Clássico deprimente # Perdi-lhe a conta ("a la orientale", biensur)

-Ah! Não é você que é a dançarina do ventre famosa? - Perguntou-me um cavalheiro no meio do centro comercial onde fui comprar purpurinas, perfume e outras coisitas sem importância que as "dançarinas do ventre" precisam.
-Err...não sei bem o que quer dizer.- Respondi, fazendo-me de estúpida.
- Não foi você que fez sucesso lá no Egipto? Eles agora andam todos à batatada, não é? A coisa ´tá feia.
-...- (Sem resposta ou paciência).
-Não precisa de responder que eu tenho a certeza: você é mesmo a dançarina do ventre. Vi-a na televisão várias vezes.


Ahhhhh...matem-me...aniquilem-me à paulada. A sério. "Dançarina do ventre!" - eis um dos clássicos mais deprimentes que continuam a assombrar-me. É inevitável filosofar, sempre que ouço a mal fadada expressão:


1. O que é uma "dançarina"? Bailarina eu sei o que é mas...DANÇARINA? A palavra soa-me a uma fruta ácida da família das laranjas - tipo nectarina. Dançarina - nectarina, estão a ver a cena?


2. Depois vem a cereja em cima do bolo: é a dançarina DO VENTRE? Mas que ventre? Será que se estão a referir ao meu ventre, ao ventre da amada mãezinha de quem lança este torpedo, ao ventre do planeta Terra? De quem?!


Eh, pá. Estas coisas começam a perder a graça. Abençoado cansaço que não me permite irritar-me para lá da conta com estas idiotices (e tantas outras que tais).
Como dizem os nossos irmãos brasileiros: deixa rolar...é isso aí!
Já estou como diz a minha progenitora: "mais vale ir para Paris dançar o can-can!". Irra!