Notícias do Egipto.
O caso dos ladrões alexandrinos que mereciam um Óscar de Hollywood.
Se há qualidade que não falta aos egípcios é a IMAGINAÇÃO e uma capacidade assustadora para REPRESENTAR de forma tão convincente que deixaria o Anthony Hopkins e a Meryl Streep desempregados, caso competissem com os egípcios nas lides teatrais.
O carácter neptuniano deste povo, com seus enlevos mentais, divagações poéticas, extremismos românticos, amor pela evasão e pelo sonho têm muito que se lhe diga.
O sentido de humor é outra arma de sobrevivência deste povo que tem, para não enlouquecer totalmente, de rir-se das maiores barbaridades e até do sofrimento.
Saiu nos jornais, há cerca de uma semana atrás, a notícia de um par de ladrões de Alexandria que roubaram um táxi da seguinte maneira:
Um taxista fazia a sua ronda pela cidade (numa zona permeada por cemitérios islâmicos), buscando potenciais clientes. Entrou um homem para o veículo, indicando onde pretendia ir. Poucos metros depois deste primeiro cliente ter entrado, outro homem mandou parar o táxi pedindo a mesma direcção do cliente que já se encontrava dentro do táxi.
No Egipto, é comum um mesmo táxi levar um ou mais clientes simultaneamente, se os seus destinos pretendidos forem idênticos ou ficarem na direcção um do outro.
O taxista parou o veículo para recorrer o segundo potencial cliente e perguntou ao primeiro se este se importava que levassem outra pessoa, visto que ambos se dirigiam para a mesma zona.
O cliente original, sentadinho que nem um anjo no banco de trás do carro, sorriu docemente e disse que não, não se importava nada, que deixasse lá entrar o homem que eram todos compatriotas e amigos e coisa e tal.
Postos a caminho, o taxista comentou com o segundo cliente que teria de levar o senhor do banco de trás ao seu destino e que depois seguiriam para o local onde ele queria ir. Teriam de dar prioridade a quem entrou primeiro no táxi, como manda o código cortês dos taxistas egípcios.
O segundo cliente, sentado no banco ao lado do condutor, ficou em silêncio por momentos, até irromper da seguinte forma:
-De que senhor está a falar?!
-O senhor que chegou primeiro e está no banco de trás do carro. Não reparou nele?- Afirmou o taxista, apontando para o banco de trás.
-Mas nós estamos sozinhos no carro, não existe nenhum senhor no banco de trás do carro. - Insistiu o segundo cliente, olhando para trás, fingindo fitar o vazio.
- Como não existe nenhum senhor no banco de trás?! Não o vê? - Respondeu o taxista, confuso.
- Não vejo ninguém. O senhor deve estar cansado, bem vejo!
- Como não vê ninguém? Está um senhor sentado atrás de si.
-O meu amigo está confuso, asseguro-lhe que não existe ninguém neste táxi, excepto nós os dois.
A conversa de "malucos" continuou durante uns instantes até se ter instalado a maior confusão.
Neste momento, o primeiro cliente, tranquilo e de expressão angelical, informou o taxista:
-Não se preocupe. Ele não me consegue ver. Sou um espírito. Uahhha, ahhha, ahhha, ahh, ahhha!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Foi neste momento que o taxista travou a fundo, deixando o táxi no meio da estrada e correndo, aterrorizado, aos gritos pela rua fora, gritando a este e a outros mundos paralelos por socorro.
Os dois cúmplices (o espírito e o segundo cliente) viram o pobre homem fugindo, à beira de um ataque de coração, e riram a bom rir, enquanto roubavam o táxi e todos os bens que lá se encontravam dentro.
Não se trata de ficção: isto aconteceu. Isto É o Egipto.
"Welcome to Egypt!"
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