Faço minhas as palavras de Isadora Duncan.
É que me dá arrepios na espinha ao ler estas palavras escritas por Isadora Duncan, considerada a mãe da Dança Moderna. Qualquer semelhança com o que eu tenho dito e feito em termos de Dança Oriental é pura coincidência (???) mas que bela coincidência!
“Mas a dança do futuro terá de voltar a ser uma arte altamente religiosa, como era entre os gregos. Porque a arte que não é religiosa, não é arte, é pura mercadoria.
A bailarina do futuro será aquela cujo corpo e alma cresceram juntos tão harmonicamente que a linguagem natural dessa alma se converta no movimento do corpo. A bailarina não pertencerá a uma nação mas a toda a Humanidade. Não dançará como uma ninfa, como uma fada nem como uma “coquette” mas como uma Mulher na sua expressão mais alta e pura. Ela dará conta da missão do corpo da mulher e da santidade de todas as suas partes. Dançará a vida cambiante da natureza, mostrando como cada parte se transforma noutra.
De todas as partes do seu corpo irradiará a inteligência, trazendo ao mundo a mensagem dos pensamentos e aspirações de milhares de mulheres. Ela dançará a liberdade da mulher.
Oh, que campo tão amplo a espera! Não sentem que está perto, que está a chegar, a bailarina do futuro! Ela ajudará o género feminino a alcançar um novo conhecimento das possibilidades de força e beleza existentes nos seus corpos, e da relação dos seus corpos com a natureza terrestre e com as crianças do futuro. Ela dançará novamente o corpo emergindo de séculos de esquecimento da civilização, emergindo não na nudez do homem primitivo mas numa nova nudez já não em guerra com a espiritualidade e a inteligência mas unindo-se a elas numa gloriosa harmonia.
Esta é a missão da bailarina do futuro. Oh? Não sentem que já está perto, não estão impacientes pela sua chegada como eu estou? Preparemo-nos para recebê-la. Eu construir-lhe-ei um templo para a esperar. (…)
Oh! Está a chegar a bailarina do futuro: o espírito livre que habitará o corpo de uma nova mulher; mais gloriosa do que qualquer outra mulher foi; mais bela do que a egípcia, a grega (…), italiana, que todas as mulheres dos séculos passados: a inteligência mais alta no corpo mais livre.”
Isadora Duncan
in: “A arte da Dança e outros escritos”
Que coisa linda!
ReplyDeleteObrigada por compartilhar!
Vou te linkar no (an)danças.
Grata, querida!
ReplyDeleteEstas palavras de Isadora Duncan ressoam, como nunca, no meu peito e na Dança que pratico e ensino aqui no Egipto e pelo mundo fora.
Chegou a HORA da Bailarina que já não é do futuro mas do PRESENTE. Ela chegou!
***Ela "somos nós".
Abraços do Nilo e grata pela partilha,
JoanaS.