Sunday, December 11, 2011





Pablo.
Recuerdos de Espanha:

além de uns livros PRECIOSOS (escritos de Isadora Duncan, que buscava há anos, e a auto-biografia de Nijinsky, o maior bailarino clássico de todos os tempos), aqui está um trecho de algo inesperado e delicioso que me veio ter às mãos, algures entre Madrid e Málaga.

Retirado do livro:

"Vida con Picasso",

Françoise Gilot ( mulher que com Picasso conviveu durante cerca de 20 anos de relação e mãe de dois dos seus filhos, amante, secretária, "esposa", companheira de arte e de alma).

A tradução para o português é minha:

"-Claro - disse Pablo - E porque disse Platão que os poetas deviam ser expulsos da República?

Precisamente porque todo o poeta e todo o artista é um ser anti-social. E não porque deseje sê-lo mas porque não pode ser de outra maneira. Lógico que o Estado tem o direito de expulsá-lo...partindo do seu próprio ponto de vista.

E se se trata, realmente, de um artista terá de permanecer fiel à sua índole sem desejar ser aceite porque, se for aceite só pode significar que está a fazer algo que pode ser compreendido e aprovado; e, por conseguinte, algo que, como um chapéu velho, é pura nulidade. Todo o novo, tudo o que merece o esforço de ser feito, dificilmente poderá ser reconhecido. As pessoas não possuem essa visão."

Crú, directo, polémico, desagradável, arrogante com todas as cores garridas das touradas que tanto adorava, Pablo Picasso era genial muito para lá do Cubismo de quem se dizia criador original. Mais uma das infinitas inspirações da minha Vida.

A pintura que desconstrói e re-inventa a REALIDADE - revelando-a de forma nova, talvez mais verdadeira e parcial como é todo o ponto de vista que os há aos milhões - tal como a DANÇA que faz o mesmo.

No comments:

Post a Comment