Das barbas e das bimbalhadas.
Última moda no Cairo:
homens de barbas fartas e olhares vidrados no vazio e uma banda sonora omnipresente que se resume à recitação (por vezes bela e, por vezes, dolorosa de escutar) do sagrado Livro do "Corão".
A barba comprida e o calo a meio da testa parecem ser certificados físicos de crentes (crentes em quê, essa já é outra questão) que fazem questão de aparentar ser pios, cumpridores dos rituais da religião muçulmana e baluartes da moral instituída (moral essa que se rege, aparentemente, pela ausência de valores...hhmmmm...interessante e bizarro!).
Algures no "Corão" se descreveu o Profeta e seus seguidores usando barba, daí a moda renascida em tempos de ascenção da "Irmandade Muçulmana", dos Salafistas e outros grupos políticos (e friso POLÍTICOS, jamais RELIGIOSOS naquilo que concebo ser a RELIGIÃO).
Por alguma razão desconhecida criada pela 5ª Dimensão actual - também conhecida por EGIPTO - um homem que deixe crescer as barbas fica, automaticamente, mais sábio, íntegro e digno de respeito. Qual a relação entre a pilosidade facial e a consciência do indivíduo que a exibe, eu não sei!
O calo a meio da testa faz parte do "personagem" coberto de moralidades "imorais" dos que rezam vezes suficientes para deixar na pele a marca do seu fervor. Estes calos conseguem-se consoante a repetição das prostrações (nas quais a cabeça bate no chão) incluídas no ritual das cinco rezas diárias aconselhadas pelo "Corão".
Até nas campanhas políticas se criam calos na testa de candidatos que não as têm (o "photoshop" dos especialistas de marketing cá do sítio é meio fraquinho...) a fim de atribuir uma credibilidade que, desconfio, os próprios candidatos não possuem.
A minha questão é apenas uma: estes sinais exteriores de cuidados "religiosos" corresponderão a uma conduta de vida igualmente RELIGIOSA?
Estou inclinada a pensar que não. Se a História das Religiões do mundo nos ensinou alguma coisa, temo prenunciar mais depravados, tarados sexuais, atrasadice mental e repressão que só servirá meia dúzia de poderosos que quer, a todo o custo, manter o POVO egípcio calado, ignorante, temeroso e incapacitado de PENSAR POR SI PRÓPRIO.
Num país onde os colonizadores nunca permitiram que o POVO utilizasse o seu cérebro para seu benefício (criando geração após de geração de opressores e oprimidos que se limitam, ambos, a seguir ordens sem questioná-las), não é assim tão estranho verificar como a CONTRA-REVOLUÇÃO utiliza a falsa RELIGIÃO como forma de manter os cordeirinhos alinhados.
Pergunto-me: onde estará o lobo mau???
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