wednesday, January 15, 2014

O meu (outro) Livro hibernado - lenta e amorosamente resgatado

Excerto do meu "outro" livro (escrito, editado e guardado no forno há mais de um ano por razões que a Razão conhece).
"Diário do Egipto - Shérazade virada do avesso" (título provisório):

"Perguntam-me, frequentemente e de sobrolho franzido, porque foi que tive de ir até ao Egipto e ali suportar tão arriscados saltos no escuro e duras provas.

-Ninguém se cumpre sem, primeiro, resgatar-se. –Respondo-lhes, ciente de que muito poucos me compreenderão. A travessia no deserto (que a nossa alma escolhe trilhar) passa por ir ao fundo e ao passado das coisas (de nós) e daí sair verdadeiramente iluminado.
Resgatar o passado da dança oriental, assim como o meu – que a ela está, definitivamente, ligado – e conhecer as raízes e as regras, por mais negras que estas fossem, para poder florescer, dar frutos e crescer. A mais brilhante flor cresce a partir da lama; os olhos mais límpidos são os que já sentiram a escuridão na pele. Na Arte – como, talvez, na Vida- ninguém quebra regras que desconhece. Primeiro há que conhecê-las no seu âmago para, depois, poder quebrá-las de uma forma interessante e que potencialize a evolução dessa arte e da pessoa que a cria.
Bem como não se experiencia a LUZ sem, antes, passar pela Escuridão.

É este o selecto caminho da Alquimista, da Artista, da Guerreira e da Louca. Foi este o meu* Caminho pela terra a que ironicamente chamam "Om il Dunya" ("Mãe do Mundo").

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